Aproximei o meu dedo da campainha e com algum receio do que fosse acontecer a partir daquele momento, toquei. Kayla veio abrir a porta pouco tempo depois. Estava com um ar triste, tinha o cabelo despenteado e estava a usar apenas uma t-shirt comprida que lhe chegava até meio das cochas. Aproximou-se lentamente do portão, fixando em mim e abriu-o. Deu permissão para que entrássemos e assim o fizemos. Kayla estava calada e ia sempre atrás de nós enquanto entrávamos dentro de casa em direção á sala. Tanto eu como Ana sentamo-nos no sofá.
Kayla: desculpem pela quantidade de pó. - diz meia envergonhada
Ana: não te preocupes com isso. É o mínimo. Nós estamos cá hoje porque tu e o Rocky tem de falar.
Kayla: eu acho que nós já dissemos tudo um ao outro.
Ana: discordo plenamente. Eu vos deixar sozinhos. - diz levantando-se - Estou lá fora á tua espera. Quando quiseres aparece.
Rocky: não te preocupes.
Ana saiu da sala, deixando-me sozinho com Kayla que logo ocupou o lugar de Ana. Estava um silêncio constrangedor entre nós. Parecia que não havia mesmo nada para dizermos um ao outro. Kayla estava de cabeça baixa, a olhar para o chão e com uma expressão triste na face. Levantei-lhe a cabeça com o indicador e o pulgar e afastei-lhe os cabelos da frente da cara com a outra mão.
Rocky: desculpa Kayla. Não deveria de ter ignorado todos os pedidos de desculpa. Se isto aconteceu a culpa foi minha. É que eu não imaginava a minha vida sem ti e quando te recusaste a estar comigo eu desmoronei por dentro completamente. Já não sabia qual era o norte na minha vida.
Kayla: eu também não agi da forma mais correta. Não devia de me ter recusado a estar contigo, mas quando percebi o quão mal fiz já era tarde demais. Já estávamos chateados, eu já aqui estava. Se tu não tivesses aqui vindo eu duvido que eu tivesse coragem de aparecer a tua casa para pedir desculpa.
Rocky: eu também não iria ter coragem, foi a Ana que me obrigou.
Kayla: ainda bem que ela o fez. Senão provavelmente nós nunca mais falaríamos um para o outro.
Rocky: neste últimos dias todos têm perguntado por ti, só que eu não lhes digo nada em relação a teres vindo para aqui. Só a Ana é que sabe.
Kayla: como é que as coisas ficam entre nós?
Rocky: diz me tu.
Coloquei a minha mão na sua cintura e puxei-a para o meu colo. Entrelacei os nossos lábios num beijo calmo e ela puxava-me cada vez mais para si. Eu não queria que aquele momento acaba-se. Queria vivê-lo para o resto da minha vida. Kayla puxou-me cada vez mais para si, parecia que nem ela queria acabar com aquilo. Eu fiz o mesmo. Quando os nossos corpos já se encontravam colados, terminei o beijo e abracei-a com todas as minhas forças. Senti tanto a sua falta.
Kayla: eu amo-te Rocky, não sei como fui capaz de fazer o que fiz.
Rocky: já não me preocupo mais com isso. Porque sei que agora és minha.
Kayla: queres ficar cá esta noite?
Rocky: é melhor não. Tenho a Ana á minha espera lá fora. E não a posso deixar ir sozinha para casa.
Kayla: entendo.
Rocky: fica para a próxima.
Kayla: com todo o gosto. Hoje queres ir jantar?
Rocky: quero. Depois passo por aqui para te vir buscar.
Kayla: ótimo.
Narra Ana
Estava encostada no murro de casa de Kayla quando ouço a porta da frente a abrir. Desencostei-me de imediato e fui ver como havia corrido. Quando olhei estavam os dois a beijarem-se e no final Rocky a envolveu-a num abraço apertado. Sorri e Kayla apercebeu-se de tal, de forma que me disse "obrigada" com os lábios apenas. Acenti com a cabeça e de seguida Rocky veio ter comigo. Despedi-me de Kayla, tal como Rocky e seguimos caminho.
Ana: então, como é que correu?
Rocky: acho que percebeste.
Ana: sim, percebi que vocês já estão juntos de novo, mas queria saber como correu quando vocês estavam sozinhos na sala.
Rolou: no princípio nenhum de nós queria falar, mas eu depois tomei a iniciativa e pedi-lhe desculpa, ela fez o mesmo e chegamos á conclusão que os dois tivemos culpa do que se passou. Depois demos um beijo e prontos.
Ana: ohhh que queridos.
Rocky: e hoje á noite vou jantar fora com ela.
Ana: parece que querem começar tudo de novo.
Rocky: pois parece. Mas vai ser bom.
Ana: sim, vai ser.
Continuamos a nossa longa caminhada até casa e quando la chegámos já eram 17:39h. Não havíamos comido nada desde que paramos no café. Entramos em casa e no sofá encontrava-se Rydel e Ellington a lerem um livro a Thomas para que este adormece-se.
