..:..:..Capítulo 37..:..:..

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Caroline

- Por sorte Edward conseguiu me segurar e assim evitou uma queda que teria sido fatal para mim. Devido a nossa posição... Digamos, desconfortável, ele teve que entrar em meu quarto comigo nos braços. Meu pai nos encarava com um nojo descarado, minha mãe permanecia impassível e submissa, posta em sua costumeira posição, atrás de meu pai. O que se seguiu foi terrível. Prefiro não relembrar de forma detalhada, para não deixar vocês curiosos, vou contar de forma sintetizada. Após gritar e ameaçar Edward, meu pai mais uma vez me puxou pelos cabelos e mandou minha mãe me levar para o quarto deles e que ela só me liberasse quando ele desse um jeito em Ed. Contra minha vontade fui arrastada para o quarto frio e escuro de meus pais, e lá fiquei trancada...

Os olhos de minha mãe estão vermelhos, seu rosto suave agora carrega uma tensão que deixa seu rosto cheio de rugas. Todos estamos num clima de tristeza. Beatriz, a defensora do gay idiota, está encarando os próprios pés, Ren está encolhido, com uma expressão vazia, a tal da Julia está afagando-lhe as costas. Aliás, esses dois estão num grude irritante, não aguento mais!

- Então, mãe, será que a senhora pode continuar? - todos me encaram.

- Caroline! - Beatriz me repreende.

- Quem você pensa que é pra me repreender?

- Chega, Caroline! - Mamãe vocifera, visivelmente magoada com o meu comportamento idiota.

- Desculpe, mãe.

- Não desconte sua frustração nos outros, Caroline, e não tome conclusões precipitadas, nem todo mundo consegue destinguir seus sentimentos.

Volto a encarar Beatriz, que me encara com a mesma intensidade. Não posso nem fingir que não entendi sua indireta, ela sabe muito bem que eu entendi o que ela quis dizer. Acontece que eu não vou fazer papel de idiota, estou cansada disso.

- Será? Acredito que não deva ser tão difícil assim.

- Se acha assim tão fácil, por que não o ajuda a enxergar a verdade? Não tem coragem o suficiente?

Sinto todos os olhares voltados para mim, encolho os ombros e viro o rosto.

- Mãe, por favor, continue.

- Certo.
Bom, no dia seguinte, eu tive que passar o dia todo trancafiada em meu quarto, sem notícias de Edward. Uma semana praticamente voou, e na tarde de sábado eu já estava toda de branco, de véu e grinalda. O dia estava cabisbaixo e nublado, assim como o meu humor. Assim que a marcha nupcial foi iniciada, meu nervosismo alcançou níveis extraordinários, eu não tinha mais volta, eu estava perdida, era o fim para mim é Edward. Edmund compartilhava da mesma tristeza, e com uma carranca que ele não fez questão de esconder, segurou minha mão...
Dois anos depois, assim como Edmundo havia prometido para o pai, eu estava grávida de Maxon, e ele foi a minha única alegria, era o motivo pelo qual eu levantava todas as manhãs e continuava vivendo. Edmund não se importava com o bebê que estava em minha barriga, só queria fazer a vontade do pai, ele nem ao menos se dirigia a mim, afinal, ele fora obrigado a se casar comigo. Anos mais tarde ele me confessou que também amava outra pessoa na época em que fora obrigado a se casar.
Enfim, três meses depois da concepção de Max, eu encontrei Edward perambulando pelo mercado. De início eu pensei que estava delirando, entretanto, a conexão que nos unia fez tudo se tornar verídico em minha cabeça. Assim que percebeu minha presença, veio correndo em minha direção, porém, se conteve no meio do caminho. Fiz sinal para que ele me acompanhasse, e em um lugar mais discreto passamos a tarde toda conversando, como nos velhos tempos.
Edward estava vivendo com uma menina que vivia da dança e era muito mal falada por todos.
Apesar do ciúmes pude perceber o quanto ele ainda me amava, por isso passamos várias semanas nos encontrando às escondidas. Queríamos fugir. Em uma noite fria de quinta-feira, sozinha em casa - Edmund tinha viajado a negócios -, aproveitei para chamar Edward. Então naquela noite eu me entreguei para ele e enfim fizemos amor.

O Idiota do Meu Chefe #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora