Vais me contar ou não?

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Narra Rocky
Podia não lhe ter respondido, mas ouvi perfeitamente tudo aquilo que ela dizia. Mesmo estando chateado com ela, pode não parecer mas eu ouço-a. Ela pegou em tudo o que precisava e saiu pela porta do quarto. Eu queria ter lhe dito qualquer coisa mas não consigo. Não sei porque. Encostei-me á parede e deixei as minhas costas deslizar por ela a baixo ficando sentado no chão. Coloquei a minha cabeça entre os joelhos. Fiquei nesta posição por algum tempo. Até que alguém me vem bater á porta. Levanto-me do chão e sigo em direção á porta abrindo-a......

Rydel: Vim chamar-vos para jantar.
Rocky: Dá-me cinco minutos que eu já desço.
Rydel: claro. - fecho a porta

Arrumei o resto das roupas que ainda estavam sobre a cama. Algumas eram de Kayla, mas a maior parte eram minhas. Saí do quarto, desci pelas escadas e fui em direção á cozinha onde já se encontravam todos sentados em volta da mesa.

Rydel: a Kayla!? Não quer jantar?
Rocky: teve de ir a casa.
Ana: Mas ela já não vai lá á tanto tempo. Porque é que decidiu ir logo hoje?
Rocky: tinha coisas importantes para resolver.
Ross: não podia deixar para amanhã!?
Rocky: não. - digo severo
Riker: também não é preciso falares assim. Só queríamos saber. Afinal, estamos preocupados.
Rocky: mas vocês não tem de saber. Não precisam de saber de tudo. - digo levantando me da mesa
Ellington: tem calma. Senta-te. Nós não perguntamos mais nada.
Rocky: agora já é tarde. Perdi a fome. - digo sai do da cozinha

Sai da cozinha e regressei para o meu quarto. Entrei e bati a porta com força. Deitei-me na cama e escondi a minha cabeça por baixo da almofada.
O som das mensagens do meu telemóvel faz se ouvir no quarto. Peguei no telemóvel sem retirar a cabeça debaixo da almofada e coloco o telemóvel também debaixo da mesma para poder ler.
Abri o ícone das mensagens e reparei que quem me a houvera enviado era Kayla. Abri a mensagem e li....

" Eu tenho noção que ficaste chateado comigo. Espero que já não estejas. Não gosto que estejamos zangados. Vou dar-te todo o espaço de que precisas.
Sei que não fui correta contigo. Só quero que me perdoes e que possamos estar juntos de novo. Desculpa. Errei. Eu sei. Só te quero ver sorrir. Boa noite. Amo-te. "

Esta mensagem mexeu comigo interiormente. Não sei porque. Ás vezes não a entendo. Comecei a escrever uma resposta para ela mas logo de seguida parei, fechei as mensagens e bloquei o telemóvel. Não posso. Levantei-me da cama, abri o armário e tirei de lá uma roupa. Entrei na casa de banho, abri a água do chuveiro e meti-me debaixo do mesmo. Deixei que a água desce-se pelo meu corpo abaixo definindo assim cada parte do mesmo. Depois de me lavar, mesmo antes de ter saído da banheira, aproveitei os últimos minutos que tinha debaixo de água. São estes momentos que me põem a pensar sobre os momentos do meu dia. Saí do chuveiro e enrosquei uma toalha em volta da cintura e limpei-me por completo e vesti a roupa.

Narra Kayla
Já não me lembrava de como era percorrer este caminho todo até casa. Sentia-me sozinha, perdida no mundo. Quando cheguei a casa, olhei-a de cima a baixo. Procurei a chaves da mesma dentro da minha bolsa e quando as achei abri de imediato a porta.
Entrei e deparei-me com uma camada de pó que cobria todos os móveis de casa. As molduras que continham fotos minhas e da minha tia juntas, ou até fotos minhas quando era mais mova com os meus pais, já estavam velhas, baças. Pendurei a minha bolsa e o meu casaco no cabide castanho, velho que já lá estava desde que eu houvera nascido, ou até mesmo anterior a isso. Subi as escadas até ao meu quarto, entrei e reparei que este se encontrava da mesma maneira que o houvera deixado. A cama rosa feita, as almofadas brancas e douradas em cima da mesma encontravam-se no seu devido lugar. Sentei me sobre a mesma, sacudi algum do pó que lá estava e deitei-me.

Narra Ana
Estávamos todos sentados no sofá a passar os canais da televisão, á procura de algo de interessante que estivesse a dar. Não nos apetecia ver nada. Riker parou de passar os canais, parando num onde se encontrava a dar o Tom & Jerry. A minha atenção desviou-se de imediato para lá. Não sei porque mas até gosto de ver estes desenhos animados.

Rydel: gostas de ver isto!?
Ana: por acaso, sim. Acho que são vem divertidos.
Rydel: isto não é nada interessante.
Ana: fala a rapariga que gostava de ver o Snoopy.
Rydel: essa tocou lá no fundo.
Ana: Ups. - ri-o
Riker: espero que também não tenhas montes de bonecos deles.
Ana: por acaso não. Nunca comprei. Nem gastava dinheiro com isso.
Rydel: isso era algum tipo de indireta!?
Ana: interpreta como quiseres.
Rydel: vou me calar.
Isa: agora a sério. Vamos mudar de canal. - diz tirando o comando a Riker
Riker: podias ter pedido para eu mudar de canal. Não precisavas de me roubar o comando.
Ross: vocês não vão discutir pelo comando, pois não?
Isa: é claro que não. - diz mudando os canais da televisão
Ellington: para nesse filme. Parece ser fixe.
Isa: queres ver este filme!?
Ellington: sim. Qual é o mal?
Ross: hoje vocês só querem ver coisas para crianças. A Ana o Tom & Jerry, o Ellington o Inside Out e a Rydel quase de certeza que queria ver o Snoopy.
Isa: não vejo o mal nisso. Eu até gosto de ver.
Ana: mesmo. Posso ser maior de idade mas continuo a gostar de ver os desenhos animados.
Riker: lá isso é verdade. Eu continuo a gostar de ver.
Ana: vou para cima vestir o pijama. Boa noite.
Todos: boa noite.
Ross: eu vou mais daqui a pouco.
Ana: como preferires.

Narra Ana
Levantei-me do sofá e subi as escadas em direção ao primeiro piso. Ia em direção ao quarto, quando de repente ouço o som de algo a partir-se. Olhei em meu redor a certificar-me que não tinha feito nada cair, quando me apercebi que o som houvera vindo do quarto de Rocky. Bati á porta, uma e outra vez, quando este acabou por abri-la...

Ana: está tudo bem? Ouvi algo a partir-se.
Rocky: sim, está.
Ana: tens a certeza!? - digo tentando entrar no quarto
Rocky: tenho. - diz impedindo-me de o fazer
Ana: porque é que não me deixas entrar?
Rocky: por nada.
Ana: eu sei que se passa alguma coisa. Vais me contar ou não?

.......

Afinal, não foi uma simples viagemOnde histórias criam vida. Descubra agora