..:..:..Capítulo 29..:..:..

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Julia

Eu me sinto entranha, arrasada e perdida. Não posso deixar que alguém perceba a minha fraqueza. Meu pai sempre dizia que eu teria que ser uma mulher forte, e nunca, em hipótese alguma, demonstrar fraqueza. Pois, se isso acontecer, todos vão se aproveitar de mim. Confiança e força, é tudo o que eu preciso. Sinto-me como se tivesse passado um ano em coma. Confusa, dolorida - tanto fisicamente como mentalmente - e sem nenhuma vontade de continuar vivendo. Eu nunca ia imaginar que o  pai canalha do meu monstrinho é namorado da minha melhor amiga! Como que... Não! Ela não devia saber... Ela... Ela não sabia... Não podia saber...

Pisco os olhos diversas vezes, respiro lenta e calmamente. Sei muito bem como controlar um choro, afinal, passei boa parte da minha vida controlando-o, como papai me ensinara. Matt aperta o braço em minha volta e afaga as minhas costas. Dou um sorriso forçado em agradecimento, só queria fugir com ele, para qualquer lugar, assim como a Bea e o chefe dela fizeram. Estou tentando, com todas as minhas forças, acreditar que a Bea é inocente, mas, por que diabos ela desapareceu? Aí fica difícil... Não acredito que ela seja tão covarde a ponto de fugir de mim. Eu a conheço... Ou pensava que conhecia. Sei o quanto ela estava mal mas não precisava ter me abandonado.

Dhiren, está no sofá, impassível, sem pronunciar uma única palavra, enquanto o seu pai está sério, falando e falando, ou melhor, dando-lhe sermões ao lado da esposa bem vestida, que está quase chorando compulsivamente, assim como eu. O Fê está com uma tal de Caroline na mesa, que pelo o que eu entendi, é irmã do desgraçado ( vulgo Ren). Ela é bem bonita, só não sabe se vestir, consigo sentir daqui o quanto o Fê está se segurando para não puxá-la pelo braço e trocar suas roupas por outras mais... Decentes. Rio internamente - só o Felipe para me fazer rir a uma hora dessas mesmo sem falar nada. Eu nunca que ia imaginar que depois do tempo maravilhoso que passei com o Matt ia acontecer algo dessa magnitude. O que custa me dar ao menos um dia inteiro feliz!? Será que é tão difícil como parece? Parece até carma... Estava tudo perfeito... Maldita hora em que eu resolvo acreditar no maldito final feliz do qual a Bea tanto fala... Falando na Bea, onde será que ela está?

- E a Bea? - Pergunto, interrompendo o discurso de uma hora do Sr. Ward.

Eles me encaram, procurando vestígios de raiva ou ironia. Há! Quem eles pensam que eu sou? Apesar de tudo, não posso apagar o que passamos juntas, e eu acredito nela.

- O que tem ela? - Pergunta o sr. Ward, cauteloso. 

- Seu filho é namorado dela. A Bea deve participar dessa conversa assim como nós. 

- Verdade. - Fê me apoia.

- Também concordo! - Grita Caroline, com uma animação desnecessária e inapropriada. Garota louca!

- Tudo bem. Então cadê a sua amiga?

Certo, agora ele me pegou. Eu ia pedir para adiarmos a conversa, mas pela cara dele... É, melhor não.

- Foi o que eu pensei. Bom, eu já tomei uma decisão. - continuou, sério. - Meu filho vai se casar com você.

Congelo em meu lugar e o Matt fica tenso. Que decisão retardada! Eu não quero namorar ninguém, quanto mais casar! Ele é louco?

- Não! - Eu, Dhiren e Matt gritamos.

Caroline derruba a cadeira e - mais vermelha que uma pimenta - Vai até onde o pai está sentado.

- Você. É. O. Pior. Pai. Do. Mundo! - Vocifera, apontando para o pobre senhor que está tentando (da forma errada), me ajudar. - É só assim que você sabe resolver os problemas? Nos chantageando? Nos obrigando a casar com pessoas que mal conhecemos!? Você é doente!

O Idiota do Meu Chefe #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora