Vento minuano

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Capítulo 26



Parecia ter uma espécie de imã que me puxava para perto de Thomas. Lentamente nos aproximamos mais e mais e eu conseguia sentir a respiração quente dele nas minhas bochechas. Senti um leve arrepio. Eu estava quase tocando a sua boca quando... Ouvi um barulho na porta. De súbito saltei para o outro lado e ele fez o mesmo, era como se tivéssemos saído de um transe. Abri a porta de imediato para descobrir que era meu irmão



.- Oi! Ele chegou correndo com o seu amiguinho e pulou na cama.


- Oi... Não estava tão feliz assim, mas acho que consegui disfarçar bem.


- O que estão fazendo? Perguntou ele.


- Jogando no celular... Respondi sem vontade e completamente desanimada.- O papai e a mamãe estão indo para a piscina do hotel... E nós também. Vocês não querem ir?- Eu olhei para o Thomas e ele não parecia muito afim. - Acho que vou mostrar a redondeza para o Thomas, ele não conhece aqui, falei.


- Hum, ok então, nós já estamos indo! Tchau! E saíram correndo como todas crianças adoram fazer.


- Então... Está afim de dar uma volta? Quero te mostrar um lugar bem legal... Thomas olhou para mim e se jogou na cama de novo.


- Está bem, só deixa eu colocar uma bermuda...


- Ok. A cena de vê-lo de bermuda era um tanto quanto peculiar, suas pernas era muito magras e brancas. Ele definitivamente precisava de melanina na pele. Ele percebeu eu examinando-o e me perguntou se estava feio.


- Err... Não, só acho que você não pega muito sol...


- Sim, não tenho muito tempo para sair da oficina... Eu sorri e descemos pelo elevador até a garagem onde estava o carro dele. Eu estava com uma flanela pois eu era muito friolenta e sabia que naquela época na praia era muito ventoso.- Onde é? Ele perguntou assim que começou a rodar com o carro.


- Segue reto, que no caminho te explico - respondi.



Ele colocou um outro tipo de música que tinha no seu pen drive, agora era um estilo rock clássico e caia bem com a paisagem que nos rodeava. Tudo estava perfeito.Indiquei para ele dobrar a direita e logo já se era possível ver os incríveis penhascos que rodeavam a costa do mar. Indiquei que ele estacionasse e descemos enfim.


- Nossa, que bonito! Ele estava deslumbrado só de ver de longe, imagina quando subisse neles, pensei. Fiquei satisfeita com a minha escolha. Começamos a caminhar pela areia e eu senti de repente um toque na minha mão. Era ele procurando-a para segurar. Por um momento deixei que ele a pegasse, mas pensei melhor e declinei a oferta.


- Por quê não quer me dar a mão? Ele perguntou confuso.- Por que não somos nada. Apelei.


- Me dá a mão... Ele pediu de novo. Eu sorri e disse - Não... Nós somos só amigos, lembra?



Confesso que eu não queria fazer isso, mas eu precisava emitir algum sinal que não estava tudo tão bem assim. Eu estava esperando por uma decisão definitiva. Não poderíamos continuar brincando daquilo como em um jogo de gato e rato. Começar a subir a colina e tiramos algumas fotos. Ao chegar lá, Thomas parecia estar sem ar observando a cidade pequena e a grandeza do penhasco em que estávamos.


- O que achou? Perguntei finalmente.


- É lindo... Ele disse olhando para o mar. Caminhamos um pouco mais a frente e achamos umas rochas perto do penhasco que poderíamos sentar. O vento balançava os cabelos dele e aquilo me hipnotizou por uns leves segundos enquanto ele olhava os laçaços das ondas sob as rochas criando enormes chafarizes de água na nossa frente. Thomas se encolheu e disse que estava frio. Eu era muito orgulhosa para voltar atrás de não querer nenhuma aproximação dele, mas aquilo me comoveu e me fez esquecer a parte de "me fazer de difícil", então enganchei meu braço no dele e encostei meu corpo no seu. Ele ficou surpreso e colocou uma das suas mãos na minha cintura e eu fiquei com a minha cabeça em baixo do seu queixo. Era quente, confortável e seguro. Eu poderia ficar ali para sempre.

Outono em mimOnde histórias criam vida. Descubra agora