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Dulce Maria Saviñon

DIAS DEPOIS...

Meus pais me convidaram para ir jantar com eles no nosso restaurante preferido para comemorar meu aniversário antecipado, já que no dia eles estariam viajando.

Já estava pronta para sair do meu apartamento quando meu telefone tocou e meu coração acelerou ao ver o nome de Christopher na tela.

— Alô — atendi, ansiosa.

Estou com saudades — ele disse e meu coração acelerou ainda mais.

— Eu também, como estão as coisas por aí? — questionei.

Graças a ajuda do seu irmão a investigação ganhou outra direção e o xerife prendeu um suspeito que acabou abrindo o bico. Parece que o Suarez, que na verdade não tinha esse nome porque usava documentos falsos, era envolvido com cartel de drogas, tráfico humano e outras coisas pesadas. O cartucho encontrado perto do corpo bate com os encontrados em outros quatro assassinatos e o xerife está achando que os próprios comparsas deram um fim nele. Enfim, é uma longa história que prefiro te explicar pessoalmente.

— Não sabe o alívio que estou sentindo por saber que você não é mais suspeito. Agora eu quero saber quando a gente vai se ver — questionei com as borboletas dançando no estômago.

É sobre isso que eu quero falar com você. A Belinda faleceu sábado e eu passei esses dias todos cuidando do que era necessário para seu enterro, assim como assuntos documentais relacionados aos bens que o Leo vai receber, essas coisas.

— Sinto muito, Christopher, você precisa de alguma ajuda? — perguntei com sinceridade.

Não. Ela já foi velada e sepultada, acredito que está descansando agora.

— E como você está com tudo isso? — questionei

— Resolvendo um problema de cada vez. Bom, eu liguei mesmo para saber se podemos passar seu aniversário juntos.

— Claro que podemos, será meu melhor presente, estou morrendo de saudade — declarei.

Perfeito. Eu tenho que resolver algumas coisas por aqui, mas vou te buscar em Nova York para irmos ao nosso destino.

— Que destino?

Surpresa. Deixe alguém em seu lugar no trabalho, não vou te devolver tão cedo — ele disse e senti um frio na barriga.

— Combinado.

Finalizei a ligação sentindo o coração explodindo, sentindo que finalmente poderíamos viver o nosso amor.

[...]

— Você está linda, filha — mamãe disse quando me encontrei com eles no Daniel.

— Obrigada, mamãe — falei e fomos guiados para a nossa mesa.

Nós nos acomodamos, fizemos nossos pedidos e mamãe perguntou como estavam as coisas com Christopher.

— Ele me ligou agora há pouco. A Belinda faleceu semana passada, mas ele só me falou hoje — expliquei.

— Que coisa terrível, filha.

— Eu sei, mamãe, por mais que tivéssemos as nossas diferenças eu nunca desejei o mal dela.

— Soube que ele também conseguiu resolver aquele outro problema — papai comentou.

— Sim e o Alex ajudou bastante, aliás, vocês todos. Obrigada, papai — agradeci.

— Agora esse casamento sai — papai disse e sorrimos.

— Deus te ouça — desejei e bebi um gole de vinho.

Em certo momento do jantar, meus pais se levantaram para ir ao banheiro e fiquei sozinha na mesa.

— Como vai, Dulce Maria? — Rodrigo inquiriu e se sentou na minha frente.

— Bem e você? — perguntei por educação.

Ainda estava chateada comigo mesma por ter ido para o apartamento dele.

— Melhor agora, mas queria falar com você sobre um assunto delicado.

— Que assunto? — questionei.

— Estou a fim de uma amiga sua e queria saber se está tudo bem seguir em frente — declarou.

Não sabia se ele estava fazendo aquilo com intuito de me deixar com ciúmes, mas em se tratando de Rodrigo, era mais fácil que ele realmente estivesse interessado nessa pessoa.

— Zero problema de minha parte, mas posso saber quem é a vítima?

— No momento certo você saberá — ele disse e levou minha mão aos lábios. — Quando eu estiver feliz e casado com ela, você vai ver que perdeu um partidão — gracejou e eu soltei uma risada. — Agora eu tenho que ir — disse, soltando minha mão, e se foi.

Fiquei pensando em qual de minhas amigas poderia ter despertado o interesse do Rodrigo e não cheguei a nenhuma conclusão.

De qualquer forma, aquilo não era da minha conta, minha única preocupação depois que saísse dali era ir para casa, arrumar as malas e esperar pelo meu amor.

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