O Idiota do Meu Chefe #wattys2016

..:..:..Capítulo 35..:..:..

É, eu realmente NECESSITO dormir. Ficar repassando o meu dia em minha conturbada cabeça, não está ajudando em absolutamente nada! Na verdade, está piorando. Eu já contei carneirinhos pulando a cerca, já fiz meditação (ou algo do tipo), já contei até mil e nada! Estou começando a me sentir como uma vampira... Nossa, que bizarro! Já estou sofrendo os efeitos colaterais da falta de sono, que ótimo! Daqui a pouco pulo da janela. Aliás, até que não seria uma má ideia... Não, se for pra morrer, que seja com dignidade, ou não...
Qual será o próximo passo? Ouvir Lana Del Ray!?

Eu estou largada em minha cama, como se eu fosse uma estrela, meu travesseiro, ou melhor, travesseiro da dona Nora, é maravilhoso e está no chão, junto do lençol. Não consigo reunir forças para levantar e resgatá-los. O quarto é bem fofo. Tem um papel de parede de flores em uma das paredes, um abajur da mesma estampa sob um criado mudo branco com rosas no puxador. Há também um pequeno lustre contrastando com o quartinho de vovó, e alguns móveis mais modernos e sofisticados. Eu bem que poderia passar a minha vida toda deitada nessa cama King size, e estou perplexa por ainda não ter caído no sono com tanto conforto, é, eu devo ter problemas.
Ouço três batidas firmes na porta. Quem pode ser a uma hora dessas?
Coloco o robe de seda, escondo (ou tento esconder) a carranca que se forma em meu rosto e enfim levanto para ver quem está perturbando meus preciosos planos de suicídio.
Assim que abro a porta meu coração acelera, meu rosto começa a esquentar e as minha pernas tremem. Lá está ele... Só de calça moletom cinza, cabelo bagunçado e me olhando de um jeito que eu me sinto como se estivesse nua. Após me analisar, Maxon abre um sorriso malicioso e faz um sinal, perguntando se pode entrar. Balanço a cabeça positivamente.
Ele anda lentamente, e eu aproveito para admirar suas costas perfeitamente esculpidas e musculosas de um jeito bonito, não exagerado. Observo-o sentar na beirada da cama e me encarar. Viro de costas e tiro o robe, sinto seus olhos queimando minha pele, mesmo sem vê-los. Um tremor de desejo percorre o meu corpo.

- O que você quer? - Pergunto, assim que me viro e logo me arrependo. Seus olhos estão carregados de desejo. Mordo os lábios, tentando esconder o desejo.

- Você. - Ele responde, sem desviar o olhar intenso.

Deixo escapar um sorriso bobo e me repreendo internamente por isso.

- Não acredito! Depois desse dia desgraçado você não ficou nem um pouco mal? Não fora afetado nem por alguns segundos? 

- Olha, eu vim com intenção de dormir e não outra coisa, mas... - Ele me olha dos pés à cabeça descaradamente mais uma vez e continua - Se você quiser, posso repensar.

Engulo em seco.

- Não, dispenso.

Max levanta e vem até mim, aquela conexão que temos me pega desprevenida quando ele se aproxima. Antes que eu possa cair, ele me segura. Encaro seus olhos azuis, que hoje parecem estar mais escuros, ou talvez seja só a claridade.
Eu quero muito abraçá-lo, mas... Eu não quero mostrar vulnerabilidade, quero mostrar que sou forte e que posso muito bem ocupar o mesmo cômodo que ele sem demonstrar sinais de desejo e fraqueza. Afinal, eu já mostrei demais.
Seus dedos percorrem uma trilha imaginária em meu braço, o arrepio foi inevitável. Fecho os olhos e me deleito com cada toque. Como se lesse os meus pensamentos, Max me abraça. Permanecemos um bom tempo assim, até que sua mão esquerda passa por debaixo da blusa de seda e acaricia minhas costas. Agindo por reflexo, deixo que meu corpo cole no dele. Agora minha barriga está sendo alvo de sua mão. Mordo o lábio inferior para conter o gemido, porém, Max consegue ouvir, mesmo que sufocado.
Minhas mãos estão em seus cabelos sedosos, enquanto a dele viaja por dentro do meu short de seda.
Seus lábios vão de encontro aos meus, apesar do desejo quase sufocante e arrebatador, nos beijamos de modo calmo, saboreando cada parte da boca um do outro. Basicamente, é como se estivéssemos comendo um chocolate caro, aos pouco para saborea-lo e aproveitar o maior tempo possível. Simplesmente não querermos que acabe.
Paramos o beijo e ele agarra meu rosto.