Capítulo 5
Tic-tac. Fazia o barulho no relógio. Vi cada hora que passou naquela semana. Os dias passaram lentamente sobre os meus olhos. Às vezes acordava e olhava para o meu celular. Nenhuma mensagem. Abria o chat para checar algum recado e nada. Talvez eu devesse não criar tantas expectativas.
Esse é o problema quando a gente está afim de alguém. Qualquer palavra, qualquer gesto é um sinal para nós pensarmos que é recíproco. Tudo já parece um sinal, algo mais. Mas não é.
É como aquelas cenas hiper mega ultra constrangedoras que alguém acena na rua e você acena de volta e depois olha para trás e percebe que o aceno não era para você. Constrangedor. Thomas nunca me retornou nenhuma mensagem para irmos à bienal juntos.
Tomei a decisão de seguir em frente e esquecer. Seríamos apenas aqueles tipos de amigos que se veem uma vez ou outra e ninguém questiona o porquê de não manter contato frequente.
Confesso que meus dias não foram tão fáceis quanto parecia ao tomar aquela decisão. Sentia muito falta de conversar com ele. Mas eu tinha que entender que ele era só um amigo que aparecia de vez em quando.
O final do ano estava próximo.
Começou aquela correria de pessoas atordoadas correndo nas ruas, carros com musicas natalinas, propagandas em todos os outdoors.
Annie disse que teria uma confraternização de final de ano na igreja em agradecimento e disse que seria legal eu ir, já que minha vida estava resumida a trabalhar e estudar. Topei, afinal eu precisava ver pessoas.
- Então Bia, como estão as coisas?
- Tudo bem, você sabe, final de ano é correria no trabalho, correria no final de semestre na faculdade...
- Sei... Lá no meu trabalho está uma loucura também. E o seu amigo aquele... Heim? Ela começou. Eu sabia exatamente onde isso iria dar.
- Pois é... Não vi mais ele. Aparentemente ele anda muito ocupado com o trabalho...
- Ah! Vamos lá! Sei que você deve saber mais... Eu achei que vocês iriam ser mais que amigos, honestamente.
Fiquei em silêncio olhando para a grama que balançava com um vento. Estávamos em baixo de uma figueira enorme que dava uma sombra generosa naquele escaldante calor do hemisfério sul.
Os responsáveis pelo evento compraram bombons e disseram que haveria um amigo secreto simbólico. Eu não conheciam muitas pessoas que estavam ali, mas foi muito divertido. Havia um rapaz tocando violão e algumas meninas ao redor cantando junto.
Era um clima muito agradável e leve. Peguei o papelzinho do amigo secreto e ali dizia Filipe. Eu não fazia a menor ideia de quem era, mas iria ser divertido.
Chegou a hora de revelar os amigos ocultos. Começou com uma menina loira que ria o tempo todo. Havia muitas pessoas no local então demorou bastante até eu ouvir um nome familiar: Thomas. Eu não tinha percebido ele em todo o tempo em que eu estava lá.
Me senti nervosa de repente. Era como se tivesse um grande barulho e tudo agora estivesse em silêncio.
- O meu amigo secreto é uma pessoa bem entusiasmada... Começou ele.
Não ouvi o restante das coisas que ele disse, porque estava atordoada de mais com a presença dele.
Ele voltou para a sua cadeira que estava bem longe de mim, mas em um angulo reto em frente a minha.
Será que ele me viu aqui? Bom, de qualquer forma, ele vai me ver quando eu ir ali na frente, pensei.
Enfim me chamaram e senti um leve nervosismo crescendo dentro de mim. Uma menina muito querida me tirou.
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Outono em mim
Romansa" Eu adoro quando esquece teus olhos sobre os meus... " "Outono em mim" vem com todo sentimento que grita em nosso peito todos os dias, no sentido do outono que vem o vento e derruba todas folhas ao chão.. Que refletindo aos nossos sentimento tos, e...