A neblina pode ser bonita, mas ela pode te cegar a ponto de não enxergar

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Capítulo 33

A neblina pode ser bonita, mas ela pode te cegar a ponto de não enxergar um palmo a frente do seu rosto.



Era incrível a velocidade em que os dias passavam quando eu estava com ele.



As apresentações da orquestra estavam acontecendo praticamente toda semana, eu tinha provas marcadas para o final do semestre, estávamos começando um empreendimento novo, e ainda tinha um namorado lindo para me preocupar. As pressões do dia a dia começaram a me sufocar gradativamente em cada hora que passava. Comecei a ter problemas no trabalho, eu era subordinada a um novo diretor e o nosso relacionamento era muito complicado devido a divergências de opiniões. Eu precisava urgente de férias, mas não era nem metade do ano ainda.



Thomas me ligou e disse para ir à sua casa, então sai do serviço e fui para lá. Ao chegar, fui recepcionada pela minha sogra e ela me disse que ele estava no seu quarto. Quando abri a porta, Bruno estava lá ouvindo música e mexendo no computador enquanto Thomas mexia em alguma coisa que não prestei atenção porque estava com a mente ocupada de mais imaginando o que Bruno estaria fazendo ali.



Thomas me beijou rapidamente e me chamou para sentar. Eu consenti e esperei, pois ele parecia estar querendo me mostrar alguma coisa. Bruno continuou mexendo no computador e de repente virou a tela para mim.



- Estamos pensando em ficar rico - Bruno finalmente falou.


- Como assim? Inquiri.


- Não sei ainda, estamos procurando algo para ganhar dinheiro... Alguma ideia?



Na verdade já tinha comentado com o Thomas o desejo de trabalhar por conta própria, e até comentei com ele que tinha vontade de vender pinturas a mão conforme pedidos, mas não sabia desenhar e, no entanto não tinha tempo para executar esta ideia. No começo, Thomas adorou e pesquisou sobre o assunto e aparentemente compartilhou com Bruno, pois na tela tinha exatamente uma foto mostrando pinturas em tela e tutoriais sobre o assunto.



- Bom Huh... Acho que já temos a ideia, precisamos é do dinheiro, comecei.


- Dividimos o custo em três então! - sugeriu Thomas empolgado.


- Hmmm ok então! Por mim pode ser! A ideia era ótima, afinal, Bruno sabia desenhar, eu entendia de administração e Thomas entendia de máquinas, tintas e etc.



Eu estava começando a ficar empolgada com aquilo também, afinal, mesmo que em sociedade seria um negócio meu criado pelas nossas próprias mãos. Começamos a amadurecer a ideia e ficamos até a madrugada projetando custos e lucros. Parecia promissor começar um negócio com o meu namorado e um dos meus melhores amigos.



Já era tarde da noite e eles estavam falando empolgados sobre os primeiros desenhos que fariam ou algo assim, mas repentinamente aquelas vozes silenciaram. De repente senti um toque quente na minha bochecha e um carinho no rosto em círculos, era uma sensação tão agradável. Depois esse mesmo toque quente pressionou-se contra a minha boca e parecia estar falando alguma coisa que eu não conseguia entender. Depois senti alguma coisa mexer no meu cabelo e me causou um arrepio instantâneo.



- Amor... Acorda, tenho que te levar pra casa...



Foi quando dei-me por conta que tinha cochilado ali. Não sabia exatamente a quanto tempo estava a dormir, mas de uma coisa eu sabia: nunca enjoava de quando ele me chamava dessa maneira. Amor. Quando ele falava essa palavra, era como Chopin para os meus ouvidos.



- Hmmm mas está tão bom aqui! - protestei puxando ele para mais perto.


- Eu sei, mas...

Outono em mimOnde histórias criam vida. Descubra agora