Eu devo ter corado muito, porque a garota fez um "own" e eu senti minhas orelhas pegando fogo. Jungkook me paga. Ela me entregou o troco dos sorvetes e voltamos para a mesa pegar as bolsas, quando íamos passando pela porta, ela gritou:
-Boa sorte!
Eu queria um buraco para me esconder, mas Jungkook parecia muito satisfeito com aquela cena e ele estava lindo sorrindo daquela forma. Andamos em silêncio do lado direito da estrada que circulava a montanha, ele me levava para a biblioteca, aliás eu havia ido lá nesse objetivo. Ele pegou uma florzinha que voava, muitas flores eram espantadas pelo vento, estávamos muito alto e com isso o vento era mais forte. As árvores sussurravam, não tinham muitos carros, apenas o bondinho na maior parte do tempo, e as conversas já estavam longe, passávamos sob o teto de galhos entrelaçados das árvores, eu achava aquilo tão bonito e nunca pensei dessa forma, mas tão romântico. Porque eu queria tanto sorrir o tempo todo? Bochechas, por favor, fiquem calmas.
-Você conversa sozinho. -Jungkook riu andando com as mãos nos bolsos. -Fica fazendo caretas sobre oque está pensando.
-Eu não percebo. -digo com vergonha, realmente, eu nunca notava isso em mim.
-Você sorrir e fica sério, aí parece irritado e volta ao normal. -ele veio para a minha frente e ficou andando de costas. -Em que estava pensando?
-Ah, não foi nada.
-Nada. -ele revirou os olhos e voltou para o meu lado. -Fica me escondendo as coisas, vou desistir de você mochi.
-Por que você está fazendo isso? -perguntei rindo, ele estava me irritando desde cedo.
-Te deixando com ciúme? Porque eu acho interessante. -ele sorriu e pegou a minha mão, senti as borboletas acordarem no meu estômago. -Fica lindo com ciúme. Com tudo basicamente. -ele virou o rosto para mim e sorriu, eu encostei meu rosto no braço dele para me esconder do elogio. -Ainda está lindo.
-Não Jungkookie. -ri. -Chega de elogios, certo?
-Hum... ok. -ele dessa vez, virou o corpo todo para mim, e me segurou pelos ombros, me fez andar para trás em questão de segundos e me derrubou na grama da inclinação da montanha até a estrada. Não doeu, eu só levei um susto pensando que ia cair no chão, agora eu arfava o vendo sorrir para mim. -Mochi, mochi. Fica fofo até caindo.
-Por que você fez isso?! -perguntei um pouco com raiva, mas ele acabou com essa pontinha de irritação, ele "caiu". Se inclinou para frente e seus braços o suspenderam sobre mim.
-Por que você não colabora comigo? Até a garota do sorvete disse que éramos perfeitos juntos! -ele puxou os joelhos até os lados dos meus quadris, soltou os braços e sentou sobre mim. -Só você está impedindo.
-Jungkookie, não força as coisas. -pedi tentando me sentar, mas ele me empurrou de volta. -Ok. Eu nunca namorei, nunca tive nada com ninguém, o mais próximo disso é você e para mim Ainda parece errado. -suspirei, tentei focar no esquilo na árvore perto de nós. -Desculpa, mas é difícil, ou você me espera, ou você desiste de mim. -o olhei e ele me olhava pensativo, parecia realmente prestar atenção em casa coisa que eu dizia. -Você está com raiva?
-Não. -respondeu se inclinando para frente e apoiando os braços novamente. -Vamos deixar as coisas claras, okay?
-Uhum. -murmurei o encarando com um certo medo, não que precisasse.
-Eu prometi que ia te mostrar o mundo. E eu vou fazer isso, com seu pai ou sem ele. Você, -ele apontou pondo o indicador na ponta do meu nariz. -Você é uma calculadora pequenininha, que eu quero guardar comigo mesmo que eu odeie matemática. -eu ri e ele fez o mesmo. -Eu te beijei e você deixou, mesmo que tenha sido rápido, eu gostei disso. E se for por mim, eu ainda vou fazer isso inúmeras vezes, talvez mais longos da próxima vez. -eu corei, disso eu tenho certeza. -Eu vou fazer isso daqui a alguns segundos e eu quero fazer isso com você sabendo que eu estou apaixonado por você. -arregalei os olhos e ele riu. -Você também mexeu aqui. -ele me imitou pondo a mão do lado esquerdo do peito. -Ninguém tinha mexido tanto assim, você me pegou desprevenido com aquele pijama do Ursinho Pooh. Acho que eu estou me declarando para você, mas... você querendo ou não ter alguma coisa comigo, eu decidi nessa caminhada que eu gosto muito de ficar perto de você e felizmente eu vou ser forçado a morar na mesma casa que você. Então só tem dois caminhos, ou eu vou te amar muito, ou te odiar muito. -ele parou e ficou me encarando, talvez esperando uma resposta, eu só conseguia respirar. Se aproximou de mim, tocou meu rosto levemente com os dedos e abaixou o rosto devagar, eu deixei, claro que deixei. Eu... eu também estava apaixonado por ele, infelizmente eu ainda não conseguia deixar ir.
