41-Pensamentos demais.

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Aperto o botão do elevador da empresa,falando com a assistente social pelo telefone. Entro nele e aguardo chegar na entrada pra desligar,me sentindo extremamente brava por não conseguir falar com Penny.

Faz tempo que não falo com ela. Sinto mais sua falta do imaginaria. O dia do julgamento esta chegando,e eu estou cada vez mais ansiosa.

Visualizo Vick que vai ser minha advogada nesse caso (Irônico né? Uma advogada precisar de uma advogada pra adotar alguem) e ela não esta com uma cara muito boa.

-O que foi? Esta tudo bem? Não me diz que...-Minha cara se fecha quando vejo algo atrás dela,meu corpo se endurecendo.

-Ei,calma,não vá fazer nada que se arrependa depois.-Diz ela,mas mil coisas já se passam na minha mente.

Ela está aqui. A madrasta da Penny está aqui. O que ela esta fazendo aqui?

-Achei a que estava procurando. Me diga,o que você quer com a minha afilhada? -Ela diz olhando pra mim,com uma cara que eu adoraria dar uns tapas.

Seu cabelo é curto,na altura do ombro,uma cara de velha e um corpo rígido. Tudo nela é bem aleatório.

-O que você quer com a minha cliente?-Pergunta Vick,me impedindo de dizer qualquer coisa.

-Quero conversar,para decidir isso sem ter que ir para a corte por motivos bestas. O que você quer para deixar o caso? É dinheiro? Eu dou.

Minha raiva aumenta e sinto as mãos de Vick ao meu redor,me impedindo de ataca-la.

-Porque acha que eu quero dinheiro? Eu não sou você. -Digo,tentado ao máximo não ser muito rude.

-Quem disse que eu quero dinheiro? Penelope é minha afilhada,eu só quero ela de volta na minha vida...-Diz,mas consigo ouvir o sarcasmo em sua voz.

-Eu não quero nada vindo de você.

-Ótimo,porque eu vim aqui pra pedir,pedir não,mandar você parar com essa bobagem. Ela não é nada sua,então porque iria querer adota-la?

-As vezes não tem segundas intenções nas coisas. Eu realmente gosto dela e acho que ela fica melhor comigo do que com você,pode perguntar a ela você mesmo.-Digo,vendo a raiva subindo pelo rosto dela.

-Você é uma.... Argh. Eu vou ficar com a criança por bem ou por mal.

-Porque você a quer tanto? Você nem gosta dela.

-Ela tem algo que eu preciso muito e não fiz tudo aquilo com o pai dela pra no final você adota-la e ficar com toda a herança que pertence a mim. Eu não vou deixar.

Fica parada com a declaração que acabei de ouvir.

-Está dizendo que você matou o pai dela pra ficar com a herança? -Digo,minha voz saindo baixa.

-Eu nunca disse isso. Mas sim. E essa pirralha não vai ficar no meio disso. Você tem a minha palavra,eu não vou deixar ela ir com você e com toda a MINHA herança. Isso não vai ficar assim. -Diz ela,apontando o dedo pra minha cara.

Eu tremo com a ameaça e ela sai com uma cara raivosa no rosto. Eu viro pra Vick que estava calada ate agora e meio desesperada falo:

-Você ouviu o que ela disse? Aquilo foi uma ameaça,não foi?

-Sim,eu ouvi. Ouvi muito bem.-Disse séria, mas logo em seguida ela sorriu,com um rosto animado demais pra mim.

-Porque esta sorrindo? Está me assustando. -Digo.

Então ela levanta um pequeno aparelho que parecia com um radinho,todo preto.

-O que é isso?

-Um gravador. Eu gravei tudo que ela disse. Isso nos dá a carta na manga que precisávamos pra ganhar. Vamos ganhar,Daise.

O homem da noite anteriorOnde histórias criam vida. Descubra agora