Dulce Maria Saviñon
O motorista, que também era segurança, estacionou o carro em frente a uma casa gigantesca.
Assim que descemos, reconheci os cabelos longos e loiros de Belinda. Ela estava toda de preto e usava um sobretudo lindíssimo. Ao seu lado estavam três outras garotas que eu conhecia de vista.
Depois que nos cumprimentamos, fui apresentada a outras duas garotas. Beli era muito popular na universidade e fazia de tudo para me enturmar com as pessoas.
Após trocarmos amenidades, seguimos para dentro e quando passamos pelas portas principais foi como se um minuto de silêncio tivesse sido decretado. A música alta continuava tocando, mas a expressão das pessoas era de espanto.
E eu que pensei que isso havia acabado, refleti, contrariada, sem saber se aquilo se devia ao fato de eu estar em uma festa ou ao fato de estar na festa daquela fraternidade.
Desde que decidi estudar em Oxford, coloquei na cabeça que queria aproveitar aqueles anos de um jeito consciente, sem me perder em eventos ou fazer qualquer coisa que desse dor de cabeça aos meus pais ou envergonhasse minha família. Por causa disso, eu passei todos aqueles meses apenas focada nos estudos, de modo que compreendia a razão de olharem para mim assim.
Ignorei e segui as meninas até chegarmos à área externa. Reconheci algumas das pessoas que bebiam e conversavam ali e, como na sala, muitos deles se mostraram surpresos ao me ver. Entre eles estava Pablo, que parecia não acreditar que eu estivesse na mesma festa que tinha me recusado a ir com ele.
— Quer beber alguma coisa? — Annie perguntou, chamando minha atenção para si, e eu neguei com a cabeça.
A possibilidade de rolar drogas como Boa noite, Cinderela em uma festa como aquela era bem grande, então, como eu não conhecia ninguém ali, era melhor recusar.
Poderia parecer uma atitude paranoica, mas preferia ser tachada de louca a me descuidar, além do mais, eu teria que seguir um protocolo, ou seja, caso quisesse beber alguma coisa naquela noite, precisava pedir que Sanders providenciasse.
Ficamos do lado de fora, curtindo a música e embalados pelo leve frio da noite, enquanto as pessoas ao nosso redor bebiam e dançavam.
— Achei que estivesse focada nos estudos, Dulce Maria — Pablo disse ao se aproximar do nosso grupo.
Seu comentário me deixou profundamente irritada, primeiro porque ele não tinha nada a ver com o que eu fazia, segundo porque aquela atenção indesejada tinha acabado e ele estava me colocando em voga novamente.
— Não acho que devo satisfação da minha agenda para você — rebati em tom ríspido.
— Pensei que fosse diferente, Dulce , mas pelo visto é só mais uma vadia como as suas amigas — acusou, deixando-me sem reação.
— Dê o fora daqui antes que eu chame os seguranças dela — Annie ameaçou. Pablo me lançou um olhar cheio de desprezo antes de se afastar.
— O que foi isso? — questionei, confusa.
— Acho que ele ainda deve estar abalado pela perda da mãe — Annie sugeriu.
— Não — discordou Beli. — Ele está meio esquisito desde a conversa que vocês tiveram. Depois que você deu um fora nele, várias pessoas têm zombado pelos corredores e isso deve estar pirando a cabeça dele.
Olhei para ela, pensando o que falar a respeito, mas fui salva de uma resposta quando uma das meninas mudou de assunto.
Achei melhor esquecer aquilo e prestei atenção a conversa.
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Dinastia
RomansDulce Maria Saviñon e Christopher Uckermann se conheceram na universidade, um encontro improvável entre mundos opostos. Ela, herdeira de uma das dinastias mais influentes e poderosas do planeta, sempre viveu cercada de poder e luxo. Ele, um jovem ne...