Dulce Maria Saviñon
Assim que Annie entrou em casa, eu a chamei para termos uma conversa séria.
— Está certo, me desculpe por te fazer passar por isso, talvez a minha desconfiança com a Beli tenha ido longe demais — admitiu.
— É exatamente o que eu penso, então, por favor, não me incentive mais a fazer esse tipo de loucura, eu me senti muito mal — declarei e ela assentiu.
— Prometo que não vou mais me meter no seu relacionamento — ela disse com expressão culpada.
Eu odiava o fato de estar discutindo com a minha melhor amiga por causa de um homem, mas naquele caso eu precisava impor alguns limites. Eu nunca critiquei o estilo de vida que ela levava ou falei mal dos caras com quem saía, então queria que ela tivesse a mesma consideração comigo.
— Tudo bem, agora eu vou dar uma saída — falei e nos despedimos. Talvez algumas horas longe de casa me ajudassem a pensar.
Peguei minha bolsa, coloquei um casaco e avisei ao Sanders que iria caminhar um pouco.
Eu dificilmente saía sozinha, Annie estava comigo em todos os momentos, e estar sozinha naquela caminhada ligou um sinal de alerta dentro de mim: Christopher mal tinha entrado na minha vida e já estava causando rachaduras na nossa amizade.
Por outro lado, eu sentia que não estava errada em me posicionar daquela forma, pois precisava que ela respeitasse meu espaço, e se no final eu estivesse errada, que ela me desse seu ombro para chorar.
Depois de quase vinte minutos caminhando, avistei Beatrice entrando na cafeteria onde havíamos dos encontrado dias atrás. Ela estava usando jeans preto, moletom cinza e tênis. Um look super descolado e que combinava bastante com ela.
Como eu não tinha nada para fazer naquele final de tarde, resolvi que um café com ela poderia ser uma boa distração.
Atravessei a rua, entrei na cafeteria e segui para a mesa dela.
— Olá, Bea — falei ao me aproximar.
— Ei, Dulce, que coincidência — ela disse e me abraçou.
— Vi você entrando e resolvi te dar um oi.
— Ah, que bom, então senta e vamos tomar um café — sugeriu.
Pedimos dois cafés e dois pedaços de torta e comemos enquanto ela falava sobre o seu curso de dança.
— Bea, não sei se você já sabe, mas estou saindo com seu irmão — comentei.
— Ah, hum... sei, sim — ela disse e desviou o olhar.
— Estive na sua casa algumas vezes, mas não te encontrei por lá — continuei.
— Eu estudo na parte da manhã, trabalho na biblioteca à tarde e tenho aulas de dança à noite, por isso volto pro apartamento só pra dormir.
— Uma rotina bem exaustiva.
— É, mas eu gosto, depois de tudo que aconteceu naquele dia, o que eu mais quero é manter minha mente ocupada com o máximo de atividades — declarou.
— O Christopher nunca mais me falou sobre como está o processo contra aqueles rapazes — comentei para ver se ela me contava alguma novidade.
— Ele também não me fala nada, só disse pra eu ficar tranquila que ele estava resolvendo tudo.
— Se precisarem de qualquer coisa, podem contar comigo — ofereci e apertei a mão dela por cima da mesa.
Beatrice me observou por alguns segundos e sorriu.
— Você é muito legal, Dulce, espero que o meu irmão não estrague tudo ou vou ficar muito furiosa — ela brincou.
— E por que ele estragaria tudo? — questionei em tom divertido.
— Porque ele tem um talento especial para magoar as pessoas que ama, sou prova viva disso — afirmou e eu assenti.
Queria ter o poder de distinguir se à minha frente estava só uma garota magoada com o irmão protetor, ou se havia fundamento em suas palavras.
Mudamos de assunto, bebemos mais uma rodada de café e depois decidimos ir embora.
— Eu tenho aula de dança daqui a pouco, mas se quiser ir comigo pra casa e fazer uma surpresa pro Christopher... — ela sugeriu.
Eu ainda não estava a fim de ir para casa e a ideia de Beatrice pareceu uma boa forma de ficar longe por mais algumas horas.
— Será que ele não vai achar ruim?
— Óbvio que não, vamos — ela disse e eu assenti.
Caminhamos por cerca de dez minutos antes de chegarmos ao prédio onde eles moravam. Bea abriu a porta principal e subimos os dois lances de escadas enquanto ela falava sobre como era terrível fazer aquele mesmo trajeto depois de horas de ensaio.
Ela abriu a porta do apartamento e quando entramos avistei Christopher atravessando a sala apenas com uma toalha enrolada no quadril, enquanto uma música do Bon Jovi tocava baixinho.
Beatrice deveria estar acostumada com a cena, mas eu fiquei com água na boca. Ele tinha uma estrutura física máscula e perfeita.
— Dulce! — exclamou, levemente surpreso, e se aproximou.
— Sua irmã me convenceu a vir aqui te fazer uma surpresa, espero que não esteja atrapalhando — comentei.
— Você nunca atrapalha — respondeu e me deu um beijo. — Vou colocar uma roupa e já volto — avisou e sumiu dentro do corredor.
— Fique à vontade — disse Bea, indo na mesma direção. Christopher voltou alguns segundos depois, usando jeans e suéter. Quase suspirei em aprovação.
— Eu só vim pegar a roupa pra aula e já estou de saída — Bea disse, voltando e interrompendo a nossa troca de olhares.
— Boa aula — falei e ela se despediu de nós.
— De todas as coisas certas que a Bea fez, trazer você aqui hoje foi a melhor delas — ele garantiu, segurou-me pela cintura e me beijou.
Eu amava estar em seus braços, ainda mais quando era devorada por sua boca deliciosa. Sem separar nossas bocas, ele caminhou comigo pelo apartamento até cairmos no sofá.
Soltei uma risada alta com o impacto dos nossos corpos se chocando e depois voltei ao que estava fazendo.
Senti sua mão descendo pela lateral do meu corpo e depois subindo pela coxa. Seu toque, mesmo por cima do tecido da saia, causou arrepios deliciosos pelo meu corpo.
— Você é maravilhosa — sussurrou entre os meus lábios e deu uma leve inclinada no quadril, fazendo-me sentir sua ereção.
Suspirei sabendo que se não o afastasse, as coisas sairiam de controle, mas era tão difícil resistir.

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Dinastia
RomanceDulce Maria Saviñon e Christopher Uckermann se conheceram na universidade, um encontro improvável entre mundos opostos. Ela, herdeira de uma das dinastias mais influentes e poderosas do planeta, sempre viveu cercada de poder e luxo. Ele, um jovem ne...