Perto deles encontravam-se Riker e Isa, enroscados um no outro a ver o filme que passava na televisão.
Riker: onde é que vocês foram?
Ana: resolver uns assuntos.
Isa: e que assuntos são esses?
Ana: nada que já não esteja resolvido. - sorrio para Rocky
Rocky: não se preocupem. - sorri de volta
Riker: alguma coisa se passa, podem nos dizer o que?
Ana: nada.
Subimos as escadas até ao piso de cima e reparei que todos nos observavam do sofá. Rocky foi para o seu quarto e eu fui para o quarto de Ross, visto que ele devia de lá estar. Entrei no quarto e vi Ross deitado na cama de barriga para baixo e de boxers, com os auscultadores nos ouvidos e a cantar a música que passava. Ri de imediato da situação, mas ele não ouvia. Deitei-me a seu lado e comecei a mexer no seu cabelo, ele retirou de imediato os fones e focou a sua atenção em mim.
Ross: já chegaste do passeio com o Rocky?
Ana: estás com ciúmes de ter ido com ele, em vez de ter ido contigo?
Ross: por acaso até tenho, parece que quem namora são vocês os dois, e não nós os dois.
Ana: não digas isso, se soubesses o que fui fazer com ele nunca terias dito tal coisa.
Ross: então diz-me o que é que foste fazer com ele. Estou á espera.
Ana: eu não te posso dizer. Ele não quer que ninguém saiba.
Ross: pois. A velha desculpa.
Ana: Ross, não sei porque é que estás a desconfiar de mim, eu alguma vez te dei motivo para isso?
Ross: não. Mas não percebo porque é que não me contas.
Ana: eu conto-te só para deixares de desconfiar de mim, mas não podes dizer a ninguém.
Ross: não te preocupes, eu não digo.
Fiquei a contar tudo o que se houvera passado desde o princípio, nem ele acreditava que Rocky e Kayla haviam dado um tempo á relação. Continuei a história e Ross estava sempre com aquela cara de surpreso. No final Ross, nem podia acreditar no que se havia passado.
Ana: já confias em mim?
Ross: sim. Desculpa não ter confiado.
Ana: se eu estivesse na tua posição também não sei se acreditaria no princípio.
Ross: tenho de falar com o meu irmão.
Ana: espera. Antes de falares com ele, deixa-me ir eu, por causa de ele não saber que eu te contei.
Ross: tens razão, é melhor.
Dei-lhe um beijo na face, levantei-me da cama e dirigi-me até ao quarto de Rocky para lhe dizer que eu havia contado tudo a Ross. Bati-lhe á porta do quarto e entrei mal este me deu permissão para tal. Rocky estava sentado na cama com o computador no seu colo a ver um filme. Sentei-me a seu lado e fiquei a ver um pouco do filme com ele.
Rocky: o que é que vieste aqui fazer?
Ana: humm, pois isso. Vim te contar uma coisa.
Rocky: diz lá. - diz pousando o computador na cama e pondo o filme em pausa
Ana: eu disse ao Ross.
Rocky: o que?
Ana: o que se passou contigo e com a Kayla.
Rocky: porque é que fizeste isso?
Ana: ele estava a desconfiar de mim por causa de ter ido contigo.
Rocky: e depois de lhe contares ele já não desconfiou?
Ana: não, pelo menos parece-me que não.
Rocky: ao menos isso, só espero que ele não vá contar a toda a gente.
(Batem á porta)
Rocky: entre.
Rydel: vim perguntar o que querias........o que estás aqui a fazer Ana?
Narra Rydel
Entrei no quarto de Rocky, enquanto lhe perguntava o que queria jantar, mas mal vi que Ana ali estava, deixei a pergunta anterior a meio e perguntei o que esta estava aqui a fazer. Primeiro foi passear com o Rocky e agora está aqui! O que é que se anda a passar que eu não saiba?
Ana: vim fazer lhe uma pergunta.
Rydel: e já a fizeste?
Ana: sim, por acaso até estava de saída. Depois falamos melhor Rocky.
Rocky: xau.
Ana: xau. - diz saindo do quarto
Rydel: o que é que se estava a passar aqui, que eu não saiba?
Rocky: ela veio me fazer uma pergunta, nada demais.
Rydel: pois, ok. O que é que vais querer jantar?
Rocky: vou jantar fora hoje.
Rydel: ok, fazes bem.
Sai do quarto de Rocky e bati á porta do quarto de Ross, onde Ana me abriu a porta de imediato. Entrei dentro do mesmo, pois queria fazer a mesma pergunta que fiz a Rocky a Ross e Ana.
Rydel: onde está o Ross?
Ana: a tomar banho.
Rydel: o que vais querer jantar?
Ana: vou jantar fora.
Rydel: tu também!? Prontos, está bem, então diverte-te. - digo saindo do quarto.
