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Então, estamos na reta final dessa história. Faltam dois capítulos e um epílogo. Ou seja, planejo terminar no capítulo 60.

Porém, eu já tenho ideias de fanfics por aqui. A espero poder realizá-las. Por isso eu proponho uma votação, quais vocês gostariam de ver, só pelo nome mesmo (mas se quiserem posto as sinopses):

•TaeGi - Apenas Amigos
•Jikook - O Rei Perdido
•Jikook - Talassofobia

x-x Jungkook x-x

À medida que o tempo passava eu tinha mais certeza que deveria estar dormindo.
Meu corpo clamava para descansar. Eu já não suportava sentir o gesso pinicando minha pele como se formigas estivessem forrando a tala, constantemente eu sentia a vontade de dar tapas para poder coçar, mas me impedia antes de fazer isso. E depois de toda nossa... atividade da tarde, eu me sentia exausto como se tivesse dirigido um caminhão à noite inteira.
Maldita perna.
Maldito ChungHo.
Jimin já estava no terceiro sono. Deitado de frente para mim, eu via seus olhos mexendo sob as pálpebras, mas pelo seu rosto, conclui que estava tendo um sonho tranquilo. Caso não estivesse, provavelmente estaria grunhindo e se agarrando a mim. Era um bom sinal.
  Assisti seu rosto por um bom tempo, até me pegar quase chorando apenas por olhá-lo. Mil coisas passavam pela minha mente, coisas dolorosas e vários "e se...", mas eu não podia me apegar a eles, seria uma derrota maior do que a que eu estava lidando, apenas por não o acompanhar.
  Quando ele me disse que eu não iria, eu fiquei com raiva, e como fiquei, era como tirar de mim a única coisa que podia me manter são. Acompanhar, estar por perto, eram coisas que podiam acalmar meu coração. Mas agora não, ele estava decidido, e eu não iria contrariar sua vontade já que o encontro é dele.
  O sono não é suficiente para me manter na cama, então me levantei. Lá fora ainda era pico de dia, mas já me sentia pressionado e ansioso para que aquele dia acabasse e tudo estivesse bem. Devagar, coloquei as pernas para fora da cama e me levantei, tentando fazer o mínimo de barulho possível para não acorda-lo.
Assim que me pus de pé, na mesinha de cabeceira, o celular começou a vibrar. O peguei rápido. Na tela brilhava o nome "Mãe", eu não queria atender, mas me forcei.
Fui para a varanda e fechei a porta de vidro, só então atendendo a chamada.
-Mãe.
-Oi, querido. -ela disse, quase surpresa, como se esperasse que eu a ignorasse. -Tudo bem?
-Tudo. -menti. -E com a senhora?
-Estou me virando.
Depois do escândalo ChungHo, mamãe não quis ficar naquela casa, ela tinha sido subordinada a viver com aquele homem por ele pagar nossas dívidas, no fim, de tudo que ele tinha feito até então, a única coisa útil, foi que quase não tínhamos ficado com nenhuma dívida a mais. E ela agora vivia na nossa antiga casa nos arredores de Seul, só que sem dívidas e com um emprego melhor de secretaria.
-Como está o Jimin? -ela perguntou.
-Está dormindo agora, mas de modo geral... ele não está bem.
Ela suspirou do outro lado da linha.
-Eu sei, querido. Sinto muito por tudo isso ter acontecido.
-É, eu também sinto. -minha perna formigou com a lembrança vaga de ter ouvido que ela tinha levado uma pancada na cabeça no dia do sequestro. -E a senhora está melhor da cabeça?
-Ah, sim. Aquilo não foi nada. -era como se eu pudesse vê-la dando de ombros. -Estou vivendo melhor aqui, quem sabe você volte para cá qualquer dia desses. Ou... não sei, o que vocês vão fazer depois do tempo que estão aí?
-Temos mais uma semana que a escola liberou. Vamos passar mais esses dias aqui, depois Jimin vai voltar para ficar com a mãe dele na casa de um tio. -Jimin tinha me explicado isso na noite anterior, antes de brigarmos e antes do plano mirabolante. -Ele vai morar com ela, e eu vou para casa.
-Eu sei que é doloroso ficar muito longe, mas namoros sempre foram assim.
-É, eu fiquei mal acostumado.
Ela deu uma risada.
-Em pensar que a senhora me ameaçou por causa disso. -continuei. -E agora está tentando me confortar.
-É para isso que as mães servem. Proteger.
-Eu sei, eu sei. -suspirei. -Só... vou ter que me acostumar com tudo novo.
-Nós conseguimos.
Sorri, e balancei a cabeça como se ela pudesse ver.
-Logo estarei em casa. -eu disse.
-E poderemos tomar sorvete e assistir novelas. -ela disse, animada. -Vou ver quais as melhores que estão passando agora. Como sempre fizemos.
-Vai ser ótimo. -antes que pudesse evitar, senti uma lágrima caindo pela bochecha. -Eh... mãe, eu tenho que ir. Os meninos querem ir fazer compras.
-Certo. Cuidado com essa perna. -ela avisou, a voz risonha. -Tchau, querido.
-Tchau, mãe.
Desliguei o celular e baixei a cabeça. O choro preso no peito foi acalmando, até eu voltar ao meu controle. Quando ergui a cabeça novamente, ouvi a porta se arrastando. Olhei para trás e o vi parado, coçando os olhos enquanto cambaleava para fora do quarto.
-Jungkookie. -Jimin resmungou, esticando os braços. -Não saia da cama assim, sem avisar.
Eu ri e o abracei, levando-o de volta para o quarto, para longe do vento frio.
-Está quase na hora. -eu comentei, apertando-o nos meus braços. -E...
-Não deixo, nem na mala do carro.
Eu neguei, beijando a ponta do seu nariz.
-Não é isso. Eu te amo.
Ele ficou rígido e franziu a testa para mim.
-Eu também te amo. -Jimin disse. -Não faz isso, me da medo, parece que vai me fazer uma super revelação que vai me deixar mal por dias.
  Eu ri.
-Só estou dizendo que confio em você para ir sozinho, por mais que não tenha parecido antes, eu confio.
Jimin abriu um sorriso radiante e me beijou. Seus lábios capturaram os meus, e ele liderou o beijo, me enchendo de suspiros.
-Obrigado. Isso é uma revelação boa.
-Mas lembre da promessa. -avisei. -Volte.
-Vou lembrar.

The Cure - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora