Capítulo 24Estar com Thomas era como andar de montanha russa, tinha horas em que tudo estava calmo e até era possível admirar a vista, sorrir e conversar... Mas em outras, eu só tinha vontade de simplesmente gritar de desespero somados a uma boa dose de medo e angústia. Era como tentar abraçar o vento, eu sentia ele, mas nunca estava ao alcance das minhas mãos. Parecia que estávamos sempre correndo um do outro. Quando acordei no outro dia pela manhã meus pais estavam eufóricos porque tinham conseguido reserva no hotel da praia que eles adoravam no litoral norte. Era só o que se falava no café da manhã. Todos já estavam planejando o que levar e eu recebi uma leve notificação de que iria junto e que já tinha meu nome em um dos quartos.
Ok, eu adoro praia mesmo, pensei.
Peguei meu café da cafeteira fui tomar no meu quarto como era de costume. Não sei explicar o porque deste hábito, mas sempre fiz isso desde que me lembrava, não sei dizer ao certo, mas as manhãs pareciam puras de mais para tanto barulho matinal e eu gostava de preservá-la assim, em silêncio. Passei o dia no trabalho lembrando do momento em que nos beijamos em baixo no semáforo, do toque dos lábios dele, aquele calor, aquela paixão, aquela ferocidade que a minha boca buscava a dele, o sinal abrindo, as buzinas gritando, eu querendo mais... Mas daí tudo passava quando eu lembrava do final da noite, da terrível palavra que eu usei e que depois foi usada ironicamente contra mim: esperar. Thomas tinha o dom de sempre deixar um enorme ponto de interrogação entre nós. Aquilo me matava por dentro, mas resolvi continuar, era ridículo mas eu o amava de mais para soltá-lo tão depressa agora. Agora que as coisas estavam parecendo chegar a algum lugar.
Talvez eu devesse ter mais paciência, pensei.
Tentava pensar que não era nada de mais, ele só estava sendo cauteloso e isso era um bom sinal, mas o coração da gente não entende dessas coisas de tempo, ainda mais que a minha boca já conhecia o gosto dele. Thomas conversou comigo pela noite, eu agi normalmente e disse a ele que no final de semana eu não estaria na cidade. - Então eu não vou te ver no sábado? Sua voz se transformou em uma linha fina e extremamente baixa. - É.. Bem, quando minha família decide essas coisas, eles não perguntam nada, simplesmente me falam o que já está marcado... - Vou sentir saudade... Quando ele disse isso, meu coração deu um pulo, e eu sorri sozinha dentro do meu quarto. Foi quando uma ideia correu nos meus pensamentos. - Você poderia ir junto...
Eu não estava pensando direito.
- O quê? - É, ir junto... Poderíamos aproveitar o final de semana juntos... Na verdade ele tinha razão, iria parecer estranho, mas ninguém sabia do que tinha acontecido, para todos os casos, nós só éramos amigos.
Bem, e tecnicamente continuamos ainda.
- Vamos, vai ser legal... - Tá bom, eu vou.
- Mas acho que vai ser muito estranho...
Você nunca saiu com algum amigo? Então. Para de paranoias. E mais, você não conhece o lugar, posso te mostrar tudo! - tentei dar um ponto final na conversa. Quando desliguei a ligação, me olhei no espelho e me dei por conta que estava sorrindo. Era felicidade pura e genuína. Eu estava tão feliz que nem lembrava mais do que tinha acontecido dias antes. Ele estaria perto de mim e isso era o que importava. Desci as escadas e vi minha mãe na sala. - Ei mãe, já que o Arthur vai levar um amiguinho junto para a praia, pensei em levar um amigo meu também... - Hum, e eu posso saber quem é? Ela disse em tom de que havia algo mais que eu não estava contando. - Ah é só o Thomas... Peguei uma maçã da cozinha e mordi tentando parecer o mais casual possível. - Hummm, o Thomas... Amiga do Thomas só...?
Droga, como ela sabia?
- Sim mãe, só amigos... Da sala ela conseguia me ver na cozinha, mas na minha mente eu estava super convicta que era uma boa atriz. - Tá bom. Ela saiu da sala com uma risada por baixo do fôlego enquanto caminhava. Eu estava morrendo de ansiedade para chegar o sábado. Combinamos que eu iria no carro dele, e pensar nas 3 horas de viagem que teríamos juntos sozinhos me fazia sorrir por dentro. Thomas havia me falado que nunca tinha ido a esta praia e como eu já era visitante frequente, eu sabia que eu teria que turistar com ele. Comecei a planejar mentalmente o que eu iria mostrar. Eu só precisava que ele estivesse com o seu rosto lisinho, porque se não, eu não responderia por mim. Esse final de semana era promissor,
definitivamente.
Capítulo 24, Outono em mim
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Outono em mim
Romantizm" Eu adoro quando esquece teus olhos sobre os meus... " "Outono em mim" vem com todo sentimento que grita em nosso peito todos os dias, no sentido do outono que vem o vento e derruba todas folhas ao chão.. Que refletindo aos nossos sentimento tos, e...