Outono em mim

Os primeiros sinais do outono

Capítulo 39

- Oi amor... O Jonas está nos convidando para ir ao cinema com eles, o que você acha?

- Oi... Huh... Pode ser...

- Ok, estou indo aí te pegar.

- Ok, beijo!

Eu ainda estava tentando manter os olhos abertos quando Thomas me ligou. Olhei as horas no celular quando acabei a ligação, eram 2 da tarde. Domingos... Eu tinha dormido feito um bebê na noite passada.

Estava tão entregue nos braços de Orfeu que nem lembro a hora em que fui deitar, a única coisa que lembrava era que o dia anterior fora completo de choros, decepções, desejos e um abraço carinhoso no final.Tirei a preguiça de lado e fui me arrumar. Coloquei uma calça jeans com uma blusa e all star. Não demorou muito e eu já ouvia som de motor na rua.

- Oi gatinho...

- Oi...

Ele sorriu surpreso pela minha abordagem e me deu um rápido beijo. Entramos no carro e seguimos em direção ao shopping.

- Eu estava pensando... Meu pai tem um terreno perto da minha casa... Acho que poderíamos morar lá no futuro.

Ok. Peraí? Não tínhamos nem transado ainda e ele já estava pensando em uma casa? Não fazia mais que um mês em que estávamos namorando. Vai com calma aí... Pensei. Quero dizer, não que eu tivesse alguma dúvida quanto ao sentimento que tinha por ele, para mim ele era o cara. Mas... Era muito cedo para pensar nisso. Morar junto era uma coisa muito seria.

- Ah que legal...Ele sorriu para mim.

- Você gostaria de morar ali perto da minha mãe? Nós poderíamos comer na casa dela sempre... Ele sorriu maliciosamente.

- Não me importaria de morar lá não, mas duvido que comeria sempre na casa da sua mãe... Não sou dessas garotas...

- Eu sei, só estava brincando...

Eu sorri para ele e o beijei quando o sinal fechou, como sempre. O sinal abriu e Thomas engatou a primeira marcha desgrudando a sua boca da minha.

- Huh... Mas Thomas, agora é muito cedo para se preocupar com isso...

- É eu sei... Mas me lembrei disso esses dias, só queria comentar com você.Eu beijei ele de volta e pus minha mão no seu pescoço. Eu adorava ouvir seus planos sabendo que eu estava neles.

- É por isso que eu te amo...

- Nós somos um casal tão esclarecido né? Ele perguntou já sabendo da resposta.

- Somos sim, parece até que estamos a muito tempo juntos.

- É uma pena que não...

Nós sorrimos um para o outro e quando me dei por conta já estávamos entrando no estacionamento. Era maravilhoso saber que ele pensava nessas coisas, definitivamente ele era o cara da minha vida, o cara que estaria para sempre ao meu lado, afinal, que homem se preocuparia com isso sem ao menos ter transado com a sua namorada? Ele era uma fórmula que fizeram só uma vez e tocaram fora a receita.

Chegando lá, estavam os nossos amigos, todos em casais incluindo Annie e Bruno. Eles já tinham comprado os ingressos porque chegamos atrasados, então ainda teríamos que enfrentar a fila. Thomas me comentou que tinha um filme nacional estreando e sugeriu que assistíssemos, e eu, contrariada, aceitei porque sabia que ele gostava desses lixos nacionais cinematográficos enquanto eu repudiava. Mas ok, se era para fazê-lo feliz, que seja. Pensei. Nossos amigos assistiram um outro filme na sala ao lado de comédia. Tenho que confessar, o começo do filme me prendeu, a trilha sonora era fascinante e até achei por um leve minuto que eu estaria errada sobre este longa brasileiro, mas daí começou aparecer uma cena onde a Isis Valverde estava nua e já era tarde de mais, a cólera já fazia parte do meu sangue.