Capítulo 33

3.1K 227 130
                                    

Peguei as cartas que estavam embaixo da porta assim que passei pela mesma e xinguei baixo. Sophie pediu para que eu fosse embora assim que ela pegasse no sono, apenas para evitar que eu não a deixasse ir trabalhar pela manhã. Era provavelmente o que eu tentaria fazer, de qualquer forma. Eu sabia que se pedisse da forma certa, ela ligaria e trocaria seu turno, mas me pareceu muito intruso até mesmo para mim. 

Sophie me faz sentir como eu nunca me senti com nenhuma outra garota. E isso é tão fodido. O medo constante de errar com ela me faz ser um babaca com as pessoas a minha volta, exatamente como fui com Meggan na última vez que a vi. Eu penso nisso todos os dias, em como desejei que ela estivesse morta apenas para consertar um erro que era apenas meu. Egoísta do caralho. Eu não consegui evitar tudo o que disse de ruim para ela, era como se apenas ela tivesse culpa, e não foi bem assim. Eu queria transar com ela naquele dia, era para isso que a levei até a minha casa. Sophie me deixou tão nervoso com sua obsessão - certa - em relação a Meggan que criou em mim um desejo de comprovar tudo de ruim que ela esperava que eu fizesse. Um completo idiota. Ela me desculpou apenas porque não encostei minhas mãos em Meggan, mas a conversa suja que tivemos antes talvez tenha sido muito pior do que tocá-la de qualquer forma que fosse. 

Meses atrás...

Meggan subiu as escadas do restaurante, a bunda balançando na minha frente e reprimi um desejo súbito de apertá-la ali mesmo. Passei a mão no meu cabelo impaciente enquanto ela se sentava em uma mesa no canto do restaurante. Era um restaurante japonês, as luzes eram baixas e o som ambiente parecia agradável através do volume baixo. Ela se sentou do meu lado e sorriu. Seu cabelo loiro caiu em seus olhos assim que ela pareceu tentar ajeitá-los como sempre fazia. Desci meus olhos para o decote no seu vestido preto, colado, fazendo com que cada parte do seu corpo ficasse mais visível. Sophie nunca usaria algo assim. Era provavelmente estaria aqui comigo com calças pretas e botas, uma jaqueta nos ombros e uma camiseta de qualquer banda que fosse. Duas mulheres opostas. Como eu consigo isso? 

Quando conheci Meggan tínhamos 17 anos. Ela era a gostosa do colégio e eu sempre fui apenas o primo de Niall. Niall era o cara popular e engraçado que todo mundo sempre era amigo, eu era apenas seu primo qualquer. Era chato a maior parte do tempo ser lembrado assim. A primeira vez que consegui sair com Meggan, ela me disse que minha cara de adolescente não a deixava nem um pouco atraída por mim. E então eu cortei o cabelo assim que fiz 18 anos. Ficou um pouco mais curto e eu reprimia minha mania de ficar jogando o cabelo para o lado durante o tempo inteiro agora. Minhas roupas mudaram e eu me sentia um pouco mais velho agora. Então a chamei para sair de novo. Ela entrou no meu carro e me deu um beijo na boca no mesmo momento. Foi excitante ver que a mudança tinha sortido um efeito. 

Ela foi minha primeira mulher. E eu achava que era apaixonado por ela, mas a maior parte do sentimento era apenas tesão. 18 anos de tesão repreendido com certeza faz coisas terríveis com um cara. Então ela me traiu com aquele babaca e eu jurei que ia me manter afastado de relacionamentos. Virei o anti-social, quando na verdade, conseguia transar com a menina que eu quisesse nas festas de Niall, mas sempre fui discreto demais para saberem sobre isso. E então Sophie apareceu e tudo mudou, eu a quis no mesmo momento. Eu quis que ela fosse minha. Mais do que quis qualquer coisa que fosse durante toda a minha vida.

Olhando para Meggan agora, o desejo pulsando entre minhas pernas, eu vejo que tudo continua da mesma forma. Ela ainda é a gostosa que eu sempre quis ter na minha cama, enquanto Sophie está em casa, sendo a mulher que eu amo. Eu a amo. Isso é tão estranho como soa para mim. 

-Está me ajudando muito, Harry - Meggan cortou meus pensamentos, colocando sua mão sobre a minha e sorrindo, a cabeça levemente inclinada para a direita - Não sei o que faria sem você.

-Sim, claro - sorri dando de ombros e arrastei minha cadeira para mais perto dela - Sabe o que eu acho que ajudaria? 

-Não, o que? - ela falava baixo agora, e seus olhos estavam um pouco arregalados, provavelmente soei mais cachorro do que deveria. 

-Transar comigo - falei seguro e me achei foda por não quebrar minha voz durante - Eu poderia fazer isso agora -  olhei para o banheiro e depois voltei meu olhar para ela - ali no banheiro, ou posso te foder com meus dedos embaixo da mesa. 

-Harry - ela sussurrou mordendo o lábio - Você não costumava ser tão safado. Eu gosto disso. 

-Aposto que sim.

-Sinto falta do seu gosto na minha boca, se quer saber. Ou de tudo que costumávamos fazer. 

A garçonete se aproximou, deixando um cardápio na minha mão e eu engoli seco. 

-Querem beber algo? 

-Não, estamos saindo - me levantei puxando Meggan comigo. 

O silêncio no carro me deixava nervoso. Eu não sei até que ponto eu realmente levaria isso. Porra, eu estava traindo Sophie? Espero que eu não continue com isso. Deveria deixar Meggan aqui mesmo, mas isso provavelmente seria rude e um boquete nunca matou ninguém. Sophie não precisa saber, ninguém precisa. Desci rápido com Meggan na porta da minha casa e a empurrei para dentro. 

-Pode subir, meu quarto é o primeiro do corredor. 

Ela afirmou e subiu, os saltos fazendo barulho no assoalho, me deixando incomodado. Sophie não faz barulhos quando sobe as escadas. Ela está quase sempre descalça ou de meias, e sobe sempre na ponta dos pés. Merda. Não posso pensar em Sophie agora. 

Busquei um vinho qualquer na cozinha e equilibrei duas taças na minha mão que sobrou. Subi as escadas de dois em dois degraus e Meggan deu um pulo quando coloquei as mesmas em cima da minha escrivaninha. A mesma que eu havia transado com Sophie assim que comprei a casa. Merda. Por que tudo aqui me lembra dela? É a merda da minha própria casa. 

Enquanto coloquei as taças ali, Meggan veio atrás de mim, suas mãos passaram pelos meus braços e eu a olhei por cima do ombro. Seu nariz roçou na minha bochecha e eu estava pronto para virar e jogá-la na cama. A porta foi empurrada e Sophie estava ali, parada na soleira, uma lágrima descendo por seu rosto. Meu coração poderia explodir do meu corpo naquele momento, e talvez fosse melhor que realmente o fizesse. 

  -Sophie – esbarrei em Meggan e caminhei até Sophie, quando estendi uma mão para tocá-la ela recuou, e doeu mais do que se tivesse me batido – O que eu... Ah meu Deus.  

Comentem e votem.  

Let me stay | H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora