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Christopher Uckermann

Se alguém me falasse a meses atrás que um dia eu estaria no almoço de domingo da família Saviñon, certamente eu não acreditaria. Estávamos no iate das Indústrias Saviñon, que tinha cerca de 459 pés, seis níveis de decks, dois helipontos e tudo de melhor e mais luxuoso que o dinheiro poderia pagar.

Passamos, uma semana em Aspen, depois três dias em Paris e quando retornamos da viagem saímos para jantar com Fernando e Blanca e pedi oficialmente a mão de Dulce Maria  em casamento, foi nesse dia que eles nos convidaram para almoçar com eles e por isso eu acabei conhecendo o resto da família.

Alexander foi a ponte para me entrosar com os outros integrantes da família e mesmo que todos fossem importantes dentro do clã, eu senti que eram pessoas fáceis de conversar e que provavelmente nossa convivência fosse ser tranquila.

Ninguém tocou em assuntos do passado, era como se todos tivessem colocado uma pedra naquele assunto, em nome da felicidade de Dulce.

— E quando vai ser o casamento? — a esposa de Harry questionou.

— Por mim poderia ser hoje mesmo — comentei e Dulce sorriu.

— Se quiser eu posso providenciar o Padre, assim ela desencalha de uma vez — Alexander provocou e todos gargalharam.

— Alex, não fale isso da sua irmã — Blanca o reprendeu.

— Estou brincando maninha — ele disse e os dois trocaram um olhar amoroso. Reconhecia a implicância deles, porque era exatamente assim comigo e Beatrice.

— Na verdade, vamos nos casar em três meses, na mesma igreja que a vovó Alyssa se casou aqui em Nova York, quero uma festa grandiosa com tudo que eu tenho direito — Dulce explicou.

Durante a nossa viagem ela até cogitou fazer uma cerimônia íntima para familiares e amigos próximos, mas eu a convenci que ela era uma princesa e merecia uma festa altura de seu título.

[...]

Dulce Maria Saviñon

Após o almoço, ficamos em uma das salas do iate, enquanto os homens foram para uma sala ao lado, mesmo assim eu conseguia escutar o pequeno interrogatório que Dominic fazia com meu noivo.

Ele perguntou sobre os negócios de Christopher, investimentos, a refinaria, só faltou perguntar o valor que ele tinha na conta bancária.

— A que horas termina o interrogatório do Dominic? — questionei quando Alexander se aproximou de mim.

— Seu noivo está se saindo bem, está todo mundo impressionado com as coisas que ele conquistou para poder ficar com você algum dia — brincou.

— Não acho que foi por minha causa — comentei.

— Foi sim, nada como um pé na bunda, para um homem sentir vontade de vencer na vida.

— Você é terrível — rebati.

— Depois de passar um tempo com ele no Texas, percebi que é um cara legal, responsável e que gosta muito de você, pena que o destino e as circunstâncias não ajudaram.

— Eu sei, mas vamos recuperar o tempo perdido agora — falei e sorrimos cúmplices.

Após o almoço, seguimos para a cobertura de Christopher, pois Leo estava com a babá no apartamento e no dia seguinte levaríamos ele em um especialista que tinha sido indicado pela minha mãe.

Christopher concordou que precisávamos incentivar mais a fala dele e apenas a convivência com a babá não faria isso, então além das terapias que ele fazia em Houston, daríamos um jeito de visitar outros médicos e especialistas para encontrar a melhor forma de ajudá-lo.

Faria jus a promessa que fiz para Belinda e cuidaria do filho dela como se fosse meu. Estava confiante nos médicos, mas acreditava que Leo tinha visto muita coisa entre Belinda e Christopher e que isso poderia ter contribuído para o atraso da sua fala ou o traumatizado de alguma maneira.

Eu jamais falaria isso para Christopher, meu papel ali, era ajudar aquele pequeno com as terapias certas para que muito em breve ele estivesse tagarelando pela casa.

— Vem cá — Christopher chamou quando entrei em seu escritório.

Ele estava analisando um contrato que seria fechado no dia seguinte, por isso lhe dei algumas horas de descanso, ou estaria trancada com ele no quarto.

Enquanto ele trabalhava eu fiquei pesquisando coisas para o casamento e estava encantada com todas as ideias que surgiam em minha cabeça.

Caminhei pelo escritório e ele afastou a cadeira para me dar espaço. Sentei-me em sua coxa e entrelacei os braços em seu pescoço.

— Tenho uma proposta para te fazer — ele disse por fim.

— Estou ouvindo.

— Pensei em montar um laboratório de restauração para você em Sun Valley, do mesmo jeito que você tem aqui em Nova York, tipo uma filial do seu negócio.

— Achei a ideia fantástica, eu gosto de Sun Valley e gosto de ficar perto de você, mas meus clientes em potencial sempre mandam as peças para Nova York.

— Isso não será um problema, posso mandar meu avião buscar suas peças e trazer para cá, sua equipe restaura e depois volta para lá.

— Uau, você está mesmo empenhado. Não quero nem pensar nos milhares de dólares em combustível que você vai gastar para fazer toda essa logística.

— Sorte a sua que vai se casar com o Rei do Petróleo, então isso não será um problema — brincou e me deu um beijo na ponta do nariz. — Não pouparei esforços e recursos para poder acordar com você todos os dias do meu lado.

— Se é assim, eu aceito — disse e nos beijamos.

Eu sempre gostei de viver em Nova York, mas depois de ter passado aquela temporada no Texas, aquele lugar ganhou meu coração, sem contar que iria continuar trabalhando com o que eu gostava e ainda poderia ficar com o amor da minha vida.

— Tem outra coisa que preciso falar com você — ele disse quando afastei minha boca da sua.

— Pode falar.

— Em seu leito de morte, Belinda revelou um último segredo para a enfermeira. Pensei em não falar nada para você, mas acho que será importante para que continue confiando em mim.

— O que foi que ela aprontou? — questionei com a testa franzida.

— Contratou a Natália para se envolver comigo e mantê-la informada sobre todos os meus passos. A história da gravidez também foi coisa dela, e pelo que eu entendi, só desfez a merda toda quando viu que comecei a beber por causa do nosso rompimento. Ela temia que eu tivesse o mesmo fim que ela e isso a fez voltar atrás, mas não teve coragem de falar a verdade para mim, muito menos para você.

— Nossa, eu não sei o que dizer — comentei, desconcertada e bastante irritada.

— Pois é. Mas isso não terá a menor chance de acontecer novamente, não existe qualquer possibilidade de eu olhar para outra mulher que não seja você — galanteou.

— Espero mesmo — alertei e nos beijamos.

Não quis falar mal da Belinda na frente dele, mas aquele último segredo me deixou pensativa. Ela realmente era obcecada por nós e se estivesse viva, nunca nos deixaria em paz.

Tentei me colocar no seu lugar e consegui entender um pouco do seu sofrimento. Seria terrível se eu amasse Christopher e ele fosse completamente apaixonado por outra mulher. Foi pensando dessa forma que eu resolvi perdoá-la e virar aquela página, para finalmente começar a escrever o nosso para sempre.



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