Capítulo 7
"Sua casa ou a minha?"
Assim que fechei a porta atrás de mim mandei uma mensagem para a Annie que não parava de me mandar "S.O.S" para meu telefone.
"Vem aqui" Ela respondeu.
Peguei um casaquinho porque já estava ficando noite e por sorte, Annie não morava muito longe, então dava para ir a pé. Bati na porta 2 vezes. A mãe dela atendeu.
- Boa noite Sr. Clara, a Annie está?
- Olá Bia! como está? Claro, suba as escadas, você já conhece o caminho...
- Tudo bem - Sorri para ela e corri para as escadas.
Abri a porta e dei de cara com a Annie encostada na cama com os braços apoiados nas pernas, o rosto inchado e com a maquiagem borrada nos olhos. Parecia um panda.
- Foi ele né? Perguntei.
Ela fez sinal que sim e desatou a chorar de novo. Conheço ela tempo suficiente para saber que aquilo se tratava de homens. Tudo que eu pude fazer foi abraçá-la e acalmá-la acarinhando o seu cabelo. Ela já tinha me dito que estava namorando um rapaz, mas eu não levei fé, na verdade achei que não duraria 2 semanas. Mas eu me enganei. Aquele choro era de alguém que sentia muito, e pessoas que não sentem amor, não chorariam da forma que eu estava presenciando ali. Quando ela finalmente conseguiu se acalmar, ela me contou que eles começaram a namorar rápido e ela estava loucamente apaixonada por ele, e eles acabaram transando e depois de alguns dias do ocorrido, no caso, hoje, ele simplesmente terminou com ela. Sem nenhuma explicação.
Aquele velho clichê dos homens idiotas e fracassados. Primeiro eles vem, te prometem mundos e fundos, te fazem achar que é amada e depois de transar com você, eles te chutam. Simples. Será que pode haver alguma coisa mais maldosa que isso? Porque sinceramente, Annie está se sentindo um lixo nesse exato momento. A auto estima dela não vai se recuperar nunca disso. Ser usada e depois ser chutada. É por isso que sou tão cuidadosa em minhas escolhas e ações. Porque os homens tem que destruir o psicológico de alguém? Hoje em dia não precisa fazer tudo isso, tem meninas fáceis que não exigem amor ou palavras doces, ou um relacionamento serio. Mas ele mentiu. Ele fez ela achar que ele o amava. Que ela estava no futuro dele. Tentei achar alguma palavra sábia para dizer a ela, mas nada veio como sempre. Eu me senti tão impotente. São as tragédias que vão acontecendo no nosso peito, sendo envenenadas pelo jeito moderno de só usar as pessoas e descartar. Eu queria bater nesse bastardo. Essas dores do coração não há nenhum remédio já criado no mundo que cure. Essa é a pior parte. E tudo que eu poderia fazer é estar lá por ela. E foi o que eu fiz. Passei a noite lá.
Quando ela finalmente conseguiu dormir, me vinha flashes do nosso quase beijo... Thomas e eu. Depois dessa trágica notícia da Annie, fiquei receosa quanto a ele estar também só me iludindo, ou entediado de estar só, e brincando com os meus sentimentos. Afinal se eu quisesse só ficar com alguém ou só transar era fácil. Mas eu não queria isso. Eu sempre quero mais da vida.
Fui com a mesma roupa para o trabalho. O dia foi exaustivo. As horas não passavam naquele escritório.
Vim caminhando pela rua refletindo sobre o tanto de ontem que eu tinha vivido. É tao bom às vezes ver o vento das árvores balançando, as crianças brincando na praça sem a menor ideia do tempo.
Thomas me mandou mensagem e me convidou para sair de novo. Mas pela segunda vez, ele me convidou com os outros amigos. Fiquei um tanto quanto frustrada quando fomos ao cinema acompanhados, mas eu queria tanto vê-lo que aceitei. Porque quando a gente gosta de alguém, qualquer pouquinho parece estar bom, mas com o tempo você vai percebendo que não é o suficiente.
Ele sentou ao meu lado para ver o filme. O braço dele ficou imóvel à noite inteira ao lado do meu. Eu sentia muita vontade de beijá-lo, mas seria loucura fazer isso. Metade do filme eu não vi porque estava em devaneios projetando coisas que poderiam acontecer naquela noite. Mas nunca aconteceu. Fiquei pensando nos motivos de ele não ter reagido da forma que eu projeitei. Motivo 1: porque estava com os amigos, motivo 2: era um lugar público e motivo 3: ele simplesmente não queria. Eu realmente não sei. Mas fato é que não aconteceu. Esse era o problema, eu nunca parecia ser uma prioridade, mas sim uma amiga como os outros, embora ele parecesse insinuar outra coisa. Aquilo foi me corroendo a cada dia que passava, como um ferro em meio a maresia. Todas às vezes foi legal sair com ele, mas sempre tinha um mas. Esse terrível "mas" na minha vida. Na última vez que saímos, fiquei tão chateada que eu agradeci rapidamente e sai do carro. Sem olhares, sem ondas elétricas, sem toques. Eu não queria estar fantasiando alguma coisa que talvez nunca tivesse existido. Não queria alimentar algo que não tivesse um futuro que nós dois não estivéssemos planejando.
Decidi que se ele tivesse interesse, me procuraria ou ligaria, ou faria um sinal de luz, Não sei, mas fato é que, quando um homem está afim, eles são muito óbvios. O telefone não tocou. No meu chat não apareceu nenhuma notificação de mensagem dele. Isso foi extremamente esclarecedor para mim. Ele tinha esse costume. Ele me procurava, saía junto, começávamos a ficar próximos de mais e quando essa ap hiroximação começava a querer insinuar algo mais, ele sumia. Era como se alguém viesse e acendesse fogo em uma lareira e depois atirasse água para apagar. Ele parecia ter medo de alguma coisa.
- Mas foi bom ter acontecido no início, pensei - Pois não dá nem tempo de doer.
É como quando a gente é criança e fica com medo de tomar vacina e daí a enfermeira começa a conversar e de alguma forma te distrai, e o que sobra é uma leve picada no braço. Nada de dores exageradas.
Embora eu fosse orgulhosa de mais para sequer dizer a alguém que está um pouquinho dolorido.
Capitulo 7, Outono em mim
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Outono em mim
Roman d'amour" Eu adoro quando esquece teus olhos sobre os meus... " "Outono em mim" vem com todo sentimento que grita em nosso peito todos os dias, no sentido do outono que vem o vento e derruba todas folhas ao chão.. Que refletindo aos nossos sentimento tos, e...