O Idiota do Meu Chefe #wattys2016

..:..:..Capítulo 51..:..:..

Sei que demorei (peço desculpas) e o capítulo nem está bom, mas tentem considerar o meu esforço rs.
Caso alguém tenha curiosidade... Eu escrevi boa parte do capítulo ao som de Paper Hearts (cover do Jungkook💜)
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Julia

Eu amo esses momentos. Quando tudo está em silêncio e o único barulho que eu escuto é o som de seu coração. Quando sinto que nada de ruim pode acontecer a mim e ao meu filho, pois estou em seus braços; neles eu não tenho medo, não me sinto desconfortável, muito pelo contrário, se fosse possível eu nunca sairia daqui. Nunca me senti amada como agora, óbvio que eu tenho medo de tudo isso acabar, mas se eu for ficar pensando nisso não vou viver o agora e viver o agora é o que eu mais desejo fazer, cansei de me preocupar com as consequências. Aos poucos abro os olhos, levanto a cabeça e lá está ele, com os olhos brilhando, me observando. Ren afaga meu rosto e eu aproveito para me aproximar mais de seu pescoço e depositar um beijo lá.

  - Desculpa... - sussurra Ren, com os olhos cheios de lágrimas.
  - Desculpar o que?
  - Tudo.
  - Você já se desculpou antes, seu bobo. E no começo eu também não te tratei bem, então estamos quites.
  - Ah, isso eu lembro, você só queria usar o meu corpinho. 

Sorrio.
  - Isso é uma meia verdade.
  - Vou fingir que acredito. Mas... Falando sério. Eu... Fiquei com medo.
  - Medo de que? - eu pergunto.
  - Medo de ter perder, assim como a Katie.
  - Você não vai me perder.
  - Lembra quando você me disse que estava grávida?
  - Como eu poderia esquecer? Você surtou e me tratou como se eu fosse um lixo.
  - Perdão. Eu nunca vou me perdoar por tudo o que eu te falei naquele dia e o que eu vou falar agora não justifica, mas de qualquer forma, acho que você merece saber o que estava se passando em minha cabeça, acho que não te expliquei com todos os detalhes.
  - Pode falar, estou te ouvindo. 
  - No dia eu lembrei da Katie... Ela também estava grávida de um filho meu. Nunca vou esquecer da felicidade que eu senti quando ela me disse que a criança que estava em sua barriga era minha. Então depois disso ela decidiu marcar um dia para dar a resposta final, com quem ela enfim, se casaria. Nesse dia eu tinha comprado um par de sapatinhos de bebê, havia até escondido no meu bolso para que Maxon não visse. Independente da decisão de Katie, aquele bebê era meu e eu ia dar o meu melhor como pai. Enquanto a esperávamos, imagens de nós três, eu, Katie e o bebê, não saiam da minha cabeça, até que... Eu ouvi meu irmão gritar e assim que levantei a cabeça eu vi a pior coisa que... Ela... Katie... Fora atropelada. Maxon correra até ela e eu o seguia, desnorteado, sem saber o que fazer, o que pensar, todas as imagens que preenchiam a minha cabeça eram do sangue de Katie jorrando no asfalto... - Ren faz uma pequena pausa para recuperar o fôlego. - Eu lembro que nesse dia, Maxon e eu tivemos uma briga terrível, cada um culpando o outro pela morte de Katie, sendo que nem eu e muito menos ele tínhamos uma única parcela de culpa, o problema é que precisamos de alguns anos para enxergar a verdade. Quando você me disse que estava grávida, tudo isso veio à tona, eu só conseguia pensar na Katie sem vida sob o asfalto... E que o mesmo aconteceria com você...
  - Ren... - balbucio, enquanto enxugo as lágrimas dele e as minhas. Nunca sei o que falar em momentos assim, mas eu fico triste ao vê-lo assim, então eu preciso consolá-lo de alguma forma. - Meu amor, isso é passado, não vai se repetir. Agora para de ser bobo e me dá um beijo que esses hormônios de grávida estão me deixando louca.
  - Só me promete uma coisa? - esse Ren cheio de medos está me deixando nervosa.
  - O que? - indago, curiosa.
  - Não me deixe, nunca! Se você me deixar eu não sei se vou conseguir sobreviver. - seu olhar é tão intenso que eu não consigo segurar por muito tempo e acabo olhando para o teto.
  - Ren! Chega de assuntos mórbidos! Ninguém vai morrer, okay? - esse papo já está me dando calafrios.
  - Eu só... Ju, eu só estou com medo. 

Sim, eu posso ver o medo em seus olhos, ou melhor, o medo de me perder, de perder o nosso filho. Vê-lo assim me dá uma dor estranha no coração, que me dá vontade de abraçá-lo até essa expressão sair de seu rosto, não quero que ele fique assim.