Beatriz
Massageio minhas têmporas e tento relaxar. Definitivamente, hoje eu tive uma das conversas mais estressantes da minha vida.
Visto o pijama de seda, que a maravilhosa Sr. Ward me emprestou, e seco o cabelo com o secador que ela deixara sob a cama King size, de cobertas verde-claro. Às vezes eu só queria voltar no tempo e ter dito pro Maxon para gente continuar em nossa fuga, longe dos problemas, das conversas estressantes, só que também tem o outro lado da moeda, a minha parte racional, a parte que gritaria comigo se eu tivesse tomado essa decisão. Eu não poderia abandonar a minha melhor amiga nessa. Por mais estressante e difícil que seja, eu nunca poderia - e nem conseguiria - desampara-la. Ao fugir com Maxon eu sabia que iria deixá-la sozinha, mas, ao menos uma vez eu quis pensar em mim, acho que mereço isso.
Foi difícil voltar, não vou mentir. Basicamente foi como se eu acabasse de ler um livro e voltasse para a sem graça realidade. A sensação foi parecida, só que mais avassaladora.As cobertas são bem macias e o fato de o quarto de um certo homem de olhos azuis, ser de frente ao meu, deixa um sorriso malicioso em meus lábios. É, e esse é o resultado de se passar tanto tempo com o Maxon, você acaba se tornando uma safada, ansiando por mais a cada minuto. Não posso culpar os meus pensamentos pecaminosos, eu não estou conseguindo dormir, logo, essa cabecinha aqui, se torna oficina do diabo.
Algumas partes da conversa invadem a minha cabeça... Acho que a tortura começou quando eu e o Maxon colocamos os nossos pés no escritório do pai dele.Do lado de fora, tudo aparentava estar em um clima calmo. Nada de gritos, ou algo do gênero. Maxon me ajudou a sair do carro e antes de prosseguirmos, ele me puxou para um beijo. Foi um daqueles raros beijos - que agora nem são tão mais raros assim -, em que eu me sinto amada. Foi um beijo calmo mas cheio de sentimento e significado. Foi como se ele me colocasse em seu colo, e, acariciando meus cabelos, sussurrasse um maravilhoso "Eu te amo". Talvez a loucura já estivesse se instalado em minha cabeça, porém, seu olhar, seus batimentos acelerados, e a súplica implícita de que ele me queria ali em seus braços, dizia o contrário.
Após me beijar, ele segurou minha mão e assim fomos até a porta da imponente mansão.
Quando a porta foi aberta, meu coração acelerou e um leve tremor percorreu meu corpo. Eu estava com medo, nervosa com o que estava por vir. Maxon apertou minha mão, percebendo o quanto eu estava nervosa, e tentou me acalmar com o olhar, o que funcionou, por um breve momento.- Meu amor! Você está bem?
Maxon foi atacado pelo abraço afetuoso de sua mãe, que sorria largamente ao ver seu filho bem.
- Claro que estou. Eu liguei para a senhora quando saí.
Ele havia ligado? Ah, provavelmente quando estávamos no mercado.
- Eu sei, querido. Mas eu fiquei preocupada.
- Ah, então os covardes resolveram voltar!?
Uma dor se instalou em meu coração assim que eu reconheci a voz amarga da minha amiga.
- Julia, eu...
- Não! Não me venha com um Julia, eu posso explicar, por que você não pode! - gritou, gesticulando com os braços.
- Julia, por favor, se acalma. Pensa no bebê.
- Ah, agora você pensa no bebê, Beatriz?
- Eu nunca deixei de pensar! - gritei, já com lágrimas nos olhos.
- Bea, eu pensei que você fosse minha amiga... Você... Me abandonou.
- Julia, minha querida, sente-se. Você não pode ficar assim. - disse a mãe do Maxon, tentando acalmá-la.
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O Idiota do Meu Chefe #wattys2016
Roman d'amourBeatriz Burke sempre vivera sob os cuidados de sua mãe protetora, até que, para conquistar a sua independência, ela se muda para Nova York, acompanhada de seus dois melhores amigos, para estagiar em uma das maiores empresas de publicidade do país, a...