Capitulo 43

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Naquele pequeno quarto escuro ou diria um porão escuro iluminado apenas com uma luz fraca no centro do quarto, minha mãe estava ali, sua respiração estava calma mas evitava olhar para mim. Eu estava segurando minhas lágrimas, eu queria abraçá-la mas no mesmo queria distância de uma pessoa que mentiu para mim esse tempo todo.

— Você não vai dizer nada mesmo?.- Falei segurando o choro, vou ser forte não vou chorar!

- Foi pra te proteger filha.- Minha mãe parecia estar chorando.

— E parece que estou protegida agora?.- Dizia quase gritando enquanto ela me olhava, mesmo eu ainda estando amarrada e com sangue em meus pulsos que estavam sendo cortados pela corda que me prendia...Por incrível que pareça minha mãe e eu fiávamos em silêncio por um momento.- Ele sabia não é?.- Estava me referindo ao Erick.- ELE SABIA?.- Erick sabia que minha mãe estava viva esse tempo todo. Deve ser por isso que ele ficava tao chateado ao acusar ele de assassino, ainda mais assassino da minha mãe.

- Eu precisava da ajuda dele!.- Minha mãe resistiu ao choro.- Eu podia confiar apenas nele para cuidar de você filha, eu sabia que ele ia cuidar!

— Porque vocês mentiram pra mim?.- Segurava o choro.

- Foi preciso, eu precisava da sua segurança.

— Não venha falar de segurança nesse momento! O que menos tenho agora é segurança!

- Vamos sair daqui.- Minha mãe desvia do assunto.- Vamos ficar bem.

— Porque eu acreditaria em você?.- Estava com voz de choro.- Você era a única pessoa que eu mais precisava nesse tempo todo que passou, sabe o quanto que uma mãe faz falta esse tempo todo!?... E o Rick? Você acha que ele vai ficar como, quando descobrir que a mãe dele está morta?

- Ele já sabe...

— O que?.- Isso foi um choque pra mim.

- Erick contou pra ele... Tudo, que eu estava viva... Rick precisava saber o seu potencial pra ver com quem estava lidando.

— Porque vocês fizeram isso?.- Minha mãe não responde apenas chora, em quanto a minha primeira lágrima cai e assim várias caíram logo em seguida.

- Por favor Filha não nos odeie. Um dia você vai entender...- Minha mãe falava com uma voz falha. E foi aí que eu percebi. Eu não odeio minha mãe, muito menos o Erick. Não estou entendendo até agora o porque eles fizeram isso, com o tempo posso entende ou não.

— E-eu, não odeio vocês.- Falei tentando limpar minhas lágrimas com meus ombros.- Eu estou sentindo um sentimento horrível, parece que minha vida toda foi uma total mentira. Parece que todos em minha volta mentiram e mentem para mim... Não sei o que é teatro ou realidade, querendo ou não vocês me traíram, mentiram para mim. As duas pessoas que eu mais amo nessa vida mentiram para mim.

- Foi bem melhor assim Bruna.- Minha mãe tentava parar de chorar.

— Mãe, olha em sua volta! Eu estou aqui, você está aqui. Estamos em risco de morte, tanto eu quanto você sabemos como vai acabar.- Começo a chorar e olho pra minha barriga, não pode, não vou deixar que tirem a minha vida e a do meu filho.

- Vamos sair daqui, eu prometo filha!

- Ele vai matá-lo..- Uma voz masculina no canto do porão é incrivelmente baixa, assim lembro que David também está lá como um prisioneiro todo espancado. Assim eu e minha mãe olhamos uma para outras olhando para David novamente. Minha mãe não parecia tão surpresa, já eu...

— Matar quem?.- Diz assustada

- O Gaham.- David estava com um tom de voz bem fraco.

Erick.- Sussurrei pra mim mesma evitando o sentimento do desespero.

— Porque eu acreditaria nessa bobagem?.- falei com a cabeça oca, sem mesmo entender nada disso.

- Eu vou ajudá-las a fugir...

— V-voce é louco!.- lembrei-me de David falando que queria ser o pai dos meus filhos, não pode, ele é louco.

