🚨AVISO: O CAPÍTULO CONTÉM DESCRIÇÕES FORTES, QUE PODEM SER PERTURBADORAS PARA ALGUNS LEITORES.🚨
— Conte-me sobre meu pai — exigira Vincent.
Sameque ajeitou-se confortavelmente na cátedra, fechando os olhos fatigados. Fumava um cachimbo de extremidade longa e soltava fumaça pelas ventas. Falar sobre Dimitri era fazer uma viagem intrínseca e pessoal ao passado.
— Seu pai foi o melhor Assassino que já existiu, meu caro rapaz. Uma lenda viva entre nós e mesmo com tão pouca idade foi capaz de eliminar alvos perigosos. — Sameque abriu um sorriso doloroso. — Temido. Admirado.
Um sufoco fulminante abrasava o tórax de Vincent. Ouvir aquelas verdades sobre seu pai era pior do que nunca saber sua presença. Dimitri foi tudo aquilo que ele jamais seria.
— Se ele foi um herói tão admirável... — sua voz saiu baixa e amarga. — porque não salvou a minha família?
— Oh, caro Vincenzo, não o culpes. Dimitri fez o impossível para salvar seus entes queridos.
Vincent imprensou o maxilar com força, trincando os dentes.
— E quanto ao pupilo dele? O garoto que ele treinou?
— Malquior foi o resultado do peso da culpa de Dimitri. Seu pai matou a família de Malquior, uma família de Illuminatos, mas apiedou-se do garotinho. — Sameque abriu um pouco as pálpebras. — Timóteo sempre alertava-o sobre Malquior, mas Dimitri via no pequeno traidor, um prodígio. Enxergava nele algo bom.
— O que sabe sobre os Quatro Cavaleiros? — Vincent tinha sede por respostas, ler os manuscritos do pai apenas causavam mais e mais perguntas.
— Apenas sei que são sinônimos de destruição. — Sameque deu uma baforada para cima. — Representam a guerra, fome, pestes e morte. Para a Seita dos Illuminatos eles são os homens santos, que limparão a terra eliminando os impuros. Ainda está confuso, Vincenzo?
— Não — respondeu secamente. — Estou com raiva.
— Raiva?
— Sim, raiva de meu destino que insistes em tornar-me como Dimitri! — cerrou os punhos. — E agora, somente penso em vendettas. E depois? Será se terei uma morte trágica igual ao do meu pai? Já contemplei pessoas que eram importantes para mim, morrerem frente aos meus olhos. Às vezes penso que minha existência, tem de serventia apenas para que eu sofra ainda mais. — em todo instante sua voz permaneceu calma.
— Sim — concordou Sameque. — Entendo a sua aflição. Porém são questões que tampouco sei como respondê-las. Matar os Illuminatos não te trará paz e não fechará tuas cicatrizes. Mas pode impedir que tua dor e dúvida se prolongue.
Vincent permaneceu calado. O som do vento passeava pelo salão, balançando as tochas a multiplicando suas sombras.
Seu coração ansiava em acertar a oferta.
Torne-se um falso atalaia e mate quantos puder.
Mas a mente refreava-o.
Não existe apenas esta escolha.
Uma batalha interna e intensa.
Honre a memória de tua família.
Sim, elas morreram em vão.
Lembre-se de Esmeralda.
Tão jovem e alegre, morta de forma cruel.
O teu Mentor, Vincent, que tanto esteve ao teu lado.
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BRAVURA
Historical Fiction"- Quero que seja um Assassino. O coração do pequeno menino parecia não caber no peito mediante a tamanha aflição, diante do questionamento do misterioso senhor. - Como disse, senhor? O garoto escutara perfeitamente o que o vecchio dissera...