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Christopher Uckermann

— Seu pedido para participar do clube HP de Nova York foi negado — meu advogado disse na tarde do dia seguinte.

— Quantos votos contra? — questionei enquanto analisava alguns papéis em mesa.

— Apenas um, o de Alexander Saviñon.

Poderia ser loucura da minha cabeça, mas achava que tinha dedo da Dulce Maria  naquela história.

— Continue tentando, uma hora eles vão aceitar — ordenei e Herrera assentiu. Depois que ele saiu da minha sala, Beatrice entrou.

— O que houve? — perguntou.

— Como assim?

— O Poncho disse que hoje você está intratável. — Suspirei e contei o que aconteceu no dia anterior.

— Eu falei que aquela sonsa ainda ia te dar problemas — vociferou quando terminei.

— Pois é, mas a culpa foi minha, tanto por ter combinado o jantar, quanto por ter dado livre acesso a ela para me levar documentos em casa.

— E depois disso vocês não se falaram mais?

— Achei melhor esperar as coisas esfriarem, ela saiu bem nervosa lá de casa.

— Se ficou com raiva é porque ainda sente alguma coisa por você. 

— Eu sei, mas ela ainda me culpa muito por tudo que aconteceu.

— E o que pensa em fazer agora? Você tem poucas semanas para reconquistar seu grande amor e acho que o primeiro passo é demitir a coelhinha — declarou e sorrimos.

— Você tem razão, mas a demissão da Natália não vai servir para nada, Dulce deve estar me odiando com todas as suas forças.

— Eu sei, mas as mulheres gostam de ver que o canalha que elas amam, demonstraram boa vontade, então mande a galinha da Natália para o olho da rua.

Beatrice tinha razão, sem contar que Dulce aflorou uma coisa que andava morta dentro de mim, ela reviveu meu desejo de lutar por alguma coisa, de conquistar algo que parecia impossível.

— Bom, de qualquer forma, hoje já é sexta e eu tenho que ir a Houston, dia de visitar Belinda, que Deus me ajude — comentei.

— Boa sorte, me ligue quando chegar, quem sabe você acompanhe eu e Poncho ao Sun Valley Country Bar — disse animada.

Uma das coisas que Alfonso era obrigado a fazer pela minha irmã, era sair para dançar, geralmente em um bar country ao qual ela gostava de ir. Eu tinha ido algumas vezes em solidariedade a ele, mas naquela sexta-feira eu voltaria tarde e não poderia acompanhá-los.

— Qualquer coisa eu ligo — falei para não a decepcionar logo de cara e depois nos despedimos.

Ao passar pela recepção, encontrei Natália concentrada na tela de seu computador.

Deveria demiti-la ali mesmo, mas ponderei sobre os conselhos que meu advogado tinha me dado a um tempo atrás e resolvi que iria pedir aos recursos humanos que a transferissem para outra filial, para só depois demiti-la; não queria ser acusado de assédio sexual nem nada do tipo, pois era exatamente o que eu achava que ela iria fazer.

— Eu não volto mais para o escritório hoje — avisei e passei por ela.

— Desculpe por ontem, senhor...

— Não se preocupe, já resolvi tudo — falei e segui até o elevador. Natália continuou em silêncio, pois sabia que a conversa tinha acabado.

Minutos depois, já estava no meu helicóptero, sobrevoando a refinaria e sentindo orgulho do império que construí.

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