🍁Edward
A chuva fina batia contra o para-brisa do carro enquanto eu dirigia pelas ruas vazias de Londres. O relógio no painel marcava 3h07 da manhã, e eu estava à beira de um colapso. As ruas, iluminadas pelos postes amarelados, pareciam infinitamente solitárias. Cada esquina que eu virava trazia uma nova onda de preocupação.
Eu havia passado as últimas horas procurando Harry. Liguei para o celular dele dezenas de vezes, mas sempre ia direto para a caixa postal. Minha mente estava em um turbilhão, cheia de imagens do meu irmão em perigo, perdido, ou, pior, recaído.
Enquanto dirigia por um bairro afastado — o mesmo que ele costumava frequentar nos piores momentos da sua vida —, meu celular começou a vibrar no banco ao lado. Peguei o aparelho com mãos trêmulas e atendi sem nem olhar o número.
— Alô? — minha voz saiu rouca, carregada de tensão.
— Detetive Edward? — Era uma voz masculina e profissional.
— Sim, sou eu. Quem está falando?
— Aqui é o delegado Henry, de plantão na delegacia central. Seu irmão, Harry, foi detido há pouco.
Meu coração parou por um segundo, e depois voltou a bater com força, disparado.
— Detido? — repeti, a voz falhando.
— Sim. Ele tentou invadir uma residência. O proprietário chamou a polícia e eles o pegaram no quintal da casa.
— Meu Deus... — sussurrei, o mundo ao meu redor parecendo girar.
— Preciso que você venha até aqui, detetive. Ele está seguro, mas precisamos resolver isso.
— Estou a caminho.
Desliguei o telefone e encostei o carro no acostamento. Meu corpo inteiro tremia. Fechei os olhos, tentando reunir forças, mas tudo o que eu conseguia ver era a imagem de Harry sendo arrastado para o fundo de um poço, sem que eu pudesse alcançá-lo.
Pisei no acelerador e dirigi até a delegacia. Quando cheguei, o ambiente frio e impessoal me atingiu como um soco no estômago. O som das teclas de computadores e das conversas abafadas dos policiais de plantão parecia distante enquanto eu me aproximava do balcão.
— Detetive Edward. — O delegado Henry veio ao meu encontro. Ele era um homem alto, de expressão séria. — Seu irmão está na sala de contenção.
— Ele está bem? — perguntei, a voz trêmula.
— Fisicamente, sim. Mas ele está muito alterado. Não me leve a mal, mas seu irmão faz uso de drogas ou é considerado apto mentalmente? — Perguntou o homem e eu senti como se o mundo estivesse caindo em minha cabeça.
— Ele está com problemas mentais, eu estou fazendo o que eu posso — Respondi me segurando para não desabar.
Segui o delegado até a sala. Quando a porta se abriu, vi Harry sentado em uma cadeira de plástico no canto do ambiente. Seus cabelos estavam bagunçados, e ele segurava a cabeça com as mãos. Ele parecia exausto, mas, acima de tudo, perdido. Fora do planeta terra.
— Harry... — chamei, entrando na sala.
Ele levantou a cabeça, e os olhos dele, vermelhos e inchados, encontraram os meus.
— Você veio. — Sua voz era baixa, quase um sussurro.
— Claro que eu vim. — Meu tom era firme, mas cheio de preocupação. — O que você fez, Harry?
Ele desviou o olhar, apertando as mãos no colo.
— Eu só queria... Eu só queria parar de sentir essa merda dentro de mim.
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DOIS ALFAS UMA BARRIGA DE ALUGUEL [CONCLUÍDO]
Fiksi PenggemarLouis Tomlinson busca recomeçar a sua vida e decide ser barriga de aluguel. Harry um policial e Edward um bombeiro buscam um filho, e se? Uma fic Larry Original