Capítulo XVIII

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Para: Lúcia ♥

Estava sentado no sofá da casa do meu anjos de cabelos dourados. Nem percebi que me tremia todo em pavor por conta dos seus pais que me encaravam sério. Não tinha visto você. Será que estaria na igreja ou em algum convento?

Isso é tudo culpa minha.

-Então você é o rapazinho que tirou a virgindade da minha princesa?- falou o homem forte e musculoso.

Sem medo algum, respondi:

-Sim senhor.

Seus olhos verdes arregalados pela a minha ousadia de confessar o que fiz. Seus lábios não demonstrava reação alguma.

-O que planeja agora?

Olhei para a senhora Amélia, que estava vestida num vestido preto e seus olhos negros ainda emitiam a mesma fúria da noite passada. Acredito que, se ela pudesse me matar alí mesmo teria o feito.

-Se o senhor permitir... -quase as palavras não saíam dos meus lábios. -...ter algo sério com sua filha.

O senhor levantou uma das sombrancelhas em tom de desconfiança. Os braços cruzados mostrando desprezo. Bom, pelo menos demonstrava algum sentimento.

-E o rapaz tem certeza disso?

Me levantei do sofá e mostrei uma postura superior. Apesar daquele senhor ser mais alto que eu, ainda me sentia maior diante dos dois.

-Se não tivesse senhor... -falei num tom alto. -...nem estaria aqui.

Ele me olhou por alguns segundos espantado. Poderia existir duas possibilidades alí, uma seria ele querendo me matar, e a outra seria admiração pela a minha coragem.

-Lúcia!!! -gritou.

Poucos minutos depois, ela desceu. Linda. Seus cabelos loiros soltos, quase pude sentir o cheiro de avelã. Seu corpo branco como a neve, delicado como a pluma, estava vestido numa calça boca de sino e uma blusa rosa. Seus olhinhos vermelhos e inchados, ela chorou. Ela havia chorado por mim.

-Esse rapaz quer ter algo sério com você... -disse autoritário. -...a escolha é sua.

Ela me encarou por alguns instantes. Confusa. Queria poder invadir seus pensamentos e ter certeza que ainda tinha lembranças da noite passada na sua mente. Mas, não foi necessário. Ela apenas, sorriu.

-Eu quero pai.

Ele me encarou e assentiu com a cabeça. Amélia não tirava os olhos de mim, e pela a energia pesada, creio que não havia gostado da ideia.

-Então, vocês então namorando.

Lúcia encarou o pai como se pedisse para se aproximar de mim. Ele apenas tocou nos seus cabelos e sorriu. Um código dos dois.

-Essa é a sua última palavra? - finalmente ouvi a voz de Amélia. Que estava com as mãos na cintura indignada.

-Sim querida, e quem manda aqui sou eu!

Ela assentiu com a cabeça e me encarou séria mais uma vez. Onde saiu da sala.

Lúcia era minha finalmente. Faltava pouco para passar a vida toda com ela ♥

                            Pedro

05 de agosto de 1980

Coração de Papel ( Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora