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_Quatro dias Pon, as feridas já estavam infeccionadas e eu estava com febre. - as lágrimas escorriam por seu rosto - Passei dias no hospital e quando recebi alta fiquei com medo de voltar pra lá, mas a professora me acolheu. Eu vivia com medo, eles me perseguiram pela cidade dizendo que eu era uma vagabunda juvenil, me perseguíam nos pesadelos como os de hoje. Assim que eu completei dezoito eu disse adeus a minha amiga e a minha professora e desapareci de lá. Não deixei nenhum contato. Não queria dar a oportunidade deles me encontrarem.
_Eu lamento tanto por não ter estado lá pra te proteger, pra cuidar de você. - Alfonso a abraçou forte e não conseguiu conter as lágrimas - Você não merecia isso meu amor, eu tinha que estar lá...
_Mas você estava. - sussurrou contra o peito dele - A lembrança de você, a vontade de encontra-lo, foi o que me deu forças pra viver, pra ter esperança de ser feliz algum dia.
_Ah Any! Eu sinto tanto meu amor. Tanto. - distrbuindo beijos por todo seu rosto, Alfonso a apertou mais forte entre seus braços - Prometo que nunca mais vou te soltar.
_Eu te amo Poncho.
_Eu também te amo Any, mas preciso que me diga uma coisa. Apenas uma. - Any assentiu e o olhou, os olhos azuis agora vermelhos de tanto chorar - Eu quero os nomes Any, eu preciso dos nomes.
_Não Poncho, não quero que você...
_Eu quero os nomes Any. - Alfonso a interrompeu e permaneceu firme - Não hoje, não agora, mas eu quero os nomes. Eles não vão sair impunes depois do que fizeram. De jeito nenhum.
Any assentiu em silêncio, no fundo, queria que aquelas pessoas conhecessem a dor, eles mereciam. Mas ela não queria alimentar tanto ódio e tanto rancor.
_Vem, vamos voltar a dormir. - se deitou com ela novamente puxando para os seus braços.
_Você vai se levantar de novo? - o medo era evidente em sua voz.
_Não meu amor, o trabalho pode esperar, nesse momento, o único que importa é você. - beijou a testa dela e depois os lábios - Durma tranquila.
Any se apertou contra o peito dele e depois de longos minutos, cederam ao cansaço.

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