32-O medalhão

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Minhas mãos tremem enquanto James tenta me acalmar pelo minúsculo microfones escondido na minha orelha. Ele está junto com a polícia,acompanhando tudo de lá.

Eu teria que manter a calma pra Henry não suspeitar de nada,se não ele poderia fugir e tudo seria em vão.

Milena,que também está lá com James,resolve intervir.

-Olha,me escute,se você sair da ai você não vai conseguir andar amanhã do tanto que eu vou te bater. O lugar desse cara é na cadeia,e você está fazendo isso pelo homem que ele matou.

Respiro fundo,tentando esclarecer meus pensamentos. É como disse Dumbledore: É preciso muita coragem para enfrentarmos os nossos inimigos,mas igual coragem para enfrentar os nossos amigos. Algo assim.

Pego meu celular e fingo está mexendo até ouvir um carro se aproximando. Henrique.

Tinhamos combinado de nos encontrar no mesmo prédio que ele havia me chamado antes.

O plano era o seguinte: Eu iria para o prédio com as coisas que ele me deu em Vegas e receber-lo. Ele iria chegar,do que é que for, e iríamos fazer a troca. A polícia estará esperando na porta,assim que ele sair será pego. E eu teria que fazer a melhor atuação da minha vida pra ele não perceber nada disso.

Por fim escuto a porta se abrindo e quando olho é ele,de calça preta e blusa do exército. Ele sorri assim que me vê,indo até mim e sentando do meu lado.

Desde a última vez que vim pra esse quarto muita coisa mudou. Agora estava todo pintando de branco,com um sofá amarelo,que eu estava sentada,além de uma mini cozinha.

-Desculpe o atraso. -Diz me olhando profundamente enquanto eu evito encontrar seus olhos,encarando um ponto na parede.

-Cheguei um pouco atrasada também,não faz muito tempo que estou esperando. -Pura mentira, ele marcou as 19:00 e eu cheguei na hora certa,sendo que agora já é 20:15.

Abro a pequena bolsa que estava comigo,que continha o medalhão e as outras coisas.

-Posso perguntar por que isso é tão importante? -Digo meia relutante,quando ele pega a bolsinha da minha mão com suavidade.

-Esse medalhão tem um fundo falso. -Diz ele abrindo de uma forma estranha uma portinha que eu não tinha percebido.

Dentro dela,ele tirou uma placa minúscula,que eu tinha só um palpite do que seria.

Ele olha minha cara de confusa e dá uma risada,erguendo o pequeno objeto até a luz.

-Isso,minha querida, é um Pen-Drive.

-Isso não parece um Pendrive. -Digo,e não parecia mesmo. Estava mais pra um cartão SD do que pra Pendrive.

-Porque é um Pendrive especial. Nessa coisa minúscula contém informações que poderia causar uma guerra entre o Brasil. -Fala,guardando a coisa de volta ao medalhão e colocando em seu pescoço.

-O que vai fazer com isso?

-Não se preocupe garota,não é porque isso pode causar a guerra que eu quero que aconteça. Vou manter seguro até encontrar um jeito de usar isso ao meu favor.

Minhas respiração fica mais rápida,cada vez mais difícil de respirar. Ele não poderia perceber isso. Levanto do sofá e vou até a varanda,pegando um pouco de ar.

-O que você vai fazer agora? -Pergunto quando sinto ele se aproximando,olhando para o céu negro.

-Nada. Tudo. Qualquer coisa. -Diz ele se apoiando na grade,também olhando para o nada.

O homem da noite anteriorOnde histórias criam vida. Descubra agora