Capítulo 50

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(Eduardo)

Eu estava dirigindo o mais rápido procurando Alícia pelo rastreador, ele estava levando ela pela via que saia da cidade,Miguel só podia esta louco, mas eu salvaria Alícia.

Entrei a uma via totalmente parada, parecia ter tido um acidente, policiais e corpo de bombeiro estavam espalhados naquele lugar, impedindo a passagem dos carro. Fiquei preocupado com aquilo, como o transito demoraria horas para voltar ao normal eu saí do carro, não queria perde tempo. Corri feito louco, passei perto do acidente, era um Fusion destruído por uma batida de uma carreta, eu reconheci aquele carro, era do Miguel. Então entrei no meio da multidão, até chegar mais perto, olhei para o banco de trás, Alícia estava lá inconsciente .

Senti como se o chão estivesse abrido a minha frente, Alícia só podia esta morta, mas não, ela não estava, o corpo de bombeiro tentava tirar o corpo dela que estava preso nas ferragens do carro. Cheguei mais perto passando das fitas. Tentaram me barrar, mas lutei para chegar mais perto, Miguel estava fora do carro, ele estava morto, já haviam colocado seu corpo em um enorme saco preto. Eu me sentia triste por tudo aquilo.

- O que você o senhor é desse casal - O policial perguntou ao perceber meu estado de choque.

- O motorista é meu primo, e ela é uma amiga minha. - Disse cabisbaixo enquanto uma lagrima rolava do meu rosto.

- Sabe o porque eles corriam nessa velocidade? - O policial disse analisando meu estado.

- Ele estava tentando fugir com ela, eu estava tentando encontra-la. - Disse chorando.

- Ela ainda tem vida, os bombeiros estão tentando tira-la da ferragem, tenha calma. - O policial disse tocando meus ombros.

Eu não sabia o que fazer, se devia avisar ao senhor Júlio sobre o acontecido. Preferi deixar isso com o hospital, não sabia como falar isso pra ele. Fiquei ali sentado no passeio, olhando todo o trabalho dos bombeiros, eu estava desesperado com isso, me sentia em choque e sentia culpa por isso ter acontecido, tomara que Alícia ficasse bem, ou eu nunca me perdoaria, nem seria feliz.

Depois de uma hora tentando tira-la das ferragens, eles conseguiram, colocaram Alícia de pressa na ambulância, eu fui junto com ela, ao caminho do hospital, pela conversa dos paramédicos, ela tinha perdido o bebe, ela ficaria triste com isso tudo, eu teria que esta ao lado dela. A situação dela me preocupava um pouco, ela estava com mascara de oxigênio, e os paramédicos tentavam estabiliza-la.

Eu fui o caminho inteiro segurando sua mão, não queria abandona-la a nenhum momento. Chegamos ao hospital, tive que ficar na recepção, deram entrada com ela na emergência, ela corria risco de vida. A emergência mesmo ligou para o pai de Alícia. Olhei para a televisão na sala de espera e já estava passando em rede nacional o acontecido.

Seu Júlio chegou alguns minutos depois, seus olhos estavam inchados de tanto chorar, ele estava desesperado, passava a mão nos cabelos sem parar, suas lagrimas caiam, Lúcia estava com ele e tentava acalma-lo.

- Eduardo, o que aconteceu? Cade minha filha? - Ele disse desesperado.

- Eles estão atendendo ela, eu sinto muito Senhor Júlio. - Disse tentando ser forte .

- O que aquele desgraçado fez com a minha filha?! - Ele disse com raiva ao ver o noticiário.

Foram algumas horas de espera e pura aflição. Até que um dos médicos saiu das portas de urgência e veio até a gente.

- Quem é parente mais próximo de Alícia Moura? - O médico disse acompanhado de uma ficha.

- Sou eu, eu sou o pai dela. - Seu Júlio disse se levantando depressa e indo em direção ao médico. Eu e Lúcia também nos aproximamos.

- Sua filha se encontra em estado estável. Ela esta sedada, pode acorda a qualquer hora, mas também pode levar dias, a mente dele se encontra em choque. - Você querer vê-la? Antes da gente estabiliza- la, ela chamou por Eduardo. - O médico disse olhando pra mim.

