..:..:..Capítulo 33 ..:..:..

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Beatriz

Massageio minhas têmporas e tento relaxar. Definitivamente, hoje eu tive uma das conversas mais estressantes da minha vida.
Visto o pijama de seda, que a maravilhosa Sr. Ward me emprestou, e seco o cabelo com o secador que ela deixara sob a cama King size, de cobertas verde-claro. Às vezes eu só queria voltar no tempo e ter dito pro Maxon para gente continuar em nossa fuga, longe dos problemas, das conversas estressantes, só que também tem o outro lado da moeda, a minha parte racional, a parte que gritaria comigo se eu tivesse tomado essa decisão. Eu não poderia abandonar a minha melhor amiga nessa. Por mais estressante e difícil que seja, eu nunca poderia - e nem conseguiria - desampara-la. Ao fugir com Maxon eu sabia que iria deixá-la sozinha, mas, ao menos uma vez eu quis pensar em mim, acho que mereço isso.
Foi difícil voltar, não vou mentir. Basicamente foi como se eu acabasse de ler um livro e voltasse para a sem graça realidade. A sensação foi parecida, só que mais avassaladora.

As cobertas são bem macias e o fato de o quarto de um certo homem de olhos azuis, ser de frente ao meu, deixa um sorriso malicioso em meus lábios. É, e esse é o resultado de se passar tanto tempo com o Maxon, você acaba se tornando uma safada, ansiando por mais a cada minuto. Não posso culpar os meus pensamentos pecaminosos, eu não estou conseguindo dormir, logo, essa cabecinha aqui, se torna oficina do diabo.
Algumas partes da conversa invadem a minha cabeça... Acho que a tortura começou quando eu e o Maxon colocamos os nossos pés no escritório do pai dele.

Do lado de fora, tudo aparentava estar em um clima calmo. Nada de gritos, ou algo do gênero. Maxon me ajudou a sair do carro e antes de prosseguirmos, ele me puxou para um beijo. Foi um daqueles raros beijos - que agora nem são tão mais raros assim -, em que eu me sinto amada. Foi um beijo calmo mas cheio de sentimento e significado. Foi como se ele me colocasse em seu colo, e, acariciando meus cabelos, sussurrasse um maravilhoso "Eu te amo". Talvez a loucura já estivesse se instalado em minha cabeça, porém, seu olhar, seus batimentos acelerados, e a súplica implícita de que ele me queria ali em seus braços, dizia o contrário.
Após me beijar, ele segurou minha mão e assim fomos até a porta da imponente mansão.
Quando a porta foi aberta, meu coração acelerou e um leve tremor percorreu meu corpo. Eu estava com medo, nervosa com o que estava por vir. Maxon apertou minha mão, percebendo o quanto eu estava nervosa, e tentou me acalmar com o olhar, o que funcionou, por um breve momento.

- Meu amor! Você está bem?

Maxon foi atacado pelo abraço afetuoso de sua mãe, que sorria largamente ao ver seu filho bem.

- Claro que estou. Eu liguei para a senhora quando saí.

Ele havia ligado? Ah, provavelmente quando estávamos no mercado.

- Eu sei, querido. Mas eu fiquei preocupada.

- Ah, então os covardes resolveram voltar!?

Uma dor se instalou em meu coração assim que eu reconheci a voz amarga da minha amiga.

- Julia, eu...

- Não! Não me venha com um Julia, eu posso explicar, por que você não pode! - gritou, gesticulando com os braços.

- Julia, por favor, se acalma. Pensa no bebê.

- Ah, agora você pensa no bebê, Beatriz?

- Eu nunca deixei de pensar! - gritei, já com lágrimas nos olhos.

- Bea, eu pensei que você fosse minha amiga... Você... Me abandonou.

- Julia, minha querida, sente-se. Você não pode ficar assim. - disse a mãe do Maxon, tentando acalmá-la.

O Idiota do Meu Chefe #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora