"Devíamos amar quem quiséssemos, não é? Pessoas são pessoas."
Jimin vivia sob ordens de um pai rigoroso. Jungkook era seu meio irmão, livre para fazer suas escolhas e forçado a aceitar aquele segundo casamento da sua mãe.
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Era triste de ver.
Jimin sempre tinha a cara nos livros. E por mais que você pense "Ah, mas isso nem é tão ruim assim", bem... as vezes isso me preocupava.
Na verdade ele nunca saía, sempre passava as tardes estudando, e a noite - após o jantar - ele dormia. Ou pelo menos seu quarto ficava tão silencioso e escuro que não tinha como ele está fazendo outra coisa.
Ele era o maior estereótipo de aluno asiático. Tão perfeito que o rosto de qualquer professor se iluminava com a sua chegada. Já eu não era esse tipo de aluno. Eu era o típico aluno asiático que as escolas escondem que existem.
Nos conhecemos há dois meses, mas nossos pais namoram há dois anos. Nos esconderam por bastante tempo, mas... ok.
Suportar o pai dele é parte da minha rotina. Ele é rabugento, e parece ter raiva de tudo e todos.
Porém com ele eu nem me preocupo, nossas conversas são rápidas. Nunca paramos para sentar e conversar. Apenas uma frase: bom dia, obrigado.
Mas naquele momento estava sendo bem incômodo. Jimjn estava sentado do meu lado no sofá, com um livro de matemática e um caderno. Na televisão, eu tentava prestar atenção no filme, mas eu sempre me perdia no som do lápis dele riscando e dos seus suspiros de frustração.
-Você pode ter piedade e assistir o filme comigo? -perguntei forçando um tom equilibrado. Ele parou de escrever um momento e se virou para mim. -Robozinho.
-E eu tenho que terminar o dever de casa. Devia estar fazendo o mesmo.
Ele dizia isso com uma expressão indiferente. As vezes eu me perguntava se ele realmente se sentia incomodado e entediado comigo, ou se a sua vida era tão monótona que ele desistira de reagir.
-Para quando é isso?
-Próxima semana. -diz voltando a escrever alguma coisa.
O encarei incrédulo.
-Eu não consigo prestar atenção no Thor e em você escrevendo ao mesmo tempo. -Tirei o lápis da sua mão e ele me olhou indignado, mas pegou outro no estojo. -Robô.
-Certo. -bufou.
Naquele instante houve uma fagulhinha de esperança, onde meu coração saltou no peito ao vê-lo se levantar, achando que finalmente ele largaria aquilo e assistiria o filme. Mas não foi isso oque aconteceu. Com os livros agarrados contra o peito, ele me olhou com uma mistura de desprezo e raiva.
-Vou estudar no meu quarto. -então ele lançou um olhar azedo para a televisão e o voltou para mim. -Divirtam-se.
-Nós iremos. Não desça nos próximos dez minutos.
Ele fingiu não me ouvir e subiu as escadas.
Jimin era alguém bonito. Isso era inegável. Mas a forma como ele me tratava o deixava feio aos meus olhos.