..:..:..Capítulo 49..:..:..

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Primeiro: muito, muito, muito obrigada mesmo a todos vocês pela paciência e por não terem me abandonado. Vocês são foda!

Segundo: acredito que só faltam mais cinco capítulos para o fim da história.

Terceiro (SPOILER): haverá mais de uma morte e talvez apareça um casal novo.

É isso meus amores, espero que gostem do capítulo.

*****************
Bea

Guardo a bagagem de mão no compartimento acima de meu assento e confiro o número mais uma vez para ver se não estou pegando o lugar de outra pessoa, a última coisa que eu gostaria de fazer agora é pedir desculpas e me explicar para um estranho. Sinto que se eu der um único piu, vou me desmanchar em lágrimas e soluços.
Encosto a cabeça na janela e agarro os joelhos. Será que consigo chorar sem que os outros percebam? Talvez... De qualquer forma eu não tenho opção, as lágrimas me invadem antes que eu possa detê-las. Meu coração parece estar mais pesado do que o meu próprio corpo; dói tanto... Dói demais relembrar o rosto dele assim que eu dei as costas, doi lembrar as coisas que ele falou para mim em seu escritório... O pior de tudo é que o que mais me machuca é a distância que ele de certa forma me obrigou a pôr entre nós, por conta de seus atos e palavras idiotas. Como alguém pode ser tão bipolar assim? Lembro dele me entregando os presentes superfofos naquela manhã, ele parecia estar tão feliz com a notícia do bebê... Para de tarde falar aquelas coisas horríveis para mim, como ele pôde ser tão cruel?
Só percebo que estou soluçando e me balançando para frente e para trás, quando uma mão pousa em minhas costas.
- Você está... Bea? - Eu conheço essa voz...
- Josh? - Levanto a cabeça e encontro um par de olhos azuis me encarando, cheios de preocupação.

Josh está diferente, parece cansado. Enormes olheiras circundam os olhos que um dia já foram brilhantes, cheios de malícia e animação, a pele está pálida e até um pouco verde, os ombros caídos e ele parece ter emagrecido uns 10kg. Pelo visto não sou a única que está mal aqui.

- Oi... - suspira, com um leve sorriso que não chega aos olhos.
- Tudo bem? - Pergunto.
Beatriz você é uma idiota! É óbvio que ele não está bem.
- Não. E você?
Fico calada, tentando decidir se falo a verdade, assim como ele, ou não. Opto pela primeira opção.
- Não, não estou nem um pouco bem.
- Bem-vinda ao clube.
Sorrio.
Josh retira a mochila das costas e a coloca ao lado da minha. Solto as pernas e sento como uma pessoa normal, ou melhor, como um indivíduo que não estava aos prantos.
- Posso perguntar o porquê de sua tristeza? - Lanço a pergunta antes de perceber o quão idiota ela foi.
- Depende... Se eu lhe fizer a mesma pergunta, vai responder?

Finjo que estou refletindo sobre a pergunta antes de respondê-la.
- Hum... Fechado.

Esperamos o avião decolar antes de iniciarmos a sessão-desabafo. Confesso que não estou nem um pouco a fim de falar sobre o que aconteceu entre Maxon e eu, mas a minha curiosidade para saber os motivos dele é maior, por isso aceitei.
Ele está desconfortável; as pernas inquietas, um tique nervoso nas mãos e o visível desespero em seus olhos o entrega. Espero pacientemente, revezando o olhar entre as nuvens que passam por entre as asas do avião e o cartão de instruções da aeronave(sim, aquele que ninguém olha).
Josh entrelaça os dedos uns nos outros, solta um longo suspiro e começa a contar sua história.

(...)
- Quer um pedaço? - estendo o sanduíche e espero pela resposta - Esse molho está me deixando enjoada.
- Claro, nada de desperdiçar sanduíche. - Diz, dando uma piscadela.
- Então você vai passar uns tempos no Rio de Janeiro?
- Sim.
- Por quê? - questiono.
- Porque minha mãe mora lá e eu preciso esquecer a Ca... Sei lá, acho que seria bom passar um tempo com ela. Já faz alguns anos que eu não a vejo.
- Sua mãe é brasileira!?
Ele ri.
- Não. Ela nasceu no Canadá e se mudou aos dez anos para Nova Iorque; sempre quis conhecer o Brasil, principalmente as praias. Minha mãe sempre odiou o clima frio, então desde que se mudou para o Rio, não quis mais voltar e apesar de ela não me contar, desconfio que esteja namorando.
- Você parece não gostar muito da ideia.
- Realmente não gosto.
Agora é minha vez de dar risada.
- Acho que ela já tem idade o suficiente para escolher o namorado. - argumento.
- O problema é que ela não sabe escolher.

O Idiota do Meu Chefe #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora