-Eu posso pelo menos saber seu nome, já que você já sabe o meu? -Kenny perguntou, ainda em choque sobre tudo o que estava acontecendo ao seu redor, rápido demais para que pudesse processar, enquanto acompanhavam o garoto rebelde agora por trás da cachoeira, depois de ter dito que precisavam se sentar pois seria uma conversa demorada.
Ele se virou, parando, encarando Kenny com uma expressão que não conseguiu interpretar, e respondeu:
-É claro que não. Já é suficiente você saber minha aparência, que eu sou um rebelde, e que tenho contato o suficiente com Patrick pro dragão dele deixar que eu o monte. Nem precisa do meu nome pra um detetive do reino descobrir quem eu sou com um pouco de esforço.
Teve que concordar com aquilo, mas não mudou em nada sua frustração com toda a situação e não entendeu como um detetive do reino descobriria todas aquelas informações, até entender que o rebelde se referia ao perigo dela mesma dar aquelas informações para o reino.
Seguiu o rebelde e Patrick - que parecia também saber o caminho, para maior surpresa e confusão ainda de Kenny - por uma pequena trilha que para quem olhava de fora da cachoeira estava invisível, e depois de alguns metros começaram a descer e entrar numa caverna natural das pedras da cachoeira. Quando começava a ficar escuro demais para enxergarem onde pisavam, uma fraca luz começou a surgir no final da caverna, e conforme avançavam Kenny começou a se perguntar se estava tendo algum sonho bizarro, que com todas os acontecimentos até então parecia mais lógico, quando a luz amarela começou a tomar a forma de janelas na escuridão da caverna, e um pequeno poste de luz havia sido colocado a talvez um metro de distância delas, mostrando uma casinha de pedras esbranquiçadas em sua luz.
Um caminho mais arrumado e calçado havia começado a poucos metros da casinha também, e o rebelde abriu a porta da casinha lançanda mais um feixe de luz amarela na escuridão, uma porta redonda de madeira e metal, lembrando as portas das casas dos Hobbits, tirando a aparência do resto da casa, que era bem normal.
O garoto fez um gesto educado para que entrassem, e Kenny tirou os sapatos no pequeno corredor de entrada, fazendo-a perceber que por pior ou mais louca que fosse a situação, o velho hábito de tirar os sapatos ao entrar em casa ainda estava lá.
Ao lado da porta havia um pequeno armário de sapatos e um porta guarda chuva, e penduradas em ganchos estavam diversas facas e espadas de diferentes tamanhos e formas, contrastando quase de forma cômica com o guarda chuva, os sapatos e o tapetinho de limpar os pés na entrada.
O garoto sorriu com seu gesto, fazendo-a se perguntar por um segundo se conhecia aquilo do Japão, e se talvez ele também fosse do mundo mortal, mas logo descartou a ideia, ele devia apenas estar surpreso ou contente com seus modos mesmo entrando na casa de um rebelde.
-Sentem-se -ele disse quando chegaram na sala, ou a mistura de uma sala e uma cozinha, o que era compreensível considerando o tamanho da casa, onde havia um pequeno sofá e duas cadeiras em volta de uma mesa, um fogão a lenha ao lado do sofá e um fogão normal do outro lado na parede, um armário de madeira com várias portinhas e algumas coisas secas penduradas na parede. -Pode ser que esteja tudo um pouco úmido e empoeirado, é que eu não fico muito em casa. Mas tentem se acomodar o melhor que der.
-E os dragões?-Kenny perguntou, atraindo a atenção do garoto com seu tom de voz nervoso, e ele respondeu:
-Relaxe, garota. Não estou te colocando numa armadilha longe do seu dragão, se é o que está pensando. Mushu também não vai tentar nada com ela, nem se quisesse, e ele sempre voa acima das nuvens, então também não correm perigo de serem vistos por olhos indesejados.
Aquilo acalmou Kenny parcialmente, e ela olhou para Patrick quando o rebelde se voltou para o pequeno fogão em sua sala-cozinha, começando a preparar algo. Patrick lhe deu um breve sorriso, dizendo-lhe silenciosamente para relaxar, ele mesmo parecia bem relaxado considerando seu estado de nervos em situações do cotidiano na Base, o que fez Kenny se lembrar da conversa que tiveram na pousada..
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Cavaleiros de Dragões II - A Joia Perdida
AventuraLIVRO 2 Após a batalha bem-sucedida contra o inimigo de anos da Terra da Geada - Saguhr - Luana assume o trono do reino gelado como rainha herdeira de Kassandra. Porém a felicidade da vitória na guerra não dura muito, visto que novos perigos ameaçam...