- E-eu tive que atoar aquela cena... Porque você acha que o Erick não me matou naquela noite?.- David dizia tão fraco, à beira da morte. Sem responder enquanto eu pensava em dezenas de possibilidade... Mas é claro, Erick é bem esperto, com certeza ele não matou David, ele saberia que um dia David poderia ajudar.- Meu pai era um grande amigo do pai de Erick... Problemas do passado meu pai foi morto injustamente, prometi para meu pai que teria lealdade pela família Gaham antes mesmo do pai de Erick morrer. Mas por ironia do destino fui contra a palavra do meu pai e consegui entrar no caminho do seu pior inimigo. Claudio...

— Você está mentindo!.- Dizia raivosa.

- Filha!.- Minha mãe me repreendia.

- Posso dizer que fui para um caminho que não era pra ser seguido que não tem mais volta.- David está se referindo à beira da morte pelo seu próprio chefe; meu pai.- E sim, eu e o Erick não se damos muito bem, mas sabemos que nossos pais eram grande amigos. Ele estava a um fio de me matar aquela noite, mas não me matou porque ele soube que esse dia ia chegar... E-eu posso ajudar..- David dizia fraco mais no mesmo não perdia sua coragem.

— Como eu posso confiar em você? Como posso confiar em alguém nesse momento? Todos vocês têm alguma máscara ou segredo, não sei se isso é bom ou ruim nesse momento.

- Confie Bruna. Eu vou acabar morto de qualquer jeito, mas que seja do jeito que meu pai queria, com lealdade e honra.- Senti pena de David sabendo já do seu futuro que é a morte, não sei se é verdade sua ajuda e nem sei direito o porque ele está aqui todo machucado e amarrado no porão junto com a minha mãe e eu.

— Porque você está aqui?.- Perguntei seria mudando de assunto.

- Eu tentei te salvar.- David falava fraco.

— Salvar?.- Falei com tom de ironia.- Você estava tentando me matar, deixe eu relembrar pra você... dizia que estava excitante quando estava tentando me matar, então reagi e quase tentei te matar, foi então que meu pai apareceu.- Eu estava começando a ficar irritada.- Isso é tentar me salvar?!

- Seu pai não sabia que você estava na sua casa.- Eu estava esperando Erick aparecer, combinei com ele que estaria lá. Ele me ligou.

— E você quer que acredite nisso?.- Ri.- Você estava tentando me matar.

- Realmente.- David jogou sua cabeça pra trás descansando na cadeira.- Não irá te matar, vamos dizer que eu estava querendo só machucar a filha do cara mais filha da puta do mundo.

— Vocês são uns imbecis, porque vocês não resolvem seus ódios com o meu pai, não comigo! Eu não sou ele, o Claudio nem liga mesmo se eu estiver morta ou viva se você ainda não percebeu.- Tentava mostrar minhas mãos amarradas. David não falou mais nada.- Sua história não me convenceu.

- Dona Tânia...- David falou com a minha mãe, fez um sinal como se fosse pra ela prosseguir a história.

- Filha, eu sei que é muito coisa pra você digeri nesse momento. Mas se você confiar no David, você vai poder pensar nessa história pro resto da vida, ao contrário disso, você terá uma possibilidade de morte e acabou aqui, duvidas, mentiras, confianças, amor. Erick realmente me falou do David, quando ele me ligou ontem.

— Erick resolveu ligar pra todo mundo?.- Ri sarcástica.- Por favor.- Dizia farta dessa história.

- Ele disse mesmo que iria ser difícil de você acreditar em tudo isso.- David falou rindo.

— Cala a boca.- Revirei is olhos com raiva.

- Bruna, você pode não confiar no David neste momento muito mesmo na sua mãe! Mas por favor. Confie no Erick! Ele está vindo, David e eu vamos te ajudar a sair daqui, mas precisamos que você possa confiar em nós, pelo menos nesse momento!.- Minha mãe dizia seria, muito seria.

Fiquei alguns minutos no que minha mãe acabou de falar. Sim, eu tenho que sair daqui com meu filho vivo e só no Erick que vou confiar dessa vez. Não só eu quando minha mãe e David precisam sair daqui também, não importa o que eles já fizeram ou deixou de fazer, nesse momento o passado não tem nenhuma importa, sim, o presente está em jogo e o futuro é o prêmio, digamos que o troféu seja a vida.

— O que vamos fazer?.- Diz depois de algum tempo pensando. Fazendo minha mãe e David sorrirem por saber que vamos conseguir sair daqui!

O Vilão da minha históriaOnde histórias criam vida. Descubra agora