Ele tocou meus lábios gentilmente com os dele, de início eu achei que iria ser apenas isso, mas ele se apoiou na minha cintura com as mãos e aprofundou o beijo. Entreabrindo meus lábios e encontrando a minha língua com a sua. Acho que eu nunca quis tanto beijar alguém, levei minha mão a nuca dele, entrelacei os dedos em seus cabelos e retribui seu beijo com a vontade com que ele fazia. Nos afastamos um momento e ele sorriu.
-Ainda bem que você não me deu um murro. -ele riu, parecíamos ter trocado de papéis, ele dessa vez parecia vermelho. -Não sou acostumado a fazer isso.
-Não sou acostumado a ouvir isso.
-Mas eu estava falando sério. -ele se jogou de lado, e ficou deitado na mesma posição que eu.
-Eu sei. Eu gostei. -me virei de lado e me apoiei no cotovelo para deixar um beijo a sua bochecha. -É bom saber disso.
-Contar também, assim eu não tenho que fingir que meu carinho em excesso é apenas por amizade.
Eu ri e encostei o queixo no ombro dele.
-Eu não vou ter que dizer um texto enorme sempre que quiser te beijar, não é?
-Não.
-Ótimo. -Num salto ele estava novamente sobre mim.-x- Jungkook -x-
Meus amigos, batam palmas para mim, eu ganhei três beijos dele no mesmo dia. Obrigado, obrigado. Depois do nosso momento na grama, eu me levantei e o ajudei a levantar, voltamos a caminhar pelo canto da estrada e agora eu segurava sua mão sem hesitar. Meu coração estava acelerado, meus lábios nunca ficaram tanto tempo sorrindo, as árvores nunca pareceram tanto estar vibrando por nós, mesmo que fosse apenas o vento. Mais à frente chegamos a uma estrada mais movimentada, seguimos pela calçada, e chegamos na biblioteca, uma escadaria levava a porta, e árvores de cerejeira adornavam os seus lados. Jimin quase dava saltos novamente, ele me puxou pelas escadas pulando degraus. Chegamos no último degrau e eu respirava pesado, ele nem se importava de ter corrido tanto, apenas me esperou recuperar o fôlego.
-Vamos, Jungkookie! -disse tentando me puxar para a porta. -Vamos.
-Calma. -eu respirei fundo e me deixei ser levado por ele para dentro da biblioteca.
Lá dentro era silêncio absoluto, estantes embutidas corriam a sala circular da biblioteca, no meio haviam mesas e cadeiras espalhadas diante nós e mais para trás, como um dominó, haviam quatro fileiras de estantes escuras. Uma escada espiral levava para o primeiro andar, onde mais estantes e mais livros se encontravam. Alguns grupos estavam sentados nas mesas, com vários livros nas mesas e sussurrando, ou usando paginas de cadernos para escrever oque queria falar. Eu apontei para uma das mesas, avisando a Jimin que eu iria o esperar ali, enquanto ele ia correr pelas estantes. Ele assentiu e me entregou sua mochila. Eu me sentei e peguei o celular, o deixando no silencioso para não atrapalhar.Eu: EU BEIJEI ELE!
Tae: EM CASA?!
Eu: Não estamos em Namsan.
Appa: Que romântico.
Tae: Bem que certas pessoas podiam ser românticas comigo.
Maldade: Parabéns Jungkook, ele não desistiu de você!
Maldade: Taehyung, se você me ama é só dizer.Omma: Parem de tirar o brilho do momento do meu filho!
Omma: Onde ele está agora?Eu: Jimin está olhando a biblioteca
Eu: E eu estou olhando ele segurar uma montanha de livros.Omma: Seja um cavalheiro e vá ajudar ele
Omma: AGORA!
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The Cure - Jikook
Fanfiction"Devíamos amar quem quiséssemos, não é? Pessoas são pessoas." Jimin vivia sob ordens de um pai rigoroso. Jungkook era seu meio irmão, livre para fazer suas escolhas e forçado a aceitar aquele segundo casamento da sua mãe.