Dulce Maria Saviñon
O dossiê feito por Sanders era bem detalhado e apenas validava tudo o que já ouvira falar a respeito de Christopher: ele tinha saído com as garotas mais populares da universidade e nunca assumiu nenhuma.
Sobre o Christopher em si, não havia nada que pudesse nos afastar, mas fiquei chocada ao saber que o pai dele tinha tirado a própria vida por causa de dívidas de jogo. Se ele não me falou sobre isso era porque não queria que ninguém soubesse, então se a Beli abrisse a boca, seria eu quem arcaria com as consequências.
— Eu sempre falei que tinha alguma coisa de errado com ela — Annie disse quando eu contei o que tinha acontecido.
— Pois é, estou achando que ela vai contar tudo para ele — constatei temerosa.
— Provavelmente sim, mas ele deve imaginar que a sua segurança não o deixaria se aproximar sem fazer uma boa investigação, Dulce, Christopher não é bobo.
Suspirei após trancar o envelope dentro do cofre, lugar onde deveria estar desde sempre, e caminhei pelo escritório, inquieta, esperando a ligação que colocaria fim à minha felicidade.
— De qualquer forma, acho que você deveria ligar para sua mãe, ela vai saber te preparar para enfrentar o que vier, caso a Belinda fale alguma coisa
— Não quero envolver a mamãe nisso.
Se ela soubesse dos detalhes desse relacionamento, ficaria farejando todos os possíveis desfechos e isso me deixaria insegura, o que poderia atrapalhar meu lance com Christopher; não, eu só abriria o jogo com ela em caso de emergência.
— Bom, eu não acho que ele vá terminar tudo com você por causa disso, mas é bom ficar de olho nela.
Concordei e depois fomos para a cozinha, quem sabe uma boa refeição acalmasse a gastura que eu estava sentindo no estômago; embora achasse que só ficaria tranquila quando me certificasse de que as coisas ficariam bem entre mim e Christopher.
[...]
No dia seguinte, quando avistei o grupinho da Beli, fiz de conta que não a conhecia e passei direto. Isso se repetiu nos dias subsequentes e levantou rumores de que havíamos nos desentendido.
Ela havia mantido sua palavra de não falar nada para Christopher, mesmo assim eu não confiava mais e preferia que não fôssemos mais amigas.
Na sexta-feira, após a última aula, já na parte da tarde, ela se aproximou e, receosa, questionou:
— Podemos conversar?
— Belinda, o que você fez foi bem grave para mim, eu não consigo ser amiga de alguém em quem não posso confiar, então eu acho melhor você não falar mais comigo — expliquei e tentei passar, mas ela me segurou.
— Dulce, você não entende, se deixar de ser minha amiga será o meu suicídio social — disse, alarmada.
— Uau! Então é com isso que você está preocupada?
— Não, quer dizer, não é só isso. Olha, eu sempre fui muito leal a você desde que chegou aqui sem conhecer praticamente ninguém, não acha que deveria levar isso em consideração?
Ela era inacreditável.
— Vai me chantagear agora?
— Claro que não, só estou falando que amigas se protegem. Eu prometi que não falaria para o Christopher sobre a investigação que seu pessoal fez sobre ele e não vou fazer isso.
Quanto mais ela falava, mais raiva eu sentia.
— Amigas também não mexem nas coisas uma das outras sem autorização. Ainda que estivesse mesmo precisando do grampeador, o que ambas sabemos que não é verdade, você jamais poderia ter bisbilhotado as minhas gavetas — devolvi irritada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dinastia
RomanceDulce Maria Saviñon e Christopher Uckermann se conheceram na universidade, um encontro improvável entre mundos opostos. Ela, herdeira de uma das dinastias mais influentes e poderosas do planeta, sempre viveu cercada de poder e luxo. Ele, um jovem ne...