19

4.1K 491 19
                                    

-x- Jungkook -x-

Eu tive que ir embora daquele quarto em algum momento. Então após uma hora, quando o carro do Sr.Park saiu da garagem de novo, eu fui para o meu quarto descansar depois de ter andado tanto naquele dia. Oque resultou em um sono longo o suficiente que me fez acordar na manhã seguinte.
Eu acordei sorrindo, Jimin me fazia sorrir mesmo apenas com a lembrança dele. Do dia anterior, todos os momentos com ele naquele dia haviam sido perfeitos.
  Me levantei e após me vestir para a escola, desci para tomar café com a minha família feliz.
Ah, Jimin, se seu pai soubesse oque fizemos ontem... Como eu adoraria esfregar na cara dele, mas eu nunca prejudicaria meu bolinho dessa forma.
Quando cheguei na mesa, eles estavam todos lá menos a minha mãe, oque era estranho. Sorri para Jimin quando cheguei na escada e ele tentou não alargar o sorriso ao me ver, sentei na cadeira de frente à ele, enquanto o Sr. Park continuava calado.
  -Por que a minha mãe não veio tomar café? -perguntei.
  -Não estava se sentindo bem. -ele disse sem demonstrar muita preocupação com isso, ainda me pergunto como minha mãe se casou com um idiota daquele. -De que horas voltou ontem?
  -Não é da sua conta. -respondi já comendo. Ele riu, como se segurasse a raiva na garganta, oque era bem possível.
  -Deixou sua mãe preocupada.
  -Hum, ela sabe que eu sei me cuidar.
  Continuamos em silêncio o resto do café, até ele se terminar e sair dali dizendo que tínhamos dez minutos para estarmos prontos para ir. Quando ele sumiu para o quarto dele, que ouvi a porta do quarto bater, me encostei na cadeira e fiquei assistindo Jimin terminar de comer, bem, até que ele percebeu.
  -Não me olhe assim. -disse rindo.
  -Dormiu bem?
  -Uhum. -respondeu mexendo em seus dedos sem querer me encarar.
  -Não diga que está com vergonha de mim por causa daquilo. -sussurrei e ele ficou vermelho mesmo sem me encarar.
  -Se quiser eu não digo, mas é. -ele riu -Não me sequestre hoje.
  -Se não quisesse não teria ido comigo.
Ele jogou os ombros e riu, se levantou e inclinou as costas para trás vendo o corredor, franzi testa tentando entender o porque daquilo. Ele estava se dobrando que nem um papel para espiar o corredor. Quando voltou a posição de uma pessoa normal, ele contornou a mesa até chegar em mim e segurar meu queixo para que eu o olhasse. Posso dizer que essa proximidade é perigosa, para nós dois.
-Acho que não vamos nos falar de novo por algumas horas. -ele se inclinou me dando um selinho e se afastou minimamente com um sorriso enorme, ele podia me acordar dessa forma. -Bom dia. -ele se afastou de mim e foi para a sala pegar sua mochila.
Aquele beijo me deu motivo para me levantar daquela mesa e ir disposto para a escola, quanto mais rápido fossemos, mais rápido passaria o tempo e então eu o encontraria de novo. Eu tirei a minha bunda daquela cadeira e corri pela sala e pela escada até chegar no meu quarto. Abri a porta desesperado, eu devia guardar minhas coisas com mais zelo. Por sorte a minha mochila não era algo como uma chave, ou eu nunca encontraria, ela estava jogada debaixo da cama, como ela foi parar lá eu não sei, nem me lembro de ter deixado ela lá ontem à noite. A peguei e desci novamente, o Carcereiro saia do corredor ao mesmo instante que eu chegava na sala, assim ele não teve motivos para reclamar de mim. Apenas resmungou para irmos para o carro. Acompanhei Jimin até lá enquanto ele fazia alguma coisa dentro de casa, entrei no banco de trás e ele no da frente, olhando preocupado para o relógio.
-E a calculadora está de volta. -brinquei e ele riu.
-Só não quero me atrasar.
-Você até que foi humano ontem, superou minhas expectativas. -me sentei no meio do banco e me inclinei para o ver. -Na verdade eu não sabia que calculadoras ficavam excitadas.
Ele se virou para me bater e eu me afastei rindo, era muito bom irritar o meu mochi. Jimin ficou vermelho e voltou a se encostar no banco. Voltei a me inclinar entre os bancos e ele emburrou.
  -Vamos lá, mochi... -eu disse manhoso. -Quer um beijo?
  -Na frente de casa? Quer causar um escândalo? -perguntou se sentando de lado para me ver direito.
  -Quero. Se isso lhe provar que pode fazer oque quiser, quer me beijar, me beije. -fechei os olhos como desafio, se ele aceitaria ou não era a critério dele. Esperei uns cinco segundos e senti seus lábios se pressionarem contra os meus, e se afastarem muito rápido. -Corajoso. -eu abri os olhos e vi que não tinha ninguém na rua e o Carcereiro ainda estava lá dentro. -Nos acertamos na escola.
Passamos dois minutos esperando que o Sr. Park saísse de casa e entrasse no carro. Fomos naquela mesma rotina chata para a escola, quando ouvi sua voz irritante e incomoda começar a discursar, eu pus meus fones de ouvido e voei para minha imaginação onde tinha apenas eu, Jimin e a Dear No One cantando no fundo. O caminho deu para que eu repetisse a música duas vezes, quando já estava no meio da próxima, o carro parou na frente da escola. Saímos e dessa vez eu não deixei que o Jimin sumisse do nada, caminhei com ele para dentro da escola, sem me importar se o Carcereiro já havia ido ou não. Jimin parecia um pouco nervoso como se eu fosse o atacar no meio do corredor, eu só pude rir dessa reação dele.
-Calma, Jiminie. -ri e coloquei uma mão nas suas costas. -Vamos lá para a sala.
-Mas...
-Ainda não tem ninguém lá.
Com os corredores cheios, ainda estava muito cedo, e nos misturando a multidão, conseguimos entrar. Ele agarrava dois livros contra o peito e andava quase forçado quando entrou na sala de aula, fechei a porta e ele ficou parado poucos passos a frente da entrada.
-Por que você está assim? -perguntei, fui para frente dele e ele estava vermelho, e encarava o chão. -Temos que trabalhar essa sua vergonha de mim. -eu peguei os livros que ele segurava e os coloquei numa mesa. -Vai me ignorar?
-Não. -ele disse baixo andando um pouco e encostando a cabeça em mim, eu havia percebido que esse era a forma dele de se esconder e de ganhar um abraço ao mesmo tempo, e claro que eu nunca ia negar carinho ao meu mochi. -Você podia ter continuado lá, ontem. -me confidenciou baixinho, se esticando um pouco para deitar a cabeça no meu ombro. -Meu pai não foi lá e... eu fiquei sozinho.
-Te desacostumei? -ele assentiu e eu o apertei mais no abraço. -Que bom. Agora você pode me deixar te responder?
Ele levantou a cabeça confuso e franziu a testa. Jimin era um bolinho fantasiado de gato, faz sentido? Eu o olhava naquele momento e, seus olhos, boca, e absolutamente todo o resto, estavam me encantando, meu coração voltava a acelerar só em olhá-lo.
-Responder oque?
-Bom dia. -devolvi o selinho e ele riu. -Você vai fazer um esforço e ficar comigo no almoço? Ou vai se isolar de mundo?
-Eu gosto de me isolar do mundo, mas... eu vou com você.
Sorri e o beijei, dessa vez nada de selinhos, depois da noite passada, creio que avançamos mais um nível no que quer que tínhamos ali. Me surpreendi com suas mãozinhas segurando minha cintura, ele me empurrou até que eu me sentasse numa das mesas, ou ele tinha noção de onde as mesas ficavam, ou por sorte eu tinha ido para o canto certo. Quando me sentei, nos separamos e percebi que ele ficava mais alto que eu daquela forma.
-Como meu bolinho é baixinho. -disse apertando suas bochechas, mas ele bateu nas minhas mãos. -E irritado.
-Eu não sou baixinho.
-Não? Anão? -ele bateu várias vezes no meu braço até eu rir. -Desculpa. Desculpa.
Quando ele parou eu o puxei pelo cós da calça, e ele veio para entre as minhas pernas, o abracei pela cintura e o beijei de novo. Senti seus braços sobre os meus ombros e suas mãos na minha nuca. Poderíamos passar todos os vinte minutos que faltavam ali, se a porta não tivesse se escancarado.

The Cure - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora