Dulce Maria Saviñon
Na segunda-feira, eu me encontrei com Christopher em frente a Bodleiana, e após trocarmos um selinho, seguimos de mãos dadas, despertando curiosidade e cochichos por todos os cantos.
Depois do fim de semana delicioso que eu tinha passado com ele, estarmos juntos na frente de todos era a prova de que o nosso lance era verdadeiro e que o fantasma de ser descartada por ele tinha ficado para trás.
Não, Christopher ainda não tinha me pedido em namoro, mas estava certa de que era questão de tempo.
Ao chegar no prédio onde teria a minha aula, avistei Belinda rodeada de outras garotas.
Elas se voltaram para mim, de modo que não teria como passar despercebida.
— Vou lá falar com elas.
— Nos vemos depois? — ele quis saber.
— Com certeza — concordei e trocamos um beijo rápido.
— Vocês estão namorando? — Gwen questionou quando me aproximei do grupo.
— Digamos que estamos nos conhecendo melhor — respondi.
— Isso é realmente uma surpresa — Belinda comentou —, você é corajosa, Dulce.
Apesar das palavras, Beli parecia tranquila. Ainda que Annie nunca mais tivesse insinuado nada, eu queria me certificar de que não encontraria algum tipo de decepção em seu olhar.
— Pois é, eu já sabia da fama do senhor Uckermann, mas resolvi me arriscar — brinquei e começamos a caminhar para dentro.
Antes de entrar no auditório em que seria ministrada a minha aula, vi Pablo, ao longe, me encarando.
Desde aquela maldita festa eu não falava com ele, mas sempre capturava seus olhares pela universidade. Desviei a atenção e entrei no auditório.
O professor entrou logo atrás de mim, junto com um outro senhor, provavelmente o convidado especial que iria falar sobre sua experiência no ramo da restauração, o que nos daria uma ideia do que encontraríamos nos próximos anos de estudo.
Eu amava aquele curso, especialmente a dinâmica dos professores que eram verdadeiros mestres em suas áreas, nos guiando por análises minuciosas, revelando contextos históricos valiosos, técnicas e influências.
Cada pincelada, forma ou símbolo ganhavam vida diante dos nossos olhos, com explicações detalhadas que conectavam o passado ao presente.
Além das salas de aula, os museus e galerias de Oxford se tornavam laboratórios vivos, uma vez que o curso não se limitava à memorização de datas e nomes. Ele nos ensinava a interpretar, questionar e apreciar a arte em todas as suas dimensões.
Durante a aula nós discutimos teorias da estética, semiologia e filosofia da arte, ampliando nossa compreensão de seu papel na sociedade.
— Você demorou — Annie disse quando nos encontramos em um dos corredores.
— Estava conversando com o professor. Agora me fala como foi o fim de semana com seus pais.
Annie fez uma careta e voltamos a caminhar.
— O de sempre, eles decidindo o meu futuro enquanto eu fazia cara de paisagem — respondeu com desgosto. — Mas e você, o que fez de bom? — emendou.
— Fiquei com Christopher no sábado e no domingo fomos ao cinema.
— Uau, as coisas estão ficando sérias — comentou.
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Dinastia
RomanceDulce Maria Saviñon e Christopher Uckermann se conheceram na universidade, um encontro improvável entre mundos opostos. Ela, herdeira de uma das dinastias mais influentes e poderosas do planeta, sempre viveu cercada de poder e luxo. Ele, um jovem ne...