- Eu quero vê-la sim. Eduardo é ele, ele também pode vê-la ?- Júlio perguntou por mim.

- Pode, me acompanhe por favor. - Ele disse e começamos a segui-lo.

Alícia estava em um quarto, tinha vários machucados pelo seu corpo, e parecia dormir. Senhor Júlio chorou muito ao ver a filha naquele estado, mas por um lado eu me sentia mais tranquilo. Cheguei a pensar que Alícia não sobreviveria.

- Então, senhor Júlio, sua filha teve lesões na coluna, mas isso não prejudicará que ela ande, ela também fraturou o braço, e perdeu o bebe. - O médico disse analisando a ficha que estava em seus braços.

- Bebe, que bebe? - Júlio perguntou pasmo.

- Sim senhor Júlio, ela estava grávida, mas se encontra fora de perigo. - O médico disse.

- Vou me retirar, e deixarei vocês dois com ela. - O médico disse retirando-se em seguida.

O clima ficou pesado naquele quarto, Senhor Júlio não sabia que Alícia estava grávida. Ele me fitou com um olhar desconfiado.

- Senhor Júlio não é nada disso que você esta pensando. - Disse de imediato.

- Então me conta, o que mais não sei? Por que Alícia estava no carro daquele doente? - Ele me interrogou.

- Não acha melhor ela te contar isso? - Perguntei tentando esquivar desse assunto chato.

- Não, eu quero saber agora. - Ele disse com clareza.

- Quando eu fui embora, Miguel se aproximou da Alícia, os dois tiveram algo, e ela acabou engravidando. Quando eu voltei, ele se sentiu ameaçado, e cheio de ciumes, tentou fugir com Alícia. - Disse tentando ser breve.

- Que miserável, tomara que ele queime no inferno. - Ele disse com raiva.

- Eu queria lhe pedir algo. - Disse cortando o assunto.

- Pode pedir Eduardo.

- Deixa eu ser o acompanhante da Alícia, pelo menos até ela acordar. Eu juro que vou ficar ao lado dela o tempo todo. - Disse esperando ouvir um sim.

- Ela ama você, e com certeza iria gostar de ter alguém assim perto quando acordasse. Vou falar com a recepção, e você pode ficar, mas quando precisar de alguma coisa, me ligue imediatamente. - Ele disse se preocupando.

- Tudo bem, talvez eu precise sair, Miguel era meu primo, e minha mãe ficaria chateado comigo se eu não estivesse com a família nesse momento. - Disse triste, não queria que isso tivesse acontecido.

- Então vai embora, fique com sua família, e volte amanhã, bom que você descansa e trás suas coisas. - Ele disse me dando um aperto de mão.

- Tudo bem, amanhã eu estarei aqui. - Disse me despedindo.

Cheguei perto de Alícia e despedi dela com um beijo em sua testa, não queria que ela acordasse e ficasse apavorada, talvez eu seria a melhor pessoa para contar a ela o que realmente aconteceu.

Saí do hospital meio sem rumo, pedi um reboque que buscasse meu carro, estava no acostamento daquela via do acidente. Minha mãe já sabia da notícia, me ligou e pediu que eu reunisse com a nossa família na casa da vovó .

Passei em casa, tomei um banho, estava pensando em tudo que havia acontecido naquela tarde. Vesti um terno preto e saí do meu apartamento, fui direto para a casa da vovó.

Estavam todos triste, principalmente minhas primas mais velhas, afinal, Miguel tinha ficado com cada uma delas. Me senti triste também, eu tinha um certo tipo de culpa.

Ficamos ali até pela manhã. O funeral foi em uma capela, e foi bem rápido, o enterro aconteceu por volta de meio dia . Minha família estava arrasada, minha mãe era a única que sabia da minha "participação nisso". Não conseguia esconder nada dela. Ela era minha confidente, e sempre me apoiava nas minhas escolhas.

Ela dizia que eu não tinha culpa disso, que tudo tem um por que, e isso não aconteceu atoa, apesar de ser bastante triste.

Uma Atração Mais Que Fatal ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora