Capítulo 12

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      Illuminatos: guerreiros santos. Filhos da Luz. Os homens santos que romperiam com a escuridão que os Assassinos faziam questão em espalhar sobre a terra. Os Illuminatos... Quão bravos eram aqueles homens! Sempre arriscando-se em pelejas árduas, detendo os Assassinos que insistiam em atrapalhar seus nobres planos.

Assassinos... escória maldita.

Em Roma, um homem de aparência vetusta, conduzia uma missa inusitada. A catedral dos Illuminatos fora construída para imitar a onipotência de uma grande torre. Sua frente fora arquitetada para parecer-se com um sombrio Órgão. Suas paredes internas, completamente cinzentas, eram ornamentadas com altos relevos de pessoas em batalhas, que demarcavam a trajetória dos Illuminatos sobre a terra. O teto da catedral era magnífico, um domo feito de cristal, onde era notável as estrelas do céu, durante à noite, e quando o dia reinava em Roma, a luz preenchia a catedral.

Cadunt altis de montibus umbrae! — o Grande Mestre entoava com sua voz de nonagenário.

Fiat lux! — os encapuzados trajando vermelho, proferiam em uníssono.

Lucius, o Grande Mestre Illuminato, abriu os olhos azuis como o oceano escondido pelas pálpebras enrugadas, erguendo os braços, cobertos pelo manto branco costurado com fios de ouro. Em sua cabeça, existia uma mitra branca com desenhos também em dourado. Um sorriso de júbilo misturado com esplendor, brotou em sua face enrugada.

Aquele era Lucius, a maior autoridade entre os Illuminatos. Vosso líder e orientador. Era um Grande Mestre, uma homem que considerava-se quase uma divindade. Ele guiava o rebanho para a luz. O rebanho deveria escutar a sua voz e segui-lo sem questionar. 

— Animus lux. — recitavam os Illuminatos. Cantavam que a alma do Grande Mestre era cheia de luz.

Louvem ao Grande Mestre era o que o povo falava. Lucius, para eles, era o represente do próprio Deus na terra, e não ousavam questioná-lo ou rebelar-se contra ele. O homem que livraria a terra de angústia e dores.

Mas para isso, os humanos precisavam negar seu livre arbítrio. Tolas criaturas sanguinárias que precisavam de guerras para satisfazer o vazio de vossos corações. O segredo estava na obediência, em curvar-se perante o Grande Mestre. A liberdade surgia com a obediência e submissão.

Os Illuminatos estavam certos, o Grande Mestre Lucius sempre diziam que eles representavam a luz na terra, enquanto os Assassinos continuavam na escuridão. Escondiam-se nas sombras como covardes.

Ah, a guerra arrastava-se desde a época das sangrentas Cruzadas. Ambos os lados perderam vidas e em nada obtiveram vitórias.

Lucius odiava, com todas as forças, os tais Assassinos. Almejava destruí-los, arrancar o mal pela raiz, como se arrancava erva daninha. Desejava perseguir a todos os Assassinos. Aniquilar com aquela raça de maledettos e pecadora de uma vez por todas. Como ousavam impedir as ações nobres dos Illuminatos? Era um crime. Uma heresia!

Era o seu destino, como um homem santo, exterminar toda a maldade sobre a Terra.

Ao menos conseguiu, em um passado agora distante, destruir Dimitri Blackheart e sua família. Aquela era uma das maiores vitórias de Lucius, e lembrar-se de tal fato, era glorioso. Ora, fora tudo graças ao seu servo mais precioso, Malquior. Vivera anos como Assassino, mas em suas veias, corria o sangue dos Illuminatos.

Terminado com a celebração na catedral, os Illuminatos dissiparam-se, e Lucius dirigiu-se ao seu assento elevado, cuidadosamente subindo os degraus que o levavam até ele. Sentou-se em uma cadeira gigante, com o encosto parecido com espadas douradas fincadas a ele. Aquela cadeira tão alta lembrava-o do trono do rei de Roma, Olavo Sorentino.

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