Desculpem a demora;minhas aulas começaram e tenho que acordar cedo demais e a tarde fico cansada...Talvez eu só poste capitulos aos sábados.
Minha vó foi logo levando a gente pra cozinha, não quis nem saber das nossas poucas bagagens que trouxemos. Logo começou a tagarelar sobre minha infância nas férias de verão que vinham passar com ela e minha mãe no rancho. Jamie gostando da conversa ficava rindo e olhando pra mim, e ainda pedia pra minha vó contar mais. Que chato. Sem contar das galinhas que me perseguiam se eu chegasse perto dos pintinhos delas. Ainda lembro da carreira que levei de uma, resultado. Joelho ralado e queixo ferido, ainda tenho uma leve cicatriz no joelho desse meu pequeno acidente. Senhor, que ela não pegue os albuns de fotográfias!
-...Dakota era danada, vivia colocando areia nas águas dos meus cavalos no celeiro. Ainda posso ouvir os gritos da Mel lá fora.- Minha vó sinta mamãe em um tom carinhosos e tristonho ao mesmo tempo. Sei que ela também deve sentir bastante saudades dela, assim como eu.
- Então ela era atrevida.- Jamie olha pra mim com um sorriso malicioso no rosto. Que safado, na frente da minha avó?! - Conte mais, sra. Johnson.- Lanço um olhar ameaçador para ele. Holly nem liga para o que estamos conversando, está mais interessada em seu bolo de frutas coberto de chocolate.
- Me chame de Margareth, sem formalidades. Continuando...Dakota vivia se danado, ai as coisas pioraram quando um garotinho veio aqui visitar o lugar. Na época eu deixava o povo observar meu rancho. Eles ficaram amiguinhos e vieram me dizer que iam se casar.- Puts! Esqueci completamente do meu amigo de verão, Richard. Ele sempre vinha nas suas férias para Nova Jersey ficar com seu pai, lembro que ficamos muito amigos. Olho para meu amor encabulada, ele parece ter ficado mais interessado nesse meu amigo ou ficado com ciúmes.
Margareth contou muito mais da minha curta amizade com o Richard, Jamie pode parecer tranquilo escutando atentamente o que minha avó diz mas no fundo deve está explodindo de ciúmes. Ciúmes de um garotinho de 10 anos que nem sequer sei onde está nesse momento. Nos enchemos de bolo, biscoito, milho assado, suco e café. Logo fiquei cansada, com sono e com as pernas doloridas. Vovó nos levou para o quarto que ficariamos, e Holly ficou no meu antigo que Margareth não mudara nada. Segundo ela, era uma boa recordação quando sentia falta de mim. Isso me pegou cheio, me sinto culpada por ter ficado tanto tempo longe dela. Continuava do mesmo jeito, a mesma cama, o pequeno armário e um criado mudo. Sem contar as prateleiras com alguns livros de histórinha que eu trazia.
- Não se preucupe. Eu sempre limpo esse quarto.- Sorrio pra ela. Sei como isso é importante pra ela.- Vocês devem está cansados, durmam.- Minha avó faz questão de ficar com a Holly e o Zepp enquanto eu e Jamie vamos para o banho.
Estou tão cansada que não demoro muito no chuveiro, como comi muita coisa estou sem fome. Vesti meu pijama e me deitei na cama que estava um pouco longe de ser macia, cada movimento que eu fazia escutava a cama ranger. Isso não é bom. Por fim acabei dormindo sem ouvir a crise de ciúmes do Jamie nos meus ouvidos.
Sonho com minha infancia nesss lugar, e de repente desperto do sono. Ainda está escuro lá fora, ainda deve ser três da madrugada. Fico completamente sem sono, dormir muito cedo e agora me deu fome. Me levanto da cama bem devagar pra não fazer barulho, Jamie dormi profundamente e não quero acordá-lo com esse barulho nojento. Pego meu roupão e saio do quarto, estou de meias, meus pés estão gelados e está fazendo frio. Volto pra pegar um lençol e vou pra cozinha. Melhor tomar um copo de leite, logo vai amanhecer e tomaremos o café da manhã. Descido ficar sentada no sofá de madeira que está na varanda enquanto bebo leite.
Está escuro, pouco a pouco o céu começa a clarear e vejo seus primeiros raios de sol. Nunca vi uma coisa tão linda na minha vida, minha vó tem sorte em todos os dias ver esse acontecimento natural. Penso na minha casa, verei vários amanhecer lindos como esse junto com meu amor, meu anjo. Escuto a porta se abrindo e vejo minha vó enrolada em um xale xadrez de lã. Ela se senta ao meu lado e como eu, fica observando o céu ganhar vida.
Passamos um bom tempo contemplando a maravilha da natureza. Logo o galo cacareja anunciando que já amanheceu, os animais começam a se levantar preguiçosamente.
- Acho que podemos ver algumas recordações antes do seu marido acordar.- Margareth quebra o silêncio.
- Pode ter certeza que ele não levantará tão cedo. Está cansado.- Ele se levanta e me deixa sozinha por alguns segundos. Volta trazendo uma caixa um pouco empoeirada com alguns objetos dentro.- O que é isso?- Pergunto, tirando um frasco preto de dentro da caixa.
- Seu cabelo.- Olho pra ela horrorizada. Não entendo por que as pessoas costumam guardar esse tipo de coisa dos filhos. Ela pega da minha mão delicadamente e abre o frasco tirando uma pequena mexa de cabelo loirinho de dentro.- Mel me pediu pra guardar tudo. Até seus dentinhos. Você não foi muito de acreditar em fada do dente.- Não era. Eu tinha uns oito anos quando peguei essas duas falando que colocariam uma moeda debaixo do meu travesseiro. Depois daí minha conclusão estava certa, que não existi fada do dente.
- Isso é louco.- Digo, observando meus dentes de leite. E nojento. Faço uma cara de choro quando vejo um lencinho que minha usava pra cima e pra baixo, nunca entendi por quê. Nunca foi de assuar o nariz nem nada do tipo, somente o levava para todos os lugares. Por incrivel que pareça o lenço ainda tem o cheiro de baunilha que ela tinha. Meu coração aperta em lembrar do cheiro gostoso que minha mãe exalava.- Ainda têm o cheiro.
- Sinto muita saudade da minha mel.- Ela olha cabisbaixa para minha mão com o objeto que seguro.- Você me lembra tanto ela, e quando sumiu por tanto tempo pensei que tinha me deixado também.- Eu deveria me jogar um rio de água gelada, por ser a pior neta do mundo.
- Desculpa, vó. Eu deveria ter sido mas presente, em vez disso só me preucupei comigo mesma e com minha fama. Eu nem se quer passava os natais com a senhora, sinto muito.- Eu a abraço emocionada.
- Tudo bem, minha querida. Eu perdoo você, só não suma.
- Ah, vó.- Digo, enxugando uma lagrima que escapou dos meus olhos.- Jamie me mudou tanto, eu era tão egoista e orgulhosa. O amor faz a gente ver a vida de uma forma totalmente diferente.- Começo a contar pra ela sobre como conheci Jamie a meses atras, de como me apaixonei e como tive sorte em encontralo. Mais tambem falei do meu ciúme, da minhas brigas com aquela mulher e da partida dolorosa e, claro que o perdoei. Ela ficou feliz em saber que eu o havia perdoado ele, obvio. E como sempre ela sabe o que diz:
- A melhor coisa que um ser humano faz é perdoar. Não importa o tamanho do erro, não adiante guardarmos isso pra si, só faz mal a nós mesmo...o melhor é deixar pra lá e seguir em frente. Perdoar é a palavra que mais uso durante toda a minha vida.
- Então a senhora perdoa meu pai por ter abandonado a minha mãe? Ele teve os motivos pra fazer isso, sei que ele estava errado também mas...
- Mas é claro que o perdoo. Vejo que está muito feliz não só pelo Jamie, pelo bebê ou pela Holly.- Preciso contar pra ela sobre a história do meu pai.
- Vó, meu pai disse que pensava que o bebê era de um tal de Robert. Por que naquela época minha mãe era muito amiga dele, e meu pai achava que ela o havia traido. Por isso ele foi embora sem explicação nenhuma.
- Sua mãe me contou que provavelmente fosse por isso. Querida, tudo bem. Tudo acabou bem, mesmo depois de tudo.- Ela guarda os poucos objetos que pos pra fora e se levanta.- Melhor preparar o café da manhã, pronta pra tirar leite da vaca e recolher ovos?
- Estou grávida.- Ela me olha.
- Gravidez não é uma doença e sim uma benção. Eu trabalhava que nem uma louca quando estava com nove meses grávida da sua mãe, menina.
- Mais minha gravidez é algo delicado. Tive sangramento algumas vezes...
- Isso se chama extresse. Aqui só terá diversão. Me ajude a preparar o café.- Me levanto do sofá toda enrolada e a sigo para a cozinha. To vendo que será os longos quatro dias da minha vida.