..:..:..Capítulo 52..:..:..

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  Me desculpem pela demora, tive alguns problemas pessoais.
*************
Bea

- O QUÊ!? - grito, tentando segurar  a vontade de cair em lágrimas. - Max... Nós precisamos... Max eu... 
Infelizmente não consigo mais falar, pois minha garganta se fecha em protesto e as lágrimas jorram incessantemente, como uma cachoeira.
  - Calma. - Ele me abraça e deposita um beijo no topo de minha cabeça. - Nós vamos dar um jeito, eu prometo. 

E por alguma razão desconhecida, eu relaxo um pouquinho, acredito nas palavras dele, sei que Max vai sim dar um jeito, mas... Eu ainda estou preocupada. 
  - Como é que ele tá? - pergunto.
Maxon solta um pesado suspiro.
  - Ele não está nada bem, o que é completamente compreensível. Eu estaria do mesmo jeito se tivesse sido você. - Ele me aperta mais em seus braços. 
Levanto a cabeça e encontro seus olhos cheios de medo e preocupação, e apesar das circunstâncias meu coração dá um discreto salto. Eu o amo tanto e vê-lo assim, preocupado comigo, faz algo se agitar dentro de mim.
Encaro-o mais uma vez, porém desta vez ele parece envergonhado.
  - O que foi? - indago, curiosa.
  - Eu...
Espero ele falar.
  - Eu estou aliviado por não ter sido você. 

Sinto-me a pior pessoa e amiga do mundo, mas não vou mentir e dizer que não gostei do que ele falou.

  - Por um lado fico muito feliz em saber que você se preocupa comigo, mas por outro lado eu estou morrendo de preocupação com a Julia e o bebê, meu Deus, tem o bebê! Max, eu não vou deixar que a minha amiga perca o filho dela! 

E como um choque de realidade, todo o meu corpo é tomado por tremores. A Julia não pode perder o seu bebê, não quero que ela sofra como eu sofri, não vou deixar!

  - Beatriz! - Chama Dhiren.
  - Oi!
  - Você pode vir aqui?
  - Claro. 

Dou um beijo na bochecha de Maxon, limpo minhas lágrimas e sigo para a cozinha, porém ele me acompanha.

  - Conseguiu alguma coisa? - pergunta Max.

Ren fecha o notebook e deixa a cabeça sobre ele, visivelmente angustiado.

  - Não... -  Ele fecha os olhos por alguns segundos. - O loiro que o cozinheiro falou só pode ser aquele filho da mãe.
  - Você acha que foi o Matt? - questiono, incrédula. 
  - So pode ter sido. - diz Max, com os dentes cerrados, sem nem mesmo hesitar.
  - Por que você me chamou? - indago a Dhiren, agora com uma curiosidade ainda maior. 
  - Porque você se relacionou com ele. 
Pelo canto do olho vejo os músculos de Maxon se contraírem assim que o meu breve relacionamento com Matt é mencionado.
  - E o que isso tem a ver?
  - Em nenhum momento ele chegou a mencionar um lugar preferido, ou a casa de algum parente? - a voz de Dhiren sai quase como um sussurro e seus olhos estão vermelhos, assim como o rosto, de tanto chorar.
  - Eu não tenho certeza... - é como se eu tivesse acabado de falar pra ele que a Julia está morta, então acrescento: Preciso pensar um pouco.
  - Por favor, até agora você é a minha única esperança. 
Saber que eu sou a sua única esperança não ajudou muito, pois um peso ainda maior recai sobre mim e isso não é bom. Certo, eu só preciso pensar nas conversar que tive com o Matt... O problema é que eu não lembro de nenhum lugar em especial. Matt não costumava se abrir, desabafar, falar sobre a família ou algo do tipo, tínhamos conversas mais banais e sobre os meus interesses, raramente sobre os dele. Se bem que... Uma vez...

flashback

Era uma maravilhosa sexta-feira. Nova York acordara ensolarada e aparentemente mais cheia do que o normal. Eu vestia um vestidinho floral meio soltinho com um blazer azul marinho por cima com saltos combinando e meu cabelo estava numa linda trança de escama de peixe, que há muito tempo eu não havia feito. Aquele sol todo só me lembrava do Brasil então eu não poderia ficar de outra forma senão alegre. Lembro que no caminho para o trabalho eu ainda conseguira comprar uma deliciosa limonada. Nas sextas o trabalho era de meio expediente, então as horas passavam voando e quando eu me dava conta, já estava na hora do almoço.
Organizei minhas coisas com a maior pressa possível, pois estava morrendo de fome, e quando eu estava prestes a deixar a minha sala, ouvi duas batidas.
  - Pode entrar.  
A porta abriu lentamente, o que me deixou bastante irritada, estar com fome me deixava assim.
  - Matt! - gritei, claramente surpresa e feliz com sua presença.
  - Oi, Bea! E então? Gostando da Nova York ensolarada? - perguntou, com o cotovelo apoiado na porta e as pernas cruzadas.
  - Com certeza. - sorri.
  - Vai almoçar agora? - apontou para a bolsa e a pasta que eu havia colocado nos braços.
  - Vou, na verdade eu estou morrendo de fome, tudo o que eu mais quero no momento é comida.
  - Imaginei. - disse, com um sorriso brincalhão.  
Ele tinha os olhos exatamente como o mar à luz do sol, brilhantes e de um azul exuberante. 
  - Você está tentando me convidar para almoçar? - brinquei.
  - Oh não! Você me pegou. - dramatizou, com as mãos no coração, o que me fez rir até as bochechas doerem. 
  - Dessa vez eu perdoo, mas da próxima você terá que trazer flores.
  - Flores? Certo.
  - E chocolates. - acrescentei, com a mão na cintura.
  - Que Deus me ajude, até o final do mês terei que trazer joias. 
Rimos como duas crianças bobas.
  - A senhorita deseja apoiar a delicada mão em meu braço? - ele provocou, com um sorriso que teria deixado qualquer mulher de pernas bambas.
  - Mas é claro senhor.
  - Que merda está acontecendo aqui? - indagou uma voz autoritária, o que fez com que logo em seguida meu coração disparasse.
  - Boa tarde, Maxon. - Matt como sempre fora educado.
Maxon se limitou a um sorriso que não chegara aos olhos.
  - Boa tarde, senhor Ward. - cumprimentei.
  - Boa tarde, senhorita Burk. - seus olhos avaliaram todo o meu corpo, o que fez com que um arrepio o percorresse, deixando-me vulnerável.
  - Como pode ver só estamos conversando. - esclareci, irritada por seu comportamento infantil.
  - Não se preocupe, Bea e eu já estamos de saída. - explicou Matt.

O Idiota do Meu Chefe #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora