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Any estava tão envolvida com cada movimento do corpo de Poncho, que não percebeu quando a música terminou e outra se iniciou, muito menos percebeu que Mai e Erendira já haviam saído da pista e retornado a mesa.
_Viu, eu falei que você conseguiria. - Alfonso sussurrou contra o pescoço dela.
_Você é que dança bem. - levantou o olhar para encontrar o dele - Aprendeu a dançar assim com quem hein? - uma pontinha de ciúme corroendo.
_Sabe, fico lisonjeado com o seu ciúme, mas não costumo dançar. Só quando Erendira insiste muito, junto com Javier. - Alfonso sorriu acariciando o rosto dela - Você vai descobrir com o tempo, que não precisa se sentir insegura e nem ter ciúmes.
Os olhares se encontraram, e Any pôde ver a sinceridade e amor naqueles olhos esverdeados. Alfonso segurou seu queixo entre o polegar e indicador e levemente passou a língua pelo lábio inferior dela antes de iniciar o beijo. Any suspirou e se entregou ao sabor de Alfonso.

_Any, porque não vai pro meu apartamento?
Já era final de noite e todos se preparavam pra ir embora, mas Alfonso lutava pra convencer Any a ir passar a noite em seu apartamento.
_Não dá Poncho, eu marquei grupo de trabalho amanhã, preciso estar em casa. - Any tentava argumentar, mas a verdade é que tinha medo de ter mais um de seus pesadelos ao lado dele. Ainda não estava pronta pra contar.
_Você pode ligar pra eles e marcar no meu ap, eu não me importo. - os olhos suplicante - Eu só preciso ter você junto a mim.
Any pensou em recusar novamente, mas queria essa proximidade tanto quanto ele.
_Tudo bem então, mas precisamos passar no meu ap pra pegar roupas e meu material pro trabalho.
_Claro minha linda, tudo o que você quiser e precisar. - Alfonso não se cabia em alegria.

Assim que chegaram ao ap de Poncho, ele não perdeu tempo em apresentar novamente os quartos de hóspede, guiou-a diretamente ao seu.
_Vamos fazer como antes, vai dormir em meus braços fadinha. De onde nunca deveria ter saído.
_Mas Poncho, você não tem mais quatorze anos e nem eu doze.
_Mas continuamos sendo as mesmas pessoas, Temos o mesmo sentimento. E o mais importante, - um sorriso travesso nos lábios - não tem a madre pra colocar de castigo.
Any não conseguiu conter o sorriso, Poncho sempre conseguia um jeitinho de faze-la concordar.
_Não sabe como senti falta disso. - se abraçou a ele.
_Sei sim, foi a mesma sensação de vazio que eu senti durante todos esses anos.
"Não, não sabe." Any pensou ao lembrar dos pais maravilhosos dele, que o encheram de amor e carinho, enquanto ela só teve o medo e a solidão.
Assim que se trocaram, Poncho a puxou para a cama e a deitou sobre seu peito, acariciando os cabelos de Any.
_Linda, minha fadinha linda. - selou seus lábios - Boa noite.
_Boa noite Pon.

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