Explicações no fim do capítulo...
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— Algo errado, major? — perguntou-lhe o príncipe.
Isidora meneou a cabeça. Olhava para um corredor vazio. Sentia-se neurótica.
— Não, Vossa Alteza. Apenas pensei ter ouvido alguém — Isidora repousou a mão na nuca. — Devo estar neurótica... — dissera baixinho, para que Lorenzo não a ouvisse.
Sim, neurótica. Não apenas isto, mas também estava ficando sem tempo. Deveria partir outra vez em sua patrulha e enfrentar o perigo. Abaixou a cabeça, e viu uma boneca de milho no chão. Apanhou-a e guardou-a junto de si.
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Novamente, Mileide estava atrasada. Enquanto a esperava, Vincent fitava a teia de aranha com gotas de orvalho, presa entre os caibros do estábulo, e passeando pela teia, uma aranha peluda e grande. Algumas pessoas tinham um medo gigantesco e até irracional por aranhas. Com Vincent não era diferente. Também tinha certo medo de aranhas. Mas aquele não era o seu maior medo. Havia um temor maior do que de meras aranhas. Uma visão fúnebre de seu futuro consumia-o. O medo de morrer sucumbindo em dor, sozinho, afogando-se em uma poça de seu próprio sangue...
Escapara da morte tantas vezes que ao pensar nela, tornava-se algo banal.
Deu atenção aos passos apressados vindos detrás dele. Era Mileide correndo em sua direção. Trajava a mesma roupa — corpete, camisa e saias — dos treinos (com exceção de um manto puníceo sobre os ombros), o que logo fez Vincent sentir-se demasiado arrumado comparado à desleixada menina. Notou que envolta do torso da garota havia um bisaco. Lembrou-se das bonecas de milho que a Flor Selvagem pretendia vender na cidade. Céus, que ela não o convencesse a vender aquelas coisas na rua. Seria impudico.
— Atrasada, como sempre.
Vincent desconversou. Sequer deu-se ao favor de descruzar os braços. Olhou-a bem. O rosto estava em brasa e os olhos brilhantes, como diamantes negros. Decerto, estava outra vez com a cabeça nas nuvens a pensar no príncipe romano. E aquilo o incomodava.
— Desculpe-me.
— Sabes cavalgar?
— Desde menina, Sr. Vincent.
Deu o assunto por encerrado. Temia que Vincent descobrisse sua linhagem. Logo ela que há tempos, não considerava-se mais como a filha de um marquês. Mileide andou até a baía de um dos cavalos, puxando com o cuidado o alazão pelas rédeas.
— Que estranho. Dracone deveria estar aqui a tomar conta dos cavalos.
— Ao que parece, o cavalariço tirou uma manhã de folga.
— Faz algum tempo que não o vejo — Mileide dissera antes de montar no cavalo. — Logo ele, que tanto ama esses corcéis.
Montaram nos cavalos e partiram para a cidade.
Observando-os partir estava a duquesa de Florença. Brígida viu atravessar os portões montada no cavalo junto ao atalaia. O atalaia de olhos rubros. Deveria ser seu. Aqueles cálidos olhos vermelhos que abrasavam sua alma, envolvendo-a em pensamentos de pura luxúria. Ardeu-se em um ciúme doentio somente por imaginá-lo na cama com outra, talvez, uma mulher mais jovem e mais fogosa. Pensou em Mileide. Certamente a empregadinha desqualificada estava dormindo com ele. Tal concepção enfureceu Brígida. Acaso já não havia a alertado para não desafiá-la, ou ter falsas esperanças de que poderia escapar de sua fúria? Sorriu, diabólica, ao consolar-se por lembrar que era a poderosa duquesa de Florença. Ninguém tiraria aquele desejo ardente dela que lhe consumia a carne e os ossos.
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BRAVURA
Historical Fiction"- Quero que seja um Assassino. O coração do pequeno menino parecia não caber no peito mediante a tamanha aflição, diante do questionamento do misterioso senhor. - Como disse, senhor? O garoto escutara perfeitamente o que o vecchio dissera...