Prólogo

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Aviso: Os livros ainda serão revisados depois de concluídos, então muitas coisas ainda podem estar confusas com idades e linha do tempo. Essa versão é quase um "rascunho" da trilogia, e muitos detalhes ainda vão ser consertados e melhorados, então leiam conscientes disso :3 Espero que gostem apesar de todos os erros!

Passos pesados ecoavam nos corredores vazios e escuros de uma enorme fortaleza no meio de uma vasta planície cinzenta e sem qualquer sinal de vida, enquanto um grupo de guardas, cujos rostos estavam escondidos nas sombras de elmos de guerra negros e pontudos, acompanhava uma figura alta pelos corredores, um manto cinza cobrindo sua armadura prateada e elegante e cabelos longos e ruivos saindo do capuz que ocultava o rosto.
—Descobriu algo, mestre?— uma voz perguntou, vinda de mais adiante quando surgiram duas grandes portas de madeira no fim do corredor, entalhadas com milhares de desenhos de guerras, monstros, heróis, deuses, e outras criaturas místicas e cenas medievais.
A figura alta e ruiva simplesmente continuou andando, ignorando a pequena sombra ao lado das grandes portas duplas, nem mesmo dando sinal de que a havia escutado. A figura menor seguiu-a para dentro do salão, fechando as portas atrás de si e deixando os guardas do lado de fora. O salão era vazio além de uma enorme mesa de banquete e suas cadeiras em volta, um lustre de prata e pedras preciosas pendia do teto abobadado e o lado esquerdo do salão era dominado por grandes janelas de vidro, que jogavam sombras longas e estranhas no salão no sol de fim de tarde.
A figura menor se sentou logo depois de seu mestre ocupar a cabeceira da mesa e, com um estalar dos dedos, as luzes no lustre no centro do salão se acenderam, iluminando a mesa e seus ocupantes. O menor, uma garota de talvez 11-12 anos, era magra e esquelética, tinha cabelos ruivos e cheios na altura dos ombros, olhos azuis opacos e a pele branca de um tom pálido e doentio. Vestia uma longa saia de várias camadas de tecido grosso e xadrez e uma camisa de mangas compridas e largas cor de vinho.  A figura maior, a qual a menina havia se referido como "mestre", exibira braços fortes e elegantes ao tirar o manto cinza, cobertos pela armadura prateada de um oficial do rei. Os cabelos também ruivos desciam os ombros em cascatas sedosas de cachos grandes  e bem cuidados, contornando um rosto fino e elegante de uma mulher e olhos verdes intensos de quem já vivenciara muitas batalhas.
A mulher observou sua companhia mais jovem, fixando os olhos verdes e profundos no rosto da menina e se inclinou para a frente, apoiando o queixo nas mãos e os cotovelos na mesa.
—Scara... Tens praticado sua magia enquanto eu estive fora?
A menina, Scara, abaixou a cabeça mexendo com as mãos nas dobras de sua saia e balançou a cabeça, então levantou os olhos para a mulher.
—Não, mestre.. Como sempre sabes quando eu não pratico..?
—Sua pele está doentia, Scara. Seus olhos entregam-na. Quando deixas a magia fluir ela fortalece seu corpo e sua alma e a torna forte e saudável. Olhe para mim, Scara. Sou forte porque tornei a magia parte de meu corpo e minha alma, ao invés de tentar dominá-la como um animal. Deixei que ela viesse até mim, que tornasse meu corpo sua fonte de vida assim como tornei-a minha fonte de vida.
Scara fez que sim com a cabeça, observando sua mestre com um olhar admirado. Ela era uma guerreira renomada e temida, praticamente uma lenda em todos os Quatro Reinos. Assim como seus ancestrais foram e como Scara esperava ser um dia.
—Perdoe minha indisciplina, mestre.
A mulher se recostou novamente em sua cadeira e voltou a observar a menina, dizendo depois de um tempo:
