29-Fuga e Perseguição

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Minhas mãos tremem e suam enquanto tiro o cinto. Lentamente,coloco a chave no bolso da minha blusa e fico parada.

Vou mesmo fazer isso? Qualquer um diria que o certo seria eu ligar esse carro de novo e ir pra casa. Até eu diria isso que estivesse do outro lado da situação. Mas eu não estou. Na verdade estou morrendo de curiosidade e suspeitas.

Finalmente,respiro fundo e saio do carro,batendo a porta e o trancando em seguida. Por fim,entro no prédio,que parecia um prédio comum e alto,só um pouco sujo na pintura,que era clara.

O portão está aberto e não há ninguém na recepção,o que eu estranho,mas continuo. Chegando no elevador,aperto o botão e logo ele chega. Entro e aperto o outro botão,com o 14 escrito. Por fim,chego no andar.

Procuro no corredor pelo apartamento até encontrar o com 92 escrito na porta.

O que eu faço agora? Bato na porta..... Nada. Tendo a maçaneta.....trancado. Fico por alguns minutos encarando a porta,até que uma ideia surge na minha cabeça. Olho para meus pés é um tapete de bem-vindo me encara. Por fim,levanto o tapete,que tem,como eu pensei,uma chave presa em baixo dele.  

Retiro ela e a coloco na maçaneta,virando-a e abrindo a porta,que não revela nada além da escuridão. Tateio minha mão na parede do lado da porta té encontrar o interruptor,que eu aperto assim que acho,fechando a porta trás de mim.

Por fim consigo ver um pouco do apartamento,que era o máximo que a luz amarela no meio permitia. De duas uma:ou alguém está indo embora daqui,ou alguém está se mudando. Acho que esta mais a primeira,porque não tem quase nada aqui. As paredes ainda não estão pintadas e eu não consigo ver muito. Dou mais uns passos perto da luz e vejo uma varanda no final do quarto e apoiado nela,uma sombra.

-Oi. Quem é você?- Digo,mas a pessoa não fala nada,ou se vira pra mim.

Lentamente,com minhas pernas um pouco bambas,ando em direção dele,e paro perto da luz. Por fim,a pessoa se vira,mas eu não consigo ver nada. Com passos tão lentos quanto os meus,vem andando até ficar a poucos centímetros de mim,bem embaixo da luz,fazendo com que eu finalmente pudesse ver ele completamente. Meu coração começa a acelerar e eu paraliso um pouco.

-Henry? -O homem,que agora está com seu cabelo loiro agora e uma barba rala sorri pra mim.

-Oi docinho.-Diz com sua voz que até hoje me arrepia,me lembrando perigo misturado com romance.

-O que? Como você..... Você estava preso.-Digo com a voz rouca,carregada de surpresa.

-E como pode perceber não estou mais.

-Mas como?

-Inteligencia. Desde que cheguei naquele lugar comecei a observar tudo e todos. Em poucos meses eu havia montado meu próprio grupo. E por fim eu consegui bolar o plano perfeito,mas por ele em prática demorou alguns anos.

-Qual era o plano?-Digo curiosa. Um pequeno flash back da Milena falando sobre uma fuga em massa na prisão me vem há cabeça e me amaldiçoou por não ter prestado atenção.

-Cavar um túnel com uma colherzinha que não foi. Não temos tempo pra isso.

-Porque me chamou? Porque eu estou aqui? Foi você que me apagou em Vegas não foi?!

-Vegas foi apenas uma feliz coincidência. Depois que eu sai da prisão,precisei sair de São Paulo,pelo menos um pouquinho,então fui pra lá e acabei me encontrando com você. 

-E porque me drogou?

-Como se você fosse conversar direito comigo. Além disso,se passou quase quatro anos,como eu saberia que você não ia simplesmente me dedurar?

O homem da noite anteriorOnde histórias criam vida. Descubra agora