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Narra Ross
Eram exatamente 23:09h da noite, ainda estávamos todos á procura deles. Rocky e Rydel ligavam de vez em quando, para mim ou para a Ana, pois queriam saber onde estávamos e se os tínhamos encontrado. Infelizmente, para todos nós, ainda não os havíamos encontrado. Era suposto termos ido embora nesta tarde, depois de nos termos encontrado para tocarmos um pouco. Parece que tal coisa não aconteceu. Andávamos a caminhar á kilometros. Metemo-nos por meio de caminhos que nunca tínhamos visto na vida. Estávamos a passar pelo meio de umas árvores. Os ramos delas eram baixos e embatiam-nos na cara, sendo que os tínhamos de afastar para não nos magoarmos.

Narra Riker
Estávamos os dois a dormir profundamente, quando de repente ouço o som de ramos a mexerem-se. Acordo de imediato. Com tal sobressalto, Isa também acorda. Não sabíamos o que estava atrás daquelas árvores. Mas não parecíamos estar muito interessados. Isa encostou-se a mim e abraçou-me com o medo que sentia.

Isa: eu disse que não queria passar aqui a noite.
Riker: não havia outra hipótese.
Isa: estou com medo. O que será?
Riker: não sei.
Isa: vai lá ver.
Riker: eu!?
Isa: sim. Não queres que eu vá.
Riker: não. Mas também não quero ir.

O som dos ramos a bater aproximava-se. Era cada vez mais audível e mais fácil decifrar o que seria. Alguns dos pássaros das árvores fugiam com medo. Os bichos escondiam-se nas suas casas. Isa agarrou o meu braço com força. Era a única coisa que me transmitia segurança naquele momento. Um grito fez se ouvir na floresta inteira. Isa largou o meu braço e foi a correr em direção ao som. Ainda a tentei impedir. Mas ela foi na mesma.

Narra Ana
Estávamos a andar pelo meio do caminho, afastando os ramos que vinham de encontro á nossa cara, quando de repente olho para o chão e vejo uma aranha grande e peluda a passar. Assustei-me e sem querer deixei fugir um grito. Até Ross se assustou. Ouvi paços a virem apressadamente na nossa direção. Antes que me pudesse aperceber de quem era, já estava em cima de mim a abraçar-me.

Isa: finalmente chegaram. - diz desfazendo o abraço
Ross: tínhamos sido mais rápido se não tivessem ido para tão longe.
Isa: mas nós não fomos. O Riker é que tentou encontrar o caminho quando nós já nos encontrávamos perdidos e parece que fez pior.
Riker: Isa? Estás aí? - grita do outro lado dos ramos
Isa: pois, eu não lhe disse nada ainda.
Ross: já reparamos.
Isa: tive uma ideia.

Narra Isa
Contei a ideia que houvera tido a Ana e Ross e eles alinharam na situação. Logo começou a ação.
Sai a correr do meio dos ramos e quando avistei Riker corri ainda mais depressa em direção aos seus braços. Mal entrei em contacto com eles abracei-o fortemente.

Riker: o que é que te aconteceu? Tens a camisola rasgada.
Isa: Riker. Tive tanto medo. - digo com a respiração ofegante
Riker: acalma-te.
Isa: não posso. Eles vêm na nossa direção. Descobriram nos. - digo abraçando-o com força
Riker: eu protejo-te. Não te preocupes.
Isa: Riker.
Riker: tem calma. Nada de mal te vai acontecer.

Ross e Ana começaram a fazer um barulho estridente com os ramos, logo de seguida, quando reparei que Riker se encontrava tenso e com medo do que iria acontecer, Ross e Ana saíram do meio dos ramos a gritar.

Riker: ahhhh! - grita
Todos: Ahahahah!
Riker: são vocês. Que susto.
Ross: estava difícil encontrar-vos.
Riker: não acredito que tu estavas por de trás disto. - diz virando se para mim
Isa: surpresa!
Ana: temos de avisar os outros que vos encontramos.
Ross: eu ligo para eles.

#ChamadaOn

Ross: oi.
Rocky: olá. Então.
Ross: encontramo-los.
Rocky: ainda bem.
Ross: já podem voltar ao acampamento. Aproveita e avisa os outros que já os encontramos.
Rocky: claro. Obrigado por avisares.
Ross: de nada.

#ChamadaOff

Depois de avisarmos Rocky e Kayla regressamos ao acampamento a pé. Tínhamos uma longa viagem pela frente. Desta vez muito mais descansada. Íamos devagar, as nossas forças não nos permitiam mais. Nenhum de nós comia á horas. Não bebemos nada. No caso de Ross e de Ana, nem sequer tinham descansado, ou parado para dormir. Era uma viagem longa. Onde o silêncio reinava. Não era aquele tipo de silêncio constrangedor. Eram um silêncio confortável, que nos fazia sentir relaxados. Caminhamos por mais umas horas. Quando chegamos ao acampamento fomos recebidos com abraços por parte de todos. Sentamo-nos todos em roda, com uma lanterna no nosso meio a iluminar e acabamos com a comida que ouveramos trazido. Não sobrou nada. Estávamos cheios de fome. Mas depois de um dia como este, sabe bem pudermos nos deitar e descansar em paz finalmente.
Fui para a tenda com Riker, agarrando na sua mão. Deitamo-nos lado a lado e cobrimo nos. Nunca tive tantas saudades de uma mantinha. Sentia-me quentinha.

Isa: isto sabe tão bem. - digo enroscando me mais na manta - Tive tanto frio.
Riker: eu sei que sim.
Isa: como é que sabes? Eu não disse nada.
Riker: mas quando estavas a dormir eu sentia-te a tremer.
Isa: Ah. Mas eu depois deixei de ter frio.
Riker: porque eu enrosquei-te em mim e abracei-te.
Isa: ohhh. Foste um querido.
Riker: obrigado.
Isa: acho que vou adormecer.
Riker: então, boa noite.
Isa: boa noite. - digo dando-lhe um beijo na ponta do nariz

Desliguei a luz da lanterna, aconcheguei-me, enrosquei-me na mantinha e logo de seguida adormeci. Nunca me tinha acontecido tal coisa assim. Nunca me tinha perdido no meio do nada. Pelo menos tinha alguém a meu lado para me fazer companhia, para poder conversar e passar um bom bocado. Haviam alturas que até me esquecia que estava perdida, devido ao facto de estar distraída a falar com Riker. Sinto que ele me faz bem, como nunca ninguém me fez.

......

Afinal, não foi uma simples viagemOnde histórias criam vida. Descubra agora