9-Para de ficar incomodando a morte

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Bernardo: oi.

Priscila: oi.

Bernardo: vem comigo.

Priscila: espera vamos aonde?

Bernardo:só me acompanha.

Priscila: confiei nele e o segui,nos andamos um pouco até chegar em uma construção velha perto da praça..-- eu não vou entrar ai.

Bernardo: confia em mim.

Priscila: se você...

Bernardo: prometo que não vou te fazer nada.

Priscila: continuei seguindo ele, chegamos em um parte que tinha uns blocos, e muitos entulhos.

Bernardo: cuidado pra não se machucar.

Priscila: onde você tá me levando?

Bernardo: ali, olha.

Priscila: eu olhei bem e era a Ana Lívia,estava com o violão e uma garrafa de vodca ainda fechada,uma caixinha preta,ao lado vi também um maço de cigarros e um esqueiro,parecia que ela chorava.

Bernardo: já faz quase uma hora que ela esta aqui,ela vem todos os dias e faz sempre a mesma coisa.

Priscila: e você fica...-- Quando eu ia terminar ela começou cantar.

Ana Lívia:

Eu nunca fiz questão de estar aqui

Muito menos participarE ainda acho que o meu cotidianoVai me largar
Um dia eu vou morrer
Um dia eu chego lá
E eu sei que o piloto automático
Vai me levar


Eu devia sorrir mais
Abraçar meus pais
Viajar o mundo
e socializar
Nunca reclamar
Só agradecer
Tudo o que vier eu fiz por merecer


Eu devia sorrir mais
Abraçar meus pais
Viajar o mundo
e socializar
Nunca reclamar
Só agradecer
Fácil de falar, difícil fazer


Quase toda vez que eu vou dormir
Não consigo relaxar
Até parece que meus travesseiros pesam
Uma tonelada


Eu devia sorrir mais
Abraçar meus pais
Viajar o mundo
e socializar
Nunca reclamar
Só agradecer
Tudo o que vier eu fiz por merecer


Eu devia sorrir mais
Abraçar meus pais
Viajar o mundo
e socializar
Nunca reclamar
Só agradecer
Fácil de falar, difícil fazer


Eu nunca fiz questão de existir
Não queria incomodar
Um dia eu acho um jeito de aparecer
E você notar
Você notar, você notar

Que droga de vida hein Ana Lívia...deixei o violão ao meu lado abracei meus joelhos e chorei, levantei minha cabeça e me levantei do chão também, fiz um coque no meu cabelo,fui até minha mochila peguei minha lata de spray e comecei grafitar (A morte me segue ), sentei no chão novamente abri minha garrafa de Vodca e meu maço de cigarro e quando acendi o Primeiro meu celular tocou.

Ligação:

Ana Lívia: alô.

Juliana: onde você está?

Ana Lívia: por ai.

Juliana: Ana Lívia quando você...

Ana Lívia: nunca vou aceitar mãe, não adianta tentar não vou esquecer do meu pai.

Juliana: você tem que esquecer garota estupida ele está Morto,MORTO!

Ana Lívia: Desliguei o telefone e chorei mais

Bernardo: a pior parte é  agora,ela surta!

Ana Lívia: Me perdoa Pai!-- traguei meu cigarro fui até o chão, tirei todas as pulseiras do meu braço esquerdo e observei as cicatrizes e quando ia passar a lamina sobre meu pulso escuto uma voz familiar.

Ainda apaixonada pelo meu segurançaOnde histórias criam vida. Descubra agora