Emily Gortmany 1

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Olhando o meu reflexo no espelho, vejo a minha vida passando em câmera lenta, lembranças de um dia de chuva, um almoço com a família reunida num domingo. Voltei a realidade despertando da minha nostalgia. Só agora vejo a minha imagem refletida, cabelos castanhos num rabo alto frouxo, os meus olhos azuis destacados com um delineador e um batom rosa-claro nos lábios grossos que deixava a minha pele branca numa perfeita sintonia com a cor dos longos fios do meu cabelo.
Peguei a minha bolsa e desci com celular na mão olhando a hora e mais uma vez estava atrasada para ir à escola. Faltando apenas um mês para terminar os estudos. Não posso continuar-me atrasando assim.

— Emily filha você ta atrasada outra vez.
— sim pai. É o senhor não vai trabalhar hoje não. Falei pegando uma goiaba e bebendo um copo de água.
— não querida. Falou abaixando a cabeça. Meu pai sempre fazia isso quando tentava me esconder algo
— Ta bom, senhor Pedro quando eu voltar da escola, o senhor me conta o que esta te incomodando que resolveremos juntos. Falei dando um beijo no topo da sua cabeça.
— Meu anjo você só tem dezessete anos, não pode resolver os problemas de um adulto.
— já sou uma adulta, e duas cabeças pensa mais que uma. Falei piscando para ele e saindo da cozinha indo em direção a saída.
— boa aula querida
— obrigado pai.

Fui quase correndo para não perder o ônibus para não chegar mais atrasada na escola. O senhor Jurandir abriu o portão para mim já me dando os mesmos sermões de sempre.
— Desculpa Sr. Jurandir prometo não me atrasar mais. Falei fazendo biquinho.
— você fala isso todo dia menina. Falou rindo
— pelo menos tento. Nós dois começamos a rir. Dei tchau pro Sr. Jurandir e fui pra sala.
— atrasada outra vez senhorita Gotermany.
— desculpa professora Sônia. Posso entrar.
— pode. Falou fazendo sinal pra que eu entrasse na sala. As aulas passaram rapidamente o Cauê que era um ex namorado e agora um grande amigo me deu uma carona até em casa. Quando ele parou no sinal vermelho, me olhou me dando um sorriso lindo. Às vezes eu me perguntava porque não demos certo ele e super gente boa o sorriso, lindo e um moreno de tirar o fôlego ele tem os cabelos pretos lisos olhos castanhos e a pele bronzeada deixando ele mais charmoso.
— ta gostando do que ver? Falou com um sorriso debochado
— você e bonito mais não faz meu tipo. (Como se você tivesse um tipo. Acusa minha consciência).
— agora, mais já fiz. Falou diminuindo o sorriso.
— você disse certo já fez. Dei um gargalhada e ele se juntou a mim. Ele parou o carro em frente minha casa.
— ta entregue moça. Falou com o mesmo sorriso zombeteiro que me encantava.
— muito obrigado rapaz pela gentileza. Dei um sorriso e sair do seu carro entrando em casa. Meu pai tava lendo um livro.
— cheguei pai, vou fazer o almoço. Falei jogando minha bolsa no chão do lado do sofá.
— já fiz querida. Falou com um meio sorriso
— ta o senhor fazendo o almoço, me diz o que ta acontecendo pai o que o senhor quer me dizer? Falei sentando ao seu lado.
— filha o senhor Alfredo ta pedindo a casa ou que a gente compre. Falou sério
— pai ele não pode fazer isso com a gente, moramos aqui a seis anos e ele sabe que não temos o dinheiro, que pagamos o tratamento da mamãe e hospital.
— sei filha, mais não podemos fazer nada, e só temos uma semana pra decidirmos o que fazer.
— tem que ter um jeito, e vamos pensar juntos. O senhor vai ver pai. Falei tentando ser firme no que dizia mais nem eu mesma tava acreditando.
— sim filha resolveremos. Falou firme.
— perdi a fome vou pro quarto. Falei pegando minha bolsa
— ta filha.
Subi pro meu quarto e fiquei procurando na Internet casa pra alugar e emprego para ajudar meu pai mais não encontrava nada. Quando deu uma seis horas conseguir marcar uma entrevista em uma loja de roupas e calçados femininos, mais tava marcada a entrevista para nove horas da manhã eu teria que faltar na escola. Tomei um banho vestir um baby dool branco com corações rosas e pretos desci pra comer alguma coisa já que tinha ficado o dia todo sem comer. Quando desci meu pai tava jantando, me juntei a ele.
— amanhã vou ver sua mãe, que ir? Falou olhando nos meus olhos.
— que horas o senhor vai? Falei olhando o meu prato
— às oito porque vou trabalhar às nove amanhã.
— vou a tarde não quero faltar na escola.(mentirosa fala a verdade que vai a uma entrevista de emprego. Você e louca se ela falar ele nunca permitirá que trabalhe. Para de falar, sou sua consciência querida).
— Claro filha. Ele deu um sorriso. Depois disso terminarmos o jantar em silêncio. Fiquei deitada olhando para o teto pensando na vida até que peguei no sono, acordei às oito horas meu pai já tinha saído. Tomei banho e vestir uma calça preta uma blusa verde piscina uma sapatilha preta com branco e uma bolsa preta, amarrei meu cabelo em um rabo alto frouxo. Peguei dois ônibus para chegar no local da entrevista, ao entrar na loja um mulher loira que aparentava ter 1,78 de altura com um corpo escultural, mais de bonita tem de arrogante.
— Deseja algo menina. Perguntou com uma voz enjoada. Com ar de superioridade.
— sou Emily gothrmany tenho um entrevista com o senhor Figueiredo.
— aguarde ai querida. Falou com ironia. Saindo da sala e me deixando sozinha parada olhando para o nada.
— me acompanhe. Segui ela até e uma sala onde tinha um senhor careca e gordo.
— Deise pode se retirar. Sente-se querida. Falou com um sorrisinho que me deu medo. Me sentei em uma cadeira que me deixava de frente pra ele.
— sim senhorita gothrmany vejo que tem apenas dezessete anos. Que ainda estuda.
— sim senhor! Estou terminando o ensino médio.
— Porque procura por emprego nessa idade?
— motivos pessoais, senhor. Falei séria.
— aposto que ta precisando muito de dinheiro. Fala com um jeito diferente do que falava antes. Se você quiser o emprego e seu. Já fiquei toda feliz. Aqui as funcionárias fazem uns trabalhos por fora que da bastante dinheiro. Falou com um sorriso de dar medo
— desculpa senhor mais não to entendendo onde que chegar com isso e, na verdade, não preciso que me explique por que não vou me rebaixar para ouvir tão proposta como essa agora com licença tenho mais o que fazer. Sair daquele lugar morrendo de raiva e preocupada pelo único lugar que aceitaram meu currículo foi esse e assim não resolveria meus problemas. Voltei pra casa e meu pai não estava. Fiz o almoço, arrumei a casa e fui dormir até meio-dia que e o horário de almoço do meu pai.

Casamento ForçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora