No caminho até a clínica foi tranquilo e calado, acho que no fundo o exame dará positivo. Que propósito minha mãe escreveria uma carta pra esse cara, só se a letra era falsa, mas é impossível poís ainda tinha uma foto minha. No fundo eu queria ser só eu mesma e mais ninguém, já estava tão acustomada em não ter mais laços sanguíneos, mas ficarei extremamente feliz em ter um pai.
A recepcionista da clínica nos comunica que a enfermeira irá nos entregar o resultado, estou nervosa e a tempos que bebê nâo chuta e agora parecia que ele estava no meio de um jogo decisivo, está chutando que nem louco. Talvez ele sinta, claro que sente que estou nervosa e está tentando alertar que não estou sozinha nisso. Aliso minha barriga sorridente pelo que acaba de passar pela minha cabeça. Sinto um frio na barriga quando entramos na sala.
- Não vamos demorar muito.- A enfermeira pega alguns papeis.- Aqui estão os resultados. Prontos?- Assentimos ao mesmo tempo. Ela dá uma olhada no papel e em seguida nos olha.- Bem...pelo exame que fizemos, o sangue de vocês é 99% compatível.- Certo, vou ter um ataque. Nào sabia que me atingiria tanto assim, eu já estava preparada para dos dois resultados, tanto negativo ou positivo. Talvez seja por que agora é certeza. Don, meu pai, sei lá, ficou todo sorridente e ao mesmo tempo ação do que fazer. Okay, respira Dakota.
A enfermeira sai da sala e nos deixa a sós. Nãoooo, volta aqui mulher.
- Bem...acho que a carta falava a verdade.- Droga de hormônios, estou sentindo a garganta apertar e as lágrimas encherem meus olhos.- Posso te pedir um abraço?- Confirmo me levantado da cadeira. Ele se aproxima de mim tímidamente, mas eu me apresso mais, o mesmo fica surpreso. Logo ele retribui o abraço. Jamie vai ficar feliz quando eu contar do resultado. Esse homem é meu pai!
- Acho que você já pode conhecer seu genro e sua neta.- Digo, quando me afasto. Ele franze o cenho quando digo neta.- É uma longa história, te conto no caminho.
- Vamos então. Você está bem?- Limpo minhas lágrimas com as costas das mãos.
- Estou sim. Gravidez sempre me deixa mais emocionada.
No caminho para meu prédio, Don, meu pai, não vou chamá-lo de pai da hora pra outra. Descidiu passar em uma loja de brinquedos quando falei que a Holly tinha quatro anos e que a adotei a alguns meses. Vou esperar um tempo até contá-lo sobre aquela situação ruim que passei com o Jamie, deixar essa parte da separação pra lá. Contei que conheci Jamie em uma cidade pequena por conta que havia me perdido, ele disse que era o detisno. E que depois de um tempo me mudei pra Nova York.
Mandei uma mensagem pro Jamie avisando que deu positivo e que teriamos visita. Berta tratou logo fazer chá e biscoitos, eu tó bem animada com isso. Achei que nem iria me importar tanto, mas estou me importando pra caramba. Lembro daqueles presentinhos chatos que minhas professoras me obrigavam a fazer na minha escola pro dia dos pais, eu fazia mais jogava fora no caminho. Eu não tinha pai pra entregar, então pra quê levar pra casa?! Acho que deveria ter guardado todos pra esse dia.
Assim que chegamos no meu andar, Jamie tava brincando no corredor com a Holly e o cachorro. Oh, meu Deus. Não posso sair por algumas horas e aqui vira bagunça. Sorte que nossos vizinhos estão trabalhando hoje. Me aproximo deles fazendo uma cara nada bonita pro lado do Jamie.
- Que bagunça é essa fora de casa?- Pergunto.
- Quando disse que estava vindo com seu pai, Berta tirou a gente de dentro e foi logo arrumando tudo, ela está passando aspirador de pó na sala. Ela parecia assustadora segurando a vassoura e mandando a gente sair.
- Berta exagerou agora. Jamie esse é o Don, meu pai. Pai, esse é o Jamie meu futuro marido. Ficamos noivos agora.- Acho que ele não vai fofocar por aí sobre isso. Eles se comprimentam com um aperto de mão e logo Don o puxa para um abraço de homem.