-x- JungKook -x-
Eu podia ter me declarado para ele várias vezes, com pequenas coisas ou com conversas como no dia do parque de diversões, mesmo assim Jimin parecia não entender que eu queria o bem dele acima de tudo. Quando nos calamos, ele se acomodou mais no meu peito, eu o abracei e apreciamos a companhia um do outro por quase dez minutos em silêncio. Ele escondia o braço machucado entre nós dois, não me deixava ver as marcas de novo, sabia que eu estava com raiva. Algumas pessoas já haviam dito que apenas em olhar era necessário para saber que eu estava com raiva ou não, Jimin sempre me conhecia mais do que o esperado, então ele também já devia perceber isso. Eu queria ver os hematomas de novo, mesmo que fosse para sentir raiva, queria que ele me olhasse e dissesse com convicção que estava machucado, que queria ajuda, que precisava de mim. Não o monte de mentiras que tentavam me convencer saindo da sua boca, eram lábios tão bonitos para palavras tão feias.
No momento em que eu quase adormecia, já ouvindo o barulho do vento longe como em um sonho, ele levantou o rosto sonolento e beijou meu pescoço. Arrepiei. Claro, ele tinha tanto efeito em mim quanto álcool, mas ele era melhor, Jimin me deixava feliz e afobado apenas um um olhar, um toque então... era a minha perdição aquele garoto. Não segurei o riso quando ele continuou por longos segundos pressionando os lábios, estava me acostumando com eles ali quando ele se afastou e me mordeu de leve onde havia beijado.
-Bom. -disse baixo, perto do meu ouvido. -Jungkook-ah, não fica com raiva de mim. -ele fez os dedos caminharem no meu peito, dedos curtos e adoráveis, eles fizeram um caminho do meu peito até a minha boca. -Yaegiya...
-O que foi? -sussurro, ele afasta a mão apressadamente, eu solto uma risada e me viro de lado. Cara a cara com ele. -Eu estou com muita raiva, você não consegue nem ter ideia de como eu estou.
Ele abaixou o rosto, o lábio inferior saltando para fora, os cabelos castanhos desorganizados pelo sono, seus olhos encaravam os dedos. Segurei suas mãos, eram delicadas, ele era como um boneco, eu sentia. Minha mão esquerda pode segura-las bem.
-Sem bico. -reclamo. -Você sabia que eu ia ficar com raiva, não se esconde coisas assim.
-Sabia. -sussurrou, Jimin jogou uma perna sobre a minha cintura, eu estava de lado, segurei sua perna. -Vamos esquecer isso.
-Vamos apenas ignorar por algumas horas. -toquei seus nariz e ele o apertou como um gatinho. -O que?
-Nada. -ele soltou um suspiro trêmulo e eu me preocupei em chegar mais perto. -Eu sinto sua falta. -disse fechando os olhos.
-Mas eu estou aqui. -ri e ele chegou mais perto ainda, o rosto a um palmo de distância.
-É. Está. -ele abre os olhos, percebo então ao que ele está se referindo. Estou sendo muito sério com ele? -Mas parece que não.
-Jimin, eu não posso ser caloroso com você, quando você me esconde coisas como isso. -apontei seu braço encoberto por ele. Eu não briguei com ele, não falei alto, falei como alguém tenta explicar algo a uma criança difícil. -Entende? Se você está machucado, eu quero saber. Pode contar comigo para tudo, meu bem. Dói saber que você está passando por alguma coisa ruim.
-Então só me abraça, não precisa de mais nada. Eu só... não quero me sentir sozinho. -disse baixo, a última parte mais baixa ainda. Ele mexia num fio solto da minha camisa, talvez pensando em como eu era idiota. Passei uma mão por baixo do braço dele e o puxei para perto pela lombar. Jimin deslizou até mim e se agarrou a mim, devolvi o abraço. Ouvi sua respiração aliviada, eu não estou furioso com você Jimin, eu ainda posso ceder abraços. - Obrigado.
-Não me agradeça por te dar carinho. -ri, ele acompanhou. Passei uma mão nos seus cabelos, sentia-os nos dedos, finos e castanhos.
-Não sou acostumado em ter alguém que se importe com essas coisas. -disse, parecia estar confidenciando um segredo. -Na verdade, não estou acostumado a ter alguém, e ponto final.
-Mas agora você tem a mim. -respondi apertando-o mais contra mim. -Eu, os meninos. Eles gostam de você também, Taehyung quase te amassa quando te ver. -ele riu. -Yoongi Hyung não admite que gosta de alguém, mas só em ficar perto da pessoa sem nenhuma objeção, então ele está bem. Jin e Namjoon Hyung gostam muito de você, já me disseram isso. Você ganhou cinco pessoas que gostam muito de você e que se importam.
-É. É estranho. -ele riu, senti ele encolher o braço machucado para si. -Eu não fiz nada para ganhar ninguém.
-Você me fez feliz, eu não encontrei ninguém antes de você que me fizesse bem assim. -assim que terminei ele sorriu como se tentasse contê-lo. Realmente, antes de ter ele, nenhuma das pessoas com quem fiquei foi tão intensa quanto Jimin. Quando nos conhecemos eu estava com Yugyeom, um namoro que duraria pouco por ser superficial. Lembro de o vê pela primeira vez, baixinho, bonito, automático. O achei chato e presunçoso, mas acho que eu só pensava isso porque eu já o conhecia da escola, ele era o melhor da turma, e eu era parte daqueles que faziam apenas o suficiente e por isso o achavam chato. Nos cumprimentávamos em casa, na escola mal nos víamos, e eu me sentia triste porque sabia que Yugyeom não estava sendo tão fiel a mim, ele queria estar com outra pessoa, eu via isso. Então terminamos, mas eu comecei a desacreditar que eu merecia alguém, que talvez na minha vida passada eu tenha sido uma pessoa terrível, talvez tenha matado o amor da minha vida, e o carma estava me seguindo e me fazendo sofrer. Então eu o vi de pijama de Ursinho Pooh, foi o momento em que eu o vi de verdade, ele preocupado, ele cobrindo a boca por causa de um riso. Talvez eu não tenha sido uma pessoa tão ruim.
Jimin olhou para cima, sorriu e me beijou. Eu levantei a perna esquerda e a coloquei do outro lado dele, ficando sobre ele, eu já disse antes e repito; ele combinava perfeitamente estando debaixo de mim, ou as vezes em cima.
-O que está fazendo? -perguntou puxando um travesseiro para apoiar atrás da cabeça e me ver. -Você nunca faz isso.
-Verdade. -eu ri e me abaixei, apoiando o corpo com os braços. -Você deveria estar aqui, não acha?
Ele me agarrou pela cintura e nos girou, quase caímos da cama, mas ele ocupou meu lugar de antes. Estava em cima de mim, e eu estava rindo pela ousadia dele de quase nos dar uma queda.
-Jimin-ah.
-Por que insiste em me chamar assim? Eu sou mais velho que você. -disse apontando um dedo no meu nariz. Eu puxei a sua mão e a beijei, cinco dedos curtos e adoráveis. -Assim eu me apaixono, não faça isso. -disse revirando os olhos e caindo em peso morto sobre mim. Eu ri o abraçando com toda força até que ele reclamasse. -Ai! -disse tentando me bater, eu o soltei e ele se sentou sobre mim de novo.
-Eu o chamo assim porque você não parece ser mais velho do que eu.
-Claro que pareço. -ele cruzou os braços e tentou parecer mais velho, claro, não funcionou. -Viu?
-Você continua parecendo um bebê.
Ele riu e me bateu.
-Idiota.

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The Cure - Jikook
Fanfiction"Devíamos amar quem quiséssemos, não é? Pessoas são pessoas." Jimin vivia sob ordens de um pai rigoroso. Jungkook era seu meio irmão, livre para fazer suas escolhas e forçado a aceitar aquele segundo casamento da sua mãe.