—Um dia serás como eu, Scara, como seu pai, como meu pai e todos nossos ancestrais, e assumirás a tarefa que carrego hoje.
—E procurar a Herdeira..? M-mas mestra, eu...
Ela se calou sob o olhar de sua superior, olhando-a com uma pontinha de reprovação, mas também respeito.
—Scara. Não és fraca como pensa ser. Não és fraca por pensar que possui apenas inteligência e não poder mágico. A força de um mago não é definida pela quantidade de poder que ele possui, mas sim pela sua habilidade de usar o que tem. Eu já fui como você, já fui a mais fraca da minha geração, mas hoje tratam-me como uma lenda, quase uma deusa. Não nascestes na família Aranlin sem que estivesse destinada a isso, Scara.
A menina levantou a cabeça devagar e um sorriso começou a se formar em seu rosto ao olhar para sua mestre e ver o brilho confiante em seus olhos, mas o sorriso desapareceu de repente quando ouviram uma explosão ecoar nos corredores próximos ao salão em que se encontravam e Scara se encolheu, o olhar disparando para as portas duplas fechadas.
—Então já chegaram até aqui... —a mulher se levantou, a mão pousada no punho da enorme espada que pendia de sua cintura, o olhar penetrante voltado para a porta. Scara olhou assustada para sua mestre quando esta se levantou e se aproximou da menina.
—O quê? Q-quem chegou, mestre? O que estás fazendo?
Ouviram gritos e passos apressados se aproximando, os guardas do lado de fora da sala se agitarem e logo o barulho do ferro sobre couro de armas sendo desembainhadas. A mulher se abaixou ao lado de Scara e colocou a mão em seu ombro, olhando-a no fundo dos olhos repletos de medo e confusão.
—Não tenha medo, minha pequena Scara. Você tem a magia de nossos deuses com você, e tem a sabedoria necessária para usá-la. Vá para longe daqui, pegue meu cavalo e se esconda o mais longe que conseguir. Procure a Herdeira de Shiro e retorne para que possam reerguer o nosso reino. Saberás como encontrá-la. Eu não poderei resistir à batalha de hoje, mas saiba que sempre estarei contigo.
Scara segurava com força as abas de sua saia e olhava confusa para o rosto de sua mestre, não entendia como uma mulher tão forte como ela poderia não resistir a uma batalha, não entendendo o motivo de seu sorriso e as lágrimas nos seus olhos. Ela não entendia o que estava acontecendo, mas tudo lhe dizia para fazer o que a mestre mandara, mesmo que tivesse que deixá-la para trás e continuar a procura pela Herdeira sozinha. Lágrimas enxeram também os olhos de Scara e ela se jogou nos braços da mulher, que retribuiu o abraço tristemente. Quando a menina se afastou, entregou-lhe um pequeno punhal dourado numa bainha preta de couro e prendeu o próprio cordão no pescoço de sua discípula, o brasão da família Aranlin.
—Nossa família sempre estará contigo, Scara, assim como eu, e a magia de seus ancestrais irá protegê-la. Agora vá! —Sussurrou, e a menina correu, alcançando a pequena porta do outro lado do salão e desaparecendo lá, reprimindo soluços ao ouvir uma explosão destruir as portas do salão e a magia de sua mestre ser libertada. Horas depois ainda podia ouvir sua voz e sentir sua poderosa magia com a qual havia vivido lado a lado por tantos anos, agora cavalgando para o norte e deixando as torres negras da fortaleza para trás, lágrimas lhe molhando o rosto até as estrelas surgirem e desaparecerem do céu.

Ta aí o segundo livroo uhuuu!
Ainda não deu pra terminar as ilustrações q eu falei q iria postar aqui (eu sou um fracasso eu sei) mas tenham paciência eu sou enrolada 😝
Não esqueçam de curtir e comentar o que acharam e indicar o primeiro e os segundo livro para amigos que ainda não conhecem ^^

Cavaleiros de Dragões II - A Joia PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora