..:..:..Capítulo 44..:..:..

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Depois de colocar as tripas para fora e receber olhares condescendentes de certas mulheres, lavo meu rosto pálido - quase verde -, e faço um gargarejo apenas com água. Bom, é o máximo que posso fazer no momento.

- Bea do céu! Você está bem? - Uma voz desesperada grita.

Encaro o espelho e vejo que é Mariana, a mesma não se contém e confere minha temperatura numa preocupação exagerada.

- Eu tô bem... - Digo, sem ânimo.

Como não recebo mais uma torrente de perguntas, volto a encará-la. Mari está pensativa, com uma leve ruga na testa. Estou prestes a perguntar se ela também está passando mal, quando um brilho surge em seus olhos, acompanhado de uma expressão de compreensão. Adoraria saber o que se passa nessa cabeça conturbada.

- Bea, você está grávida! - Solta, simples assim.

Coloco todo meu peso em um único pé e cruzo os braços, esperando pacientemente o momento em que ela vai rir e dizer que está brincando. Não é o que acontece.

- Que foi? Nem venha com essa cara. Tenho certeza que a sua menstruação está atrasada, não está?

Não, minha menstruação não deve estar atrasada, se estivesse eu teria percebido, não teria? Talvez esteja um pouco atrasada, mas isso não quer dizer nada, ela é toda desregulada mesmo.
- Eu não tenho um ciclo certinho, Mari.

- Tudo bem, mas você não pode negar que é uma possibilidade. Eu sou mãe, sei muito bem como é. Aliás, você não está cheia de desejos ultimamente? Brigadeiro, coxinha...

Não, não e não! Não sei se estou preparada para algo assim. Ser mãe, meu Deus! Sempre quis ter uma família, mas não assim, tão prematuramente. O que o Max vai pensar? Meu Deus! O Max! Ele mesmo já falou que não quer ter filhos, que eu já fui a exceção, pois nem namoro sério ele queria. Se eu realmente estiver grávida, como vou contar pra ele?
Me apoio na pia de mármore e inspiro lenta e profundamente.

- Bea, você está bem? - Pergunta Mari, preocupada, tocando de leve o meu braço.

- Estou ótima. - Minto. - Vamos, eles devem estar preocupados com a gente.

O pensamento da possível gravidez, o barulho infernal e o aglomerado de pessoas esnobes, me deixam zonza. No momento, só desejo estar deitada na cama King size de Max, com um balde de pipoca e Nutella no colo. Maxon parece estar conversando com um homem de meia idade, não posso ver seu rosto de onde estou. Parece até o meu pai...
- Bea! - Ele corre em minha direção, com uma expressão preocupada. - Você está bem? O que aconteceu?

- Calma, Max. Estou ótima! A Mari que é exagerada e o que foi que ela...

- Filha! - Sou interrompida pelo abraço de urso do meu pai.

Como eu senti falta disso... É tão reconfortante ser abraçada assim. Sinto-me em casa, protegida e amada. Não consigo segurar as lágrimas rebeldes, elas jorram sem a minha permissão.

- Papai! Nossa, como o senhor está elegante. - rio em meio às lágrimas.

- Docinho, não chore. Não quero te ver triste.

- Não estou triste, ao contrário. Só estou com saudades.

Dou um outro abraço em meu pai, e ele tenta segurar as próprias lágrimas. Mari ao passar por mim sussurra: "Viu? Já está toda sensível. São os hormônios, Beatriz". Faço uma carranca em resposta. Ela manda um beijo e ri.

- Minha menininha cresceu tanto...

- Pai! Não sou mais uma menininha. - Menininhas não carregam um bebê na barriga. Argh! Eu não estou grávida, não posso estar.

O Idiota do Meu Chefe #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora