Depois de um mínimo momento de tensão, Jimin saiu dos meus braços e voltou a caminhar pelo salão das estátuas. O segui até outra sala, com objetos originais de filmes antigos. Eu queria o abraçar de novo, senti-lo tão próximo que fosse capaz de sentir sua respiração. Jimin, estava me enlouquecendo! Ele andava na minha frente e qualquer um olharia para aquelas pernas, estou obcecado por elas.
-Jimin. -chamei e ele olhou para trás. -Você pode andar do meu lado? Está me desconcentrando.
-Como? -perguntou confuso e parando de andar. Eu continuei até poucos passos dele e sorri.
-Eu já lhe disse que tem pernas bonitas muitas vezes, então não é novidade. Fique do meu lado e eu não vou olhar para elas. -eu disse baixo e ele ficou vermelho, logo vindo para o meu lado. -Obrigado.
-Não devia olhar minhas pernas. -sussurrou ao pesarmos por uma caixa de vidro com o figurino de algum filme. -Isso não é educado.
-Me Desculpe. -eu levei uma mão as suas costas. -Você é muito bonito.
-Não diga coisas assim. -ele riu e se afastou da minha mão. Contornando um pilar pra ficar afastado.
-Então como eu posso te elogiar?
-Não elogie. -cruzou os braços e foi como uma criança birrenta até um carro velho. Eu fui até lá e parei ao seu lado, logo atrás dele, pousando o queixo no ombro dele. -Jungkook!
-Não faça isso comigo, de proibir de encostar em você. -eu o segurei pelos que ombros e o virei de frente para mim. -Só paro se... eu...
-Não, nada de condições, você vai achar uma horrível que eu sei. -ele fez bico e bufou. Me inclinei e mordi o lábio inferior dele que se assustou, mas não saiu de perto. Passei a língua por ele e Jimin prendeu o ar.
-Eu disse que ia morder quando fizesse. -o soltei e ele respirou fundo corando violentamente. -Não fique com raiva, você foi avisado antes.
-V-você...
-Ah, pare. -eu o abracei e ele afundou o rosto envergonhado na minha camisa. Eu ri, não tinha como ele ser mais lindo do que com vergonha. -Você vai ficar escondido em mim para sempre?
-Vou. -disse abafado pela minha camisa.
-Vamos. Eu diria que eu juro que nunca mais faria isso, mas... eu não quero dizer isso. -eu o afastei pelos ombros e ele ficou encarando o chão.
-Só vamos andar. -disse Ainda envergonhado se virando e continuando a andar mais afastado de mim.
-Não ficou com raiva de mim não é?
-Não. -respondeu juntamente mexendo a cabeça.
-Então você gostou?
-Eu não disse isso. -ele riu e não me deixou ver o rosto dele por um longo tempo em que andamos pelo museu.
-Jiminie. -chamei já cansado de ficar pra trás. -Eu quero conversar.
Ele voltou a parar de andar e ficou me olhando até que eu chegasse perto, não estava mais vermelho, não completamente porque ele sempre ficava.
-Se você chegar mais perto eu lhe chuto. -disse apertando os olhos, mesmo assim eu ri porque sabia que ele não faria aquilo.
-Só por causa de um quase beijo? -revirei os olhos e o segurei pelos braços até que estivesse mais perto. -Não recebi o chute.
-Ainda estou processando um. -disse nervoso.
-Me deixe ver.
-O que? -perguntou franzindo a testa.
-O meu trabalho de mais cedo. -puxei um pouco a gola da sua camisa e lá estava um círculo pequeno e um pouquinho roxo. -Exagerado, ganhei tapas por uma coisinha assim?
-Ficou roxo. -bateu o pé indignado. -Se alguem vir?
-Você anda tirando as roupas por aí? -ele ficou vermelho e negou com a cabeça. -Ainda bem. Apesar de eu ter gostado de como você me recebeu no seu quarto naquele dia. Sabe, eu tava escondendo o seu short.
Ele arregalou os olhos e abaixou a cabeça, mas ele riu baixinho e eu me satisfiz com aquilo.
-Você disse que ia me mostrar o mundo. -disse baixo. -O que estamos fazendo aqui?
-Ficou rebelde do nada? Gostei. -o puxei pela mão indo pelo caminho contrário até a porta de saída. Lá fora havia um parque lindo e uma passarela de pedra até a rua, mais na frente, após o asfalto, um parquinho infantil muito cuidado e bonito, e o melhor de tudo, vazio. -Por aqui. -eu o guiei pela passarela, atravessamos a rua e chegamos ao parquinho, claro que algumas pessoas entortaram o olhar por estarmos de mãos dadas, mas Jimin não percebeu.
-Um parquinho, está me chamando de criança? -perguntou cruzando os braços quando passamos pela cerquinha.
-Não. -ri, ele se sentou no balanço e eu me encostei na parede, que do outro lado fazia a parede de um café muito fofo, cheio de frases de filmes infantis e bonecos. -Eu gosto daqui. Quando não tem crianças. Não podemos ir muito longe, eu sei, então aqui é o máximo que eu posso te trazer. Até agora.
-Aqui é ótimo. -ele respirou fundo e se balançou no brinquedo.
-Por que quis sair de lá? -aquele pedido que ele fez lá dentro tinha uma justificativa, ele não diria por nada. Ele suspirou pesado.
-Porque Jungkook, você está me confundindo. -disse se apoiando com os cotovelos nas pernas e olhando melancolicamente a grama. -Por que você está fazendo isso?
-Eu não... Jimin, eu não quero te confundir. Mas sobre o que você está confuso? -eu me sentei no balanço do lado e esperei sua resposta.
-Eu não sei. -disse esfregando o rosto, parecia irritado, mas não comigo. -Eu-Eu, tento parar de pensar nisso, mas eu não consigo e está me atrapalhando.
-O que?
-Nada. Deixa pra lá.
-Você não vai fazer isso. -eu me ajoelhei na frente dele o forçando a me olhar. -Fale.
-... -ele abriu a boca para falar e a fechou de novo, por fim seus olhos marejaram. Admito, eu fiquei com medo. -Eu tento ser como ele quer, mas... você não está me ajudando. -ele fungou e eu entendi as entrelinhas dele.
-Ainda é aquela coisa porque eu dormi no seu quarto?
-Não é só por isso. -uma lágrima caiu e eu a tirei rapidamente. -Jungkookie, você está mexendo aqui. -ele apontou para o próprio peito e eu gelei. -Não faz isso.
-Jimin... -eu estava sem palavras, então eu só levantei, o puxei e o abracei do melhor jeito que eu pude. -Desculpa.
-Não precisa pedir desculpas. -ele fungou e se aninhou no meu peito. -Eu gosto disso, mas eu também não gosto. É culpa minha.
-Pare.
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The Cure - Jikook
Fanfic"Devíamos amar quem quiséssemos, não é? Pessoas são pessoas." Jimin vivia sob ordens de um pai rigoroso. Jungkook era seu meio irmão, livre para fazer suas escolhas e forçado a aceitar aquele segundo casamento da sua mãe.