🍁Louis
O choro estrondoso explodiu no silêncio da noite, rasgando o véu da tranquilidade. Acordei com o coração martelando no peito, o som da babá eletrônica ao lado da cama vibrando como um grito que cortava a alma. Ao meu lado, Harry e Edward dormiam profundamente, os rostos cansados e serenos, ainda presos nos sonhos de um dia exaustivo.
Minha mente hesitava, mas meu corpo já se movia por instinto. Levantei-me com passos apressados, o chão frio contra os pés descalços enviando arrepios por todo o meu corpo. A casa estava mergulhada em uma escuridão que a chuva lá fora parecia intensificar. O som da água batendo contra as janelas era ritmado, como uma batida constante de dedos invisíveis.
Quando entrei no quarto dos bebês, o coração desacelerou um pouco. Eles estavam ali, pequenos e perfeitos, respirando calmamente no berço. O choro havia cessado. O ar estava fresco, quase doce, com o cheiro suave do sabão que usávamos nas roupinhas deles. Inclinei-me, ajustando as cobertas e ninando-os com um movimento suave.
Sentei-me na cadeira de balanço ao lado, o corpo relaxando pela primeira vez desde que acordara. O som da chuva era quase hipnótico, um sussurro que embalava os pensamentos para longe. Fechei os olhos por um momento, mas algo no ar mudou.
Um som — baixo, irregular — quebrou o silêncio.
Abri os olhos.
A porta do quarto balançava levemente, batendo contra a parede a cada rajada de vento. Levantei-me devagar, os músculos tensos com uma sensação súbita de inquietação. Fui até a cozinha, seguindo o caminho com passos cuidadosos, cada sombra parecendo se alongar e se mover nas bordas da minha visão.
Quando cheguei à janela, senti o ar frio invadindo o ambiente. Estava entreaberta. Segurei a aba para fechá-la, mas antes de puxar, meus olhos captaram meu reflexo no vidro. Atrás de mim, uma sombra escura, imóvel, ocupava um canto mal iluminado da sala.
Meu coração parou.
Girei o corpo com um puxão, os olhos arregalados, mas não havia nada ali. O ar parecia mais denso, carregado de uma presença invisível que apertava meu peito. Coloquei a mão no coração, tentando acalmar as batidas frenéticas.
Então, o toque suave.
Três batidas lentas na porta da sala.
O som reverberou como um eco oco, cada golpe perfurando a realidade ao meu redor. Com o ar preso nos pulmões, movi-me para a porta, o corpo tenso com medo. No chão, sob a fresta da porta, algo foi empurrado. Um bilhete.
Peguei-o com mãos trêmulas.
"Te achei, meu ursinho."
O sangue gelou nas minhas veias. Meu corpo ficou pesado, como se algo invisível o estivesse prendendo ao chão. Dei um passo para trás, o bilhete escorregando dos meus dedos.
O som seco da porta do quarto dos bebês se fechando me fez virar de súbito. O grito ficou preso na garganta, o pânico uma corrente elétrica que me impulsionava para frente. Corri.
A maçaneta estava fria e rígida sob minha mão quando bati freneticamente.
— Bebês! — gritei, a voz carregada de desespero. — Abram! Abram!
A porta se abriu lentamente, rangendo como um lamento.
Entrei no quarto.
O berço estava vazio.
O coração parou de bater.
— Não... não... — Meus joelhos falharam, o chão parecia desmoronar sob meus pés.
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DOIS ALFAS UMA BARRIGA DE ALUGUEL [CONCLUÍDO]
Hayran KurguLouis Tomlinson busca recomeçar a sua vida e decide ser barriga de aluguel. Harry um policial e Edward um bombeiro buscam um filho, e se? Uma fic